segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Victoria. Herbert Vianna. Intimista. Reminiscências.


Não sei se faz sentido, mas para mim a voz de Herbert Vianna causa a sensação de “estar em casa”. Pode ser por ter crescido ouvindo Paralamas do Sucesso, fortemente influenciada pelo gosto musical do meu irmão, que eu já falei aqui. Não sei exatamente. Só sei que é isso e apesar de reconhecer – não poderia ser diferente – de que ele não é um grande cantor, ainda assim é muito bom ouvir seus discos. “Victoria” (Oi Música, 2012) é um álbum com canções compostas por Herbert, mas gravadas por outros intérpretes como Ana Carolina (Pra Terminar), Daniela Mercury (Só pra Te Mostrar), Maria Bethânia (Quando Você não Está Aqui), Ivete Sangalo (Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim e A Lua Que Eu Te Dei), Zizi Possi (Só Sei Amar Assim) e Paula Toller (Derretendo Satélites).

“Victoria” é o quarto álbum solo de Herbet Vianna e tem aquele climinha gostoso todo intimista. A canção “Penso em Você”, por exemplo, é tão antiga que foi escrita antes do compositor fundar os Paralamas do Sucesso. Ou seja, o álbum é mesmo um daqueles momentos que podemos imaginar como um recorte, como um “abrindo a caixa de fotografias e objetos simbólicos afetivos antigos” para mostrar aos amigos.

Ao ouvir “Victoria” é possível perceber a marca que Herbert Vianna já deixou na história da música brasileira. São tantas as composições de sucesso que nem sabemos todas, vamos por aí, às vezes, reconhecendo-as. No caso, em algum momento será fácil pensar: “não sabia que essa música era dele”. 

Meu conselho antes de ouvir “Victoria” é: ouça-o sem comparações. O clima é outro e, claro, as interpretações são completamente diferentes. Não cabe comparação.

Vale comentar que “Victoria” é o primeiro nome da mulher de Herbert, a inglesa Lucy Needham Vianna, falecida em 2001, no mesmo acidente que o deixou paraplégico.

domingo, 20 de janeiro de 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013

Poliça. Canto Escuro. Sensualidade. Mistério.


Ouvi Poliça e gostei. Gostei muito. Não é o tipo de música que dá para ouvir em qualquer momento, acho eu. Ao menos não quando se quer concentração. Toda vez que tentei não consegui focar em nada. É um som que desestabiliza emocionalmente – sutilmente, é claro. A banda de indie rock estadunidense tem um quê de drama, daquele canto escuro que evoca o que está mais guardado dentro de nós e, claro, uma sensualidade. Falo do tipo de sensualidade que há em tudo o que é misterioso.

O disco de estreia do Poliça é “Give You The Ghost” (TGNP, 2012) e Channy Leaneagh, a vocalista, é um grande chamariz por sua voz enigmática, levemente modificada por ecos e efeitos eletrônicos que deixam tudo ainda mais interessante. O disco é uma viagem! Gosto muito também da maneira como uma música dá continuidade à outra.  Destaco “Forum” e “Wandering Star”. 

Principalmente porque se ouvirá muito falar do Poliça, recomendo ouvir o quanto antes para ficar completamente à vontade logo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Rihanna. Sete Capas. Complex Magazine.


Rihanna está com tudo! E desta vez a musa do pop arrebenta na capa da revista “Complex”. E como se não bastasse ela estar na capa de uma das mais legais revistas de masculinas e de entretenimento, ela posou para sete capas diferentes. Sete! E todas elas estão aqui. 

Ah, o número sete tem significado! “Unapologetic”, seu último álbum, foi lançado em sete shows, em sete países, em sete dias. Já a “Complex”, para quem nunca ouviu falar, é uma revista masculina que sempre fala sobre as últimas tendências em cultura, streetwear, arte, itens de consumo, entre outras cositas mas. 

Quer ver a Rihanna, né? Olhe aí, então!














Geraldo Vandré. Homenagem.


Gostaria muito de tornar conhecido – certamente, para as novas gerações – uma pessoa que significou muito para a cultura brasileira. Falo de Geraldo Vandré. Sabe aquela música super conhecida, “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores”? Ou aquele verso “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”. 

Geraldo Vandré foi um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Como aconteceu com a maioria dos artistas que viveram o período da ditadura, Vandré foi obrigado, em 1968, devido ao AI-5, a exilar-se. O cantor morou no Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária nos quatro anos que ficou fora do país e somente em 1973 voltou ao Brasil.

