quinta-feira, 30 de junho de 2011

Gorda. Magra. Sou Feliz Como Sou? Esforço e Suor.



Caos em minhas finanças. Para recuperar-me de uma manobra radical, resolvi passar 90 dias em casa – sem fazer nenhum programa que eu tenha que gastar. E pensando numa maneira de não enlouquecer, resolvi usar este blog como a principal válvula de escape. Lancei no meu Facebook a ideia e meus amigos vão sugerir temas para eu escrever sobre.

Fernanda La Salye lançou o tema: plus size. Não perguntei o motivo, nem sobre o que especificamente falar – considerando o tema bem amplo. Resolvi apenas escrever.

Responda honestamente: como é a sua relação com a beleza? Observo que muitas pessoas se relacionam com a beleza da mesma maneira que se relacionam com o dinheiro: reclamam o tempo todo que não a tem, não se esforça nenhum pouco para ter o mínimo e ainda odeiam ou sentem inveja de quem tem.

A minha relação com a beleza? Eu amo o corpo humano. Acho de uma beleza sem igual. Talvez por amar tanto, e desde que me conheço por gente, amo dança e os corpos dos bailarinos, sou uma praticante de SwáSthya Yôga, adoro ver revistas masculinas e muito dos meus “googles” tem a ver com a Jennifer Aniston e Deborah Secco. Deus nos criou para sermos uma escultura viva! E meu post poderia acabar aqui. Para mim, não há pecado em corpo bonito, em nudez e na admiração dos homens por celebs gostosas. Mas e as revistas de moda e o padrão de beleza imposto? Penso que é inegável para qualquer, qualquer pessoa – gorda ou magra – que uma roupa cai melhor em um corpo esbelto. Ponto. Magra demais não dá, gordo demais não dá. Esbelto. Cada um com suas proporções de peso e altura. O que penso de mulheres que se deprimem diante do espelho? Desculpe-me pela sinceridade: levanta um pouco mais cedo ou durma um pouco mais tarde e procure uma atividade física. Simples. Jennifer Lopez, Shakira, Deborah Secco e, principalmente, hoje, Renata Ceribelli são exemplos claros de que o trabalho é duro, duríssimo, mas muito possível. Quais são suas desculpas?

Agora, quero falar de algo muito importante que está intimamente ligado ao assunto “peso”. Como são os seus relacionamentos? Quando me perguntei se eu seria uma gordinha feliz, respondi um “não” muito sonoro. Mas ao responder isso, lembrei-me de algo que aconteceu comigo. Para quem me conhece, ficará mais fácil entender. Sou magra, alta, corpo de boneca, como muitos me dizem. Hoje, um pouco mais encorpada do que já fui um dia. Hoje, ouço constantemente que sou gostosa. Tenho a mesma estrutura física – para quem não me conhece – da própria Deborah Secco. Com um trabalho razoável – porém continuo – consigo o corpo que ela tem hoje. Ok. Você já tem uma idéia de quem sou. Um dia, me apaixonei por um cidadão que depois de um belo dia passou a me atacar com indiretas quanto ao meu corpo. Magra demais, magra demais, sem peito, “que bom que Deus inventou a maquiagem”, “nunca me apaixonei por uma mulher como você”. Ouvi isso constantemente e no começo eu não percebi o quão venenoso isso se tornaria. Tudo bem para mim, sempre adorei meu corpo e meu cérebro sempre foi o melhor afrodisíaco. Como não poderia ser diferente, depois de um tempo eu entrei na paranóia que acomete todas as mulheres, pelo menos uma vez na vida. Tudo em mim passou a estar errado.

Hoje, não me relaciono mais com ele. Ele namora uma plus size. E hoje, completamente distante de qualquer sentimento de paixão que senti um dia posso garantir que não adianta ser parecida com a Deborah Secco para ser amada. E não adianta querer ficar como ela caso você não seja parecida. Uma gordinha foi rejeitada por um cara? Eu, magrinha e desenhada, também fui. O que determina sua aceitação diante do espelho? A opinião de alguém que você ama? Se o Seal virar para a Heidi Klum e começar a humilhar sua aparência ou dizer que não sente o mínimo tesão por aquele corpo, e isso se tornar público, o mundo inteiro deixará de lado o seu conceito de beleza?

Qualquer meta que colocamos na vida tem um preço. Voltando a pergunta do início, se a sua relação com a beleza for igual a que muita gente tem com o dinheiro, que dó, que dó. Porque até que se entenda que servir e ser servido são duas coisas completamente diferentes, ser magro ou gordo também é algo completamente relativo se a sua relação consigo mesmo, com o que entende merecer, não for muito clara.

A Vogue do mundo inteiro pode me dizer o que é bonito, mas se eu realmente não achar bonito, para mim ela só expressou uma opinião. Porque eu tenho claro o que é bonito, e sei muito bem perceber o que me agrada de verdade. É o que eu acho de mim mesma – de verdade – e o quanto estou disposta a melhorar se não estou gostando de alguma coisa.

O moço por quem me apaixonei poderia nunca ter me magoado se eu tivesse tomado a sábia decisão de me desligar dele em tempo. A culpa não foi dele somente, foi minha também. Como a culpa é sua se não possui o que quer por não lutar por isso. O que é plus size? Para mim, uma dessas meninas do Pânico é plus size. Acho feio o corpo de t o d a s. Tem gente que adora. Como meu ex amor achava um horror magras como eu. O inadmissível é apenas não tentar ser o que se quer ser, de coração, o que faz brilhar os olhos, aquilo que nenhuma revista de moda é capaz de contestar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Meia Noite em Paris. Woody Allen e uma Carta de Amor à Paris.

Será que sempre vamos querer estar em outro lugar que não o que estamos, ser quem não somos ou viver uma época que não a nossa? Feliz em minha própria pele, satisfeita com o que tenho, feliz por ser quem sou, ouço a obra deliciosa de Cole Porter e quero falar de “Meia Noite em Paris”, novo filme de Woody Allen. Fui assisti-lo na sexta-feira, primeiro dia em cartaz. Sou suspeita quando o assunto é Woody Allen. Gosto muito de tudo o que ele faz, mesmo quando não gosto. Como pode ser possível? É que eu o entendo. Allen, como eu, só é charmoso pelo tanto de confusões, neuroses e como ele torna tudo isso tão engraçado. Costumo dizer que o que me faz sexy é minha bipolaridade, minha capacidade de extremos, de ser tão contraditoriamente coerente.

O filme é encantador. Apesar de ter lido críticas ruins, eu amei. Veria mais umas mil vezes. Por Paris – que cansa de tanta beleza – e pelo personagem de Owen Wilson que interage com gigantes literários dos anos 1920. O filme fala resumidamente sobre as questões que coloquei acima. Mas o mais encantador, para mim, é a ansiedade que o personagem de Wilson tem por uma vida significativa, profunda.

Fora o fato que me encontrei em Wilson, amei profundamente a maneira como Woody Allen nos coloca em contato com uma época tão mágica, tão importante para a cultura do mundo. A Paris de Fitzgerald, de Hemingway, de Gertrude Stein e Picasso, de Cole Porter. O filme é uma carta de amor à Cidade da Luz e um presente a todos que adoram viajar no tempo e redescobrir tais personalidades. Depois de “Meia Noite em Paris” não consigo parar de ouvir Cole Porter.

Recomendadíssimo! E Carla Bruni está linda, detalhe.

sábado, 18 de junho de 2011

Adele. 21. Uma Boa Companhia.


Enquanto saíamos da expo Design São Paulo (Oca, São Paulo), Fred Matias me perguntou: “o que está ouvindo?”. Mal me preparei para responder e ele disparou: “tenho escutado bastante a Adele”. E como nada numa amizade é mais importante que a sintonia, morri de felicidade e começamos a falar sobre ela. Ela que me fez ouvir seu álbum “21” (Columbia, 2011) quatro vezes consecutivas nesta semana.

Diferente do primeiro álbum, “19” (Columbia, 2008), que achei puro sofrimento, este te eleva. Não que não tenha aquela carga dramática, característica da própria Adele, acho apenas que esse disco é mais forte, mais expressivo sem nos fazer sentir vontade de chorar. A Revista Rolling Stone este mês traz uma reportagem bastante interessante sobre a cantora e seus mergulhos no mar da melancolia (mais uma).

“Don’t You Remeber” é uma canção belíssima, romântica, forte, daquelas que te abraçam em um momento que nada parece consolar, sem te fazer perder o chão. Uma das faixas preferidas em “21”. “One and Only” é outra canção que inspira, faz viajar e é capaz de envolver a alma do mais insensível. “Set Fire to the Rain” é três vezes belíssima, ideal para o momento que palavras não preenchem. A canção é tão intensa que te esvazia ou preenche de acordo com sua necessidade – Adele oferece neste disco uma espécie de serviço de catarse mesmo.

“Someone Like You” é outra canção que amei. Leve. Achei perfeita para os dias de outono que tenho vivido, lendo um bom livro, saboreando bebidas quentes ou planejando algum pequeno sonho. Um disco especial, “21” é uma boa pedida para este outono. Feliz ou triste, é um disco que faz companhia. Para mim, tem sido uma companhia agradabilíssima para planejar muitos pequenos sonhos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Etta James. Para Curtir o Eclipse. Atemporal.


Acabei de ver uma caixinha quadradinha com um laço de fita. Um cupcake! Foi presentinho da Paula Mariano – uma pequena que eu adoro, que trabalha comigo e tem dividido desde o início deste ano toda a minha vida. Aliás, a família UeedO. Como me considero uma pessoa de sorte só por trabalhar ao lado deles – talvez eu fale mais sobre o meu trabalho qualquer dia... E agora me acabando com o cupcake, estou me perguntando se eu não deveria parar de escrever por hoje... Foi um dia bom, apesar de toda a agitação que percebi ter tomado conta de todo mundo. E por não saber exatamente o que aconteceu, jogo a culpa no eclipse.

Ao assunto que interessa? Quem canta para mim, neste momento, é Etta James. Sim! Esta mulher maravilhosa combina perfeitamente com noite fria, cobertor, bolinhos deliciosos e sensação de um dia cheio, porém proveitoso.

Etta James – aquariana, gosto sempre de falar isso – é californiana, arrebenta no Blues, R&B, Jazz e Gospel. Completa, inebriante, ela é a indicação perfeita para um momento de total relaxamento. Para a arte de não pensar em nada, só sentir.

Se você acha que não conhece nenhuma de suas músicas, pode estar enganado. Muitos artistas cantam seus sucessos como Celine Dion, Christina Aguilera e Beyoncé, especialmente “At Last”. Tenho que admitir que Beyoncé fez um incrível apresentação desta canção para a Aol – vídeo que pode ser visto no Youtube.

Aconselho que ouça Etta James o tanto que puder. Sua discografia é – graças a Deus – vasta, mas vale cada segundo, cada música, cada disco. Para não pensar em nada ou pensar em coisas muito boas.

“Don't cry, don't cry. Dry your eyes, and let's be sweethearts again…”

domingo, 12 de junho de 2011

Motown. Passado e futuro. Clássicos para Relembrar.

Dia lindo! Um sol irradia este domingo gelado, tornando mais suportável o outono em São Paulo. Relembrando o outono-inverno de 2008, que para mim, até então, tinha sido o mais cruel em temperatura, resolvi tirar de minha amada estante de CDs a coletânea “Motown – Yesterday, Today, Forever” (Universal, 2008). Em comemoração aos 50 anos da gravadora mais emblemática de todos os tempos, três discos reúnem as vozes dos sonhos – meus, que não vivi esta época – e da realidade de muitas pessoas que a viveram. Jackson 5, Marvin Gaye, Michael Jackson, Diana Ross, The Temptations, Four Tops, The Supreme, Commodores e Steve Wonder são alguns dos nomes.

Enquanto espero queridos amigos para um café da tarde – Simone Sarmento e Rafael Galdêncio – inspiro o aroma do passado. De um tempo que, imagino eu, era dotado de uma magia musical limpa de produções em série e astros óbvios. Quando comprei esta coletânea, lembro que chorei ao ouvi-la pela primeira vez. Naquela noite passei um e-mail apaixonado para o mestre Mad Zoo, produtor musical que eu tanto amo, falando sobre o poder da “dona música”, como ele gosta de falar. Aquela noite foi um dos momentos que lembro ter sido salva pela música. Estava frio como hoje. Meu coração, contudo, foi aquecido com um fogo impossível de ver, mas transformador em seus efeitos.

“Motown – Yesterday, Today, Forever” é um presente. Para relembrar o ontem, viver um hoje mágico e sonhar com um futuro como uma clássica canção: um futuro que nunca passará.

Thaís Gulin. Paz. Paixões e Sentimentos.


Ela tem chamado bastante atenção. Se não pelo novo disco “ôÔÔôôÔôÔ” (Slap, 2010), é pelo namoro com Chico Buarque. Decidi conhecer Thais Gulin e entender a nova aposta da música popular brasileira. Começo pela música “Paixão Passione”. Linda! Linda! Linda! Talvez poucos lembrem, mas a canção foi tema da novela “Passione” (Rede Globo, 2010). A letra de Ivan Lins é uma descrição simples do que é a paixão e a melodia meio tango é deliciosa. Abro um vinho argentino para continuar escrevendo sobre paixões e sobre Thais Gulin. Empolguei-me.

“Paixão/ Estopim aceso/ Ai meu Deus/ Que medo/ Dele se apagar /.../ Paixão/ Faca de dois gumes/ Preso por ciúmes/ Livre pra voar/ Paixão/ Vale até mentira/ Mas ninguém me tira/ Meu enfeitiçar”.

Ando bastante disposta, reconheço. Acho que meu momento é de puro deleite com qualquer coisa. Sabe quando tudo está bom? “Cinema Brasileiro” tem uma letra ótima. Escrita por Rodrigo Bittencourt, revela os traços da cultura americana e sua gigantesca produção de mitos, do que é bom ou do que deve ser considerado bom.

“Quantas Bocas”, em parceria com Ana Carolina e Kassin, é uma bela canção, porém melancólica. Aquela música que reflete nossos sentimentos quando uma relação acaba. Quando não sabemos se amamos ou odiamos e nos sentimos ora superiores, ora completamente devastados.

“E na hora que você me procurar de novo/ Talvez eu possa te querer pra sempre ou te esquecer de vez/ Meu ódio dura pouco/ Meu amor também/ Vai saber/ Se eu te encontrar posso te beijar/ Ou nem te reconhecer”.

“ôÔÔôôÔôÔ” é um disco gostoso. Não descrevo como indispensável em qualquer iPod, até porque, talvez, o momento de ouvi-lo e curti-lo requeira uma vontade de sentimentos de paz, de relaxamento, de bebedeira emocional. Um momento. Se eu pudesse me teletransportar neste momento, ouvindo “ôÔÔôôÔôÔ”, eu iria para a Praia da Lagoinha, no Ceará, e sentindo o calor de um fim de tarde, deitada numa rede, olhando pro mar, viajaria em sensações mil. Secretas. Aquelas capazes de se revelar apenas depois de um bom vinho ou depois de um momento de paixão.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos Namorados. John Legend. Envolver. Envolva-se.

Não tiro esse homem de meus pensamentos desde a semana em que ele cantou no Urban Music
Festival. Já o conhecia, óbvio, mas naquela semana entrei profundamente em contato com sua música. Queria assistir ao show completamente imersa em sua arte. John Legend tem uma das vozes mais belas que já ouvi e canções que me fazem sentir vontade de me apaixonar violentamente. Intensa demais? Ele é intenso.

Neste clima de Dia dos Namorados, envolvida por um frio glacial em São Paulo, “This Time” é a primeira música que destaco do álbum “Evolver” (Good/Sony Music, 2008). Perfeita para curtir sem namorado, “This Time” é uma balada romantiquérrima, cheia de arrependimentos e promessas de um amor diferente – um pedido de segunda chance visceral. John canta com tanta intensidade é que impossível não se deixar levar. E apesar de “This Time” não ser uma canção que me lembre alguém – e olha que achei que esse Dia dos Namorados fosse ser terrível – “This Time” é uma canção que me faz adorar imaginar um novo amor e as diversas formas que pretendo amar este novo amor. Sexy para mim. Tenho sido capaz de me entregar a esta canção em situações inimagináveis.



Outra faixa que destaco é “Good Morning”. Uma declaração de amor, esta canção é belíssima pela simplicidade. Pela cena que é possível imaginar ao ouvi-lo cantar seus versos.

“Bom dia/ Bom dia, amor/ Essa é a minha música de amor favorita/ Eu esperei a noite toda/ Antes que você entre no banho/ Antes que você se preocupe com o seu cabelo/ Amor, me dê mais uma hora/ Eu quero que você fique bem aí/ Eu não quero perder esse momento/ Eu não quero perder um beijo/ Se eu pudesse planejar um dia perfeito, amor, eu o começaria bem assim/ Bom dia/ Bom dia, amor.”

É demais assumir que tenho ouvido esta música todos os dias, pela manhã? Talvez eu enjoe, talvez não. É que meu sorriso declarado toda vez que escuto está canção é a prova do quanto minha alma está limpa. Do quanto me sinto bem comigo, hoje. Do quanto não há sobras de nenhum mal. Ao melhor Dia dos Namorados da minha vida. Sem demagogia ou hipocrisia. É que muito melhor do que ter alguém ao lado, é descobrir-se viva e feliz mesmo sem alguém ao lado. Porque não é mesmo qualquer um que importa.