segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy Winehouse Morre. Vazio. Além de um Olhar Medíocre.

Confesso que a morte de Amy Winehouse me abalou muito mais do que pensei que fosse abalar. No sábado, assim que li a notícia, fiquei horas pensando, pensando, pensando. É meio louco, mas não saía de minha mente a pergunta: como ela deveria estar se sentindo horas antes? Imagino que poucas pessoas percam tempo com esse tipo de pergunta. É que, depois que li sobre o show dela aqui em São Paulo – uma análise, inclusive, que publiquei aqui – senti uma empatia tão grande por seu trabalho e pessoa.

O primeiro contato que tive com a música de Amy Winehouse foi através de minha amiga Silvana Pereira. Nos melhores tempos de nossa amizade, fazíamos companhia uma para a outra sem precisar interagir – isso pode parecer meio louco – é que simplesmente bastava a companhia, e cada uma seguia fazendo alguma coisa independente. E ela ouviu incansavelmente Rehab. Aquilo, óbvio, me deixou com uma preguiça absurda de Amy Winehouse.

Passada a febre de 2008, em 2009 voltei a ter contato com a britânica. Meu último romance tinha seu DVD e víamos em seu carro, enquanto íamos para qualquer lugar. Com ele passei a gostar mais dela. Gostar o tanto que ela merecia. Mas realmente nada se compara à sua passagem pelo Brasil. Saber que as pessoas desejaram sua queda em público, ou algum tipo de vexame, colocou Amy em outra categoria em minha vida. E de tão romântica ou ingênua, torci muito para que ela conseguisse virar o jogo.

Enquanto escrevo, escuto seu primeiro álbum, “Frank” (Universal, 2004). O disco apresenta uma Amy diferente. E confesso que gosto um pouco mais. Não digo que é uma Amy limpa, porque não considero nada do que houve com ela ou seus hábitos como sujeira. Ela está sem pressões, talvez.

Não tenho capacidade de entender os sentimentos e a mente de Amy porque, óbvio, não posso ler mentes e porque não sou genial como ela foi. Mas quando tento entendê-la consigo pensar que tudo isso aqui que vivemos não consegue suprir essa ânsia por algo maior. E é sempre nesse vazio que a música vive.

Fico pensando que a mediocridade não permite que se alcance os pensamentos dessa moça. Uma pena que seu refúgio tenha despencado sobre sua cabeça e sufocado para sempre sua voz.

Não tenho a genialidade da Amy, mas experimento vez ou outra um tédio que só a arte consegue suprir. E sou feliz, de verdade feliz, porque outras coisas me preenchem. Deus. Yôga. A liberdade que se expressa através do vento, o mesmo vento que é capaz de bater em meu rosto e me fazer sentir viva.

Sei que correrei o risco de parecer muito prepotente, mas eu não seria honesta se eu não contasse que a morte de Amy me fez sentir vazia, de alguma forma vazia. É como se mais uma que me entendesse partisse.

Pensei muito em não redigir este texto. Não ser mais uma que se aproveita do assunto. Mas eu amo tanto a música, a arte, que eu não poderia deixar de dizer: R.I.P. Amy Winehouse.

sábado, 16 de julho de 2011

Beyoncé. 4. Justiça Seja Feita. Retorno ao R&B.

Os tempos são outros. Beyoncé é outra e talvez porque não precise mais de dinheiro ou de um lugar ao sol no mundo pop, ela surpreende em “4” (Sony, 2011). Nunca tive um bom encontro com Beyoncé. Isso não quer dizer que eu não reconheça seu talento. É que sempre me irritei ao extremo com suas músicas superficiais, seu rebolado que mais parece uma possessão demoníaca da cintura pra baixo e seus videoclipes cafonas. Volto a dizer, isso nunca significou que eu não reconhecesse seu talento.

Tenho certeza que muitas pessoas vão estranhar este texto, principalmente as que me conhecem, mas eu não seria justa se eu não falasse sobre “4”. Confesso que não quis chegar perto do disco, mas uma crítica na Folha de S. Paulo me fez mudar de ideia e estou eu aqui, falando sobre Beyoncé. Sobre “4”. Sobre o fato de eu já ter ouvido o disco inteiro várias vezes.

“1+1” é a canção que abre o álbum. Adoro sua melodia calma e, principalmente, como o solo de guitarra inebria. Gosto muito de baladas que deixam a guitarra brilhar. É uma música que seduz.

Forte, emotiva, “I Care” tem em seus primeiros segundos uma bateria bem marcada. Um som que, aliás, agrada muito e sai na contramão do que Beyoncé já fez até aqui. Os vocais não me deixam tão feliz com o seu “La La La La”, mas, ok – é uma música que encanta mesmo assim.

“I Miss You” é linda. Outro som diferente. O primeiro minuto atrai pela suavidade de sua voz. Beyoncé quando canta de verdade – e não grita – é capaz de hipnotizar. Um dom que ela realmente tem: interpretar.