A música “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” acabou virando um hino de protesto contra a ditadura. Vale dizer que essa não foi a intenção do cantor, apenas aconteceu. Embora, dentre todos os movimentos artísticos da época – Bossa Nova, Jovem Guarda e o comecinho da Tropicália – Vandré tenha feito parte do grupo que não via a música como mera linguagem artística. Uma canção era um poderoso instrumento de crítica política e social para ele.

Rola uma história por aí que o compositor não é mais lúcido, devido às torturas sofridas e também à idade. Hoje, ele está com 77 anos. Contudo, não acredito. Em 2010, Vandré deu uma entrevista interessantíssima ao jornalista Geneton Moraes Neto, para o G1. Segundo disse, ele apenas escolheu não fazer mais parte de qualquer movimento artístico.

É chiquérrimo entender nossa cultura e valorizar quem fez parte dela com tanto entusiasmo. Geraldo Vandré foi essa personalidade que soube compor, cantar e construir, a partir disso – e não só com isso – um país melhor.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Alicia Kyes. “Girl On Fire”. Mais Baladas. Amadurecimento.


Paro para ouvir sempre porque é minha obrigação profissional, mas nunca, nunca, nunca me sinto tocada pela música de Alicia Kyes. A cantora soul que acabou de lançar o quinto álbum de estúdio, “Girl On Fire” (Sony, 2012), depois de um hiato de três anos, devido ao casamento e ao nascimento do primeiro filho, apresenta sim algo muito bem feito, cheio de baladas, mas sem qualquer coisa que realmente nos queime por dentro. Pelo menos a mim.

Independente do que eu sinta ou não, é preciso reconhecer o que funciona bem no álbum. Uma das faixas que se destacam é “Brand New Me”. Uma balada de letra forte, sobre mudanças, rompimentos que vêm com as mudanças e um pedido para ser vista como se é agora. Os arranjos de piano dão um brilho ímpar. Um dos méritos de Alicia Kyes, aliás. Sempre arrasa no piano.

O álbum “Girl On Fire” tem dedinhos de Bruno Mars e John Legend nas composições e palpites de produção também. O intuito foi deixar o disco o mais moderno possível. A faixa "Girl On Fire" também se destaca, mais pela música do que pela poesia, e é um dueto com Nicki Minaj. Esta canção está no topo da parada da Billboard. Sinto que faltou o fogo que o título promete. A letra é rasa, para o potencial da melodia.

"That's When I Knew" também se destaca com seus violões e a voz de Alicia está linda. 

Alicia Kyes guarda 14 Grammys em sua belíssima mansão e já vendeu mais de 30 milhões de álbuns no mundo. Confira o som desta garota em chamas.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Justin Timberlake. "Suit and Tie". Seis anos. Novo Disco. “The 20/20 Experience”.


Para mim, um dos nomes mais talentosos do pop: Justin Timberlake. O cantor acaba de lançar o single "Suit and Tie", em parceria com Jay-Z. Depois de seis anos longe da música, Justin anunciou que está de volta e que o novo disco sai este ano e já tem nome: “The 20/20 Experience”.

Não sei se estou muito exigente, mas "Suit and Tie" não é ainda uma canção nível Justin Timberlake. É incrivelmente bem feita, mas falta o borogodó do cantor. Não sei. O que achou?






Bruna Caram. “Será Bem-Vindo Qualquer Sorriso”. Terceiro Álbum.


Gostei da Bruna Caram desde a primeira vez que a ouvi. A música “Feriado Pessoal” é uma delícia e é uma dessas músicas de “menina”, como costumo dizer, que faz toda a diferença num dia triste ou que se precisa de um empurrãozinho para fazer algo surpreendente com a própria vida. Pelo menos é assim que costumo funcionar. Bruna Caram está de volta com seu terceiro álbum, “Será Bem-Vindo Qualquer Sorriso” (Tratore, 2012) e, ansiosa para ouvir, me frustrei um pouco. Senti falta da leveza do segundo álbum, “Feriado Pessoal” (Dabliu, 2009) e do romantismo do primeiro, “Essa Menina” (Dabliu, 2006), o meu disco preferido. 

Em “Será Bem-Vindo Qualquer Sorriso” Bruna não traz letras tão interessantes, nem melodias simