quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Geraldo Vandré. Homenagem.


Gostaria muito de tornar conhecido – certamente, para as novas gerações – uma pessoa que significou muito para a cultura brasileira. Falo de Geraldo Vandré. Sabe aquela música super conhecida, “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”? Ou aquele verso “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”. 

Geraldo Vandré foi um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Como aconteceu com a maioria dos artistas que viveram o período da ditadura, Vandré foi obrigado, em 1968, devido ao AI-5, a exilar-se. O cantor morou no Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária nos quatro anos que ficou fora do país e somente em 1973 voltou ao Brasil.

A música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” acabou virando um hino de protesto contra a ditadura. Vale dizer que essa não foi a intenção do cantor, apenas aconteceu. Embora, dentre todos os movimentos artísticos da época – Bossa Nova, Jovem Guarda e o comecinho da Tropicália – Vandré tenha feito parte do grupo que não via a música como mera linguagem artística. Uma canção era um poderoso instrumento de crítica política e social para ele.

Rola uma história por aí que o compositor não é mais lúcido, devido às torturas sofridas e também à idade. Hoje, ele está com 77 anos. Contudo, não acredito. Em 2010, Vandré deu uma entrevista interessantíssima ao jornalista Geneton Moraes Neto, para o G1. Segundo disse, ele apenas escolheu não fazer mais parte de qualquer movimento artístico.

É chiquérrimo entender nossa cultura e valorizar quem fez parte dela com tanto entusiasmo. Geraldo Vandré foi essa personalidade que soube compor, cantar e construir, a partir disso – e não só com isso – um país melhor.

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