Como nem tudo é perfeito – e ficou um pouco pior depois que a cantora lançou o videoclipe - “Best Thing I Never Had” é a segunda música de “4” que não gostei. E como sempre acontece, as piores do álbum são sempre as primeiras a serem lançadas. Como citou sabiamente minha querida Beatriz Granthan, duvido que Beyoncé consiga ouvir seu próprio disco inteiro de uma só vez. Estridente. Ponto. E não superei ainda aquele vestido de noiva no videoclipe.

“Party” é uma canção ótima, com participação de André 3000, e com “Rather Die Young” são as faixas de “4” nas quais é possível notar com mais clareza o retorno de Beyoncé ao R&B.

A minha segunda preferida, “Love On Top” é uma delícia. Com nítidas referências 80’s, Beyoncé apresenta uma de suas melhores canções até hoje. Seus minutos finais permitem viajar e, também, imaginar a canção em algum filme gostosinho de assistir.

Só que nada supera “Lay Up Under Me”. Nada! Com toda a verdade do meu coração: está canção arrebenta! Linda, gostosa de ouvir, com ótima interpretação. Os metais são a cereja do bolo que foi, sem sombra de dúvida, feito com muito carinho. Não pode ser o contrário. Beyoncé ganha meu respeito nessa canção. Mesmo eu não prometendo nunca mais falar mal dela, estou realmente com outros conceitos. “Lay Up Under Me” é a prova de que, quando se quer, é possível fazer música boa.

Não vou me demorar em ”Run The World”. É, para mim, a pior música do disco. Que saco! Foi a primeira música de trabalho. Consegue me entender? E como se não bastasse, a versão deluxe ainda traz três remixes.

Como gostei muito de “4”, termino meu texto falando de “Schoolin’ Life“. Top 3 do álbum. Sério. A nega mandou muito bem. E a prova maior dessa verdade é – infelizmente – Beyoncé ter vendido tão pouco. É muito triste ver um disco como “4” encalhado. Com menos rebolado, com mais sonoridade e bom gosto, Beyoncé lança um disco que merecia o estouro do anterior. Seu alter ego nunca teve nada a dizer. Em “4” a própria Beyoncé tem.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia do Rock. Significados. Guns n' Roses e Memórias.

Falou-se tanto sobre o Dia do Rock, mas, afinal, o que significa o rock para você? Para mim, é o início de minha paixão pela música. É a trilha sonora de minhas recordações de infância e o som que representa uma das pessoas mais importantes de minha vida: meu irmão, Emerson. Hoje, como muitas pessoas, tirei o mofo de alguns discos e deliciei-me ao som de clássicos que emocionam. Cada um por um motivo.

No quarto anexo à minha casa, funcionava o “estúdio”. Era ali que meu irmão ensaiava com sua banda. Herros Umanos! Como eu amei essa banda, como vibrei em seus shows e acompanhei cada ensaio como o evento mais importante de minha badalada infância. O que eles tocavam? Fácil, hoje o que podemos conferir em qualquer lista de hits dos anos 1990. Metallica, Faith no More, Guns n’ Roses, Alice in Chains, Iron Maiden, Pearl Jam e outros conhecidos nomes. Todos os dias quando eu chegava da escola, abria uma garrafa de coca-cola – ainda de vidro – e ouvia tais discos no 3 em 1 da Gradiente do meu irmão. Lembro que eu ainda roubava suas camisetas de bandas para ir à escola.

Uma música em especial que me marcou – e os Herros Umanos curiosamente nunca tocaram foi “Runaway Train”, do Soul Asylum. Essa música me emocionava tanto, tanto. Hoje, tive o prazer de resgatá-la. Entre tantas outras músicas importantes em minha história, ouvi quatro discos inteiros: “Is This It” (Sony & BMG, 2002), The Strokes; “Brothers in Arms” (Universal, 1987) do Dire Straits e, claro, “Use Your Illusion I” e “Use Your Illusion II” (Universal, 1991) do Guns n’ Roses, álbuns que elejo como os mais importantes do rock na minha vida.

Enquanto me recordo de momentos mágicos com aqueles vinis, rola na minha playlist: “November Rain”, “Don’t Cry”, “Patience”, “You Could Be Mine” e “Knockin On Heaven's Door”.

O Dia do Rock, instituído depois do inesquecível show “Live Aid”, realizado em 1985 em favor dos famintos da Etiópia, todos os anos é comemorado pelos amantes do gênero. Cada um à sua maneira resgata sucessos que marcaram e que contam um pouco sobre os sentimentos, vivências, pessoas e sonhos perdidos – ou realizados. Gostoso relembrar. E talvez, mais ainda, voltar à mesma idade que se tinha quando o hit aconteceu. “Shed a tear cause I'm missing you. I'm still alright to smile...”. Aos nove anos de idade, eu sonhava em ser bailarina e estilista. Dançava e desenhava praticamente o dia todo... Sonhava em ser uma mulher livre. E a ideia de liberdade curiosamente é a mesma que experimento hoje. Aquela sensação rara de não ter nada que possa me impedir de sentir, de viver qualquer coisa.

O rock pode ser definido de várias formas. Pode ter vários significados de acordo com uma época ou cultura. Para mim, contudo, o rock sempre será a porta que me abriu para o mundo que desfruto com imenso prazer, o da música, o da música que não existe para simplesmente embalar, mas para tocar a alma e escrever história.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Matthew Morrison. Estreia. Item de Colecionador?

Comprar ou não comprar o álbum de estreia de Matthew Morrison? Minha querida amiga Isabella Cesar procurou-me com esta dúvida. Como todos os produtos de Glee que chegam às lojas e logo desaparecem, imagino que esteja acontecendo o mesmo com o disco Matthew Morrison (Mercury, 2011). Item de colecionador apenas?

Enquanto ouço novamente o álbum, fico a pensar no peso que Matthew Morrison carrega nos ombros. Como desvencilhar-se de um papel tão estrondosamente de sucesso? Como mostrar esse diferencial sem cair no “mais do mesmo”?

“Still Got Tonight” é uma boa canção romântica. Nela, Morrison canta como o vemos em Glee, em interpretações como “Dream on”, que para mim é a música mais sexy de Glee. Ele coloca toda a emoção que pensa caber numa boa canção romântica pop.

“Summer Rain” é a minha preferida. Leve, gostosa, despretensiosa e, claro, sexy. Matthew tem uma sensualidade que deve sim ser explorada. Longe dos suéteres do professor, ele é um homem charmosérrimo. E vale citar um ensaio que ele fez para a Vogue America ao lado de Raquel Zimmerman... Lindo!

“Hey” segue a mesma levada de “Summer Rain” – o que podemos chamar de hit de verão, uma boa canção para se deixar levar.

“Don’t Stop Dancing” é fraca, bem fraca. A sensação que tive é que faltou canção para colocar no lugar e prevaleceu o dito “não tem tu, vai tu mesmo”. Talvez eu tenha pouquíssima paciência para canções que chamo de “punhetagem”. Eu sei, pouco fino de minha parte. É que repetições exageradas de frases em qualquer canção cansa meus ouvidos e minha beleza.

“Somewhere Over The Rainbow” é um dueto preguiçoso com a bela Gwyneth Paltrow. Sinceramente, achei que o casal poderia ter prestado uma homenagem mais entusiasmada à clássica canção que consagrou Judy Garland no filme “O Mágico de Oz”, em 1939. A melodia é meio assim – se é que me entende –, mas a letra é belíssima. Uma canção cheia de mensagens sensíveis e só por isso a música vale muito a pena.

“Algum dia eu queria que uma estrela atendesse meu pedido, me levando para além das nuvens, deixando tudo para trás, onde os problemas derretem como balas de limão”.

Com Sting, Morrison canta “Let Your Soul Be Your Pilot”. Também senti falta de uma empolgação. É algo que não entendi neste disco. As canções mais clássicas ficaram devendo uma interpretação a la Will Schuester. E o dueto com Elton John? É a única canção que não vou opinar porque não tenho opinião formada e porque acho que cada um a ouvirá de um jeito.

Para mim? Matthew Morrison é talento demais para um disco tão pouco empolgante. Metade convence com o pop “mais do mesmo”, a outra metade faltou sua energia, aquilo muito louco que sabemos que ele tem porque ele mostra em Glee. O que houve? Não sei. Mas também é só uma opinião, digamos, frustrada de uma também fã de Glee e de Morrison que esperava suspirar em cada canção. Mas continuo amando Matthew Morrison sem sombra de dúvida. E ao som de “Summer Rain”.

Recovery é o Primeiro Álbum a Vender 1 Milhão de Downloads. Eminem. Recuperação.

Não é porque é um dos meus álbuns preferidos não, viu? É que tenho acompanhado a história do Eminem mais de perto e gosto de valorizar quando sentimentos tão insuperáveis conseguem encontrar o caminho da arte. Todo mundo ganha! E o motivo de minha felicidade é que “Recovery” (Universal, 2010), do Eminem, é o primeiro álbum a vender um milhão de downloads nos Estados Unidos, segundo a Nielsen SoundScan. As vendas totais de “Recovery” nos Estados Unidos alcançam a marca de 3,9 milhões.

Outra querida do meu coração está prestes a alcançar a marca. Adele, como álbum “21” (Columbia, 2011), provavelmente chegará ao primeiro milhão na próxima semana. Como tenho gostado de brincar, Maysa reencarnou em Adele para experimentar sua melancolia no soul. Esta menina é impressionantemente talentosa. Outro disco que não sai do meu iPod.