domingo, 17 de abril de 2011

RPM. Rádio Pirata ao Vivo. Virada Cultural 2011. 1986.

Que bom que venci todos os obstáculos – principalmente os psicológicos – e aceitei o convite de minhas amigas Daniela Luz e Silvana Alves para ir, hoje, à Virada Cultural. Como pode ser visto logo abaixo, ontem falei sobre minha indisposição com o evento - e infelizmente o que postei ainda é verdade... Mas nada, nada, nada superou a energia do show do RPM.

De frente para a Estação da Luz, a banda entrou com 20 minutos de atraso, mas entrou quente, fazendo todos os que estava presentes pularem. Senti-me em meados dos anos 1980, quando “Rádio Pirata ao Vivo” era a febre maior do Brasil. Um disco que entrou para a história do rock nacional sendo até hoje o mais vendido: 2,2 milhões de cópias.

Com a formação original, formada por Paulo Ricardo, Paulo Pagni (P.A), Fernando Deluqui e Luiz Schiavon, a banda levou ao delírio todos nós ao tocar as clássicas: “Revoluções por Minuto”, “A Cruz e a Espada”, “Alvorada Voraz”, “Rádio Pirata” e, com algum charme ao ameaçar o fim do show, “Olhar 43”. Suei, suei, gritei como poucas vezes. Meus pulos chegaram ao céu de minha capacidade de viver os anos que não pude viver plenamente e que estão apenas em minha memória de infância.

Memorável sim, a banda mereceu o carinho que ganhou do público pela importância na história da música nacional. Por ter feito tanta gente feliz. E uma mulher com seus 40 e todos à minha frente não errou nenhuma letra. E o mais lindo, uma garota de aparentemente 8 anos, grudada na grade, também não errou uma frase. Evandro Mesquita, um show antes, com a Blitz, disse a frase-verdade do dia: “música boa não tem data de validade”. Emoções coletivas.

sábado, 16 de abril de 2011

Hôtel Costes. Volume 1. Virada Cultural em São Paulo. Contramão.


A Virada Cultural 2011 acaba de começar e um bolo de pamonha está no forno. Não, não gosto deste evento e meu programa hoje será um filme na cama, leitura de minha edição do mês da Revista Rolling Stone e a autobiografia da Hillary Clinton que estou amando, mas nunca termino por falta de tempo.

Por que não gosto da Virada Cultural gostando tanto de música? 1, pelo número de pessoas na rua; 2, pela bagunça na cidade e, 3, principalmente – pelo menos nas edições que fui, no começo – porque muitas pessoas vão mais pela oportunidade de fazer bagunça, brigar e beber descontroladamente do que propriamente saborear o menu cultural. E em semana que curti U2 e Roxette, prefiro passar algumas horas ouvindo um som mais tranquilo. E este som é Hôtel Costes.

Enquanto o bolo assa, ouço Hôtel Costes, Volume 1 (Foto). A coletânea do descoladíssimo hotel parisiense, mixado pelo DJ Stéphane Pompougnac (Foto), já possui 14 volumes e reúne músicas belíssimas em estilo lounge. O projeto começou em 1999 e além de um som elegante as capas arrasam. Pompougnac passou pelo Rio de Janeiro no ano passado e agitou a pista do Londra, bar do Hotel Fasano. A hit brasileiro que entrou no setlist do DJ foi “Boa Sorte”, de Vanessa da Mata com Ben Harper. O francês diz amar nossa sonoridade. Pode-se comprovar porque a faixa 12 do Hôtel Costes, Volume 1 é um fino remix de “Chorando Sim”, do carioca Almeidinha, que foi trilha sonora do filme francês “O homem do Rio”, de Philipe de Broca, em 1963. Classe!

Enquanto São Paulo se agita, o sossego me faz companhia. Sugestão para quem também preferir relaxar.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cut Copy. Zonoscope. Cheiro de Passado.


"Zonoscope” (Modular Records, 2011), do Cut Copy, tem cheiro de passado gostoso. Aquele som que nos remete a lembranças boas, sonhos que tínhamos em tempos que nem imaginávamos o que era realmente viver. Se essa é a sensação que todos têm ao ouvir o disco não sei, só sei que gostei. "Zonoscope" é leve, possui muitas sonoridades e algumas faixas são bem melódicas – o que me faz amar ainda mais o álbum. Destaco “Need You Now” e “Take Me Over”. Eu e muitos DJs porque sei que ao redor do mundo essas músicas já são hits nas pistas.

Se um dia bater a vontade de passar algumas horas revendo fotografias antigas, limpando algum armário que nem lembra o que tem dentro ou simplesmente relembrando momentos marcantes de um tempo remoto - no trânsito, na academia ou em casa mesmo - "Zonoscope" será uma boa companhia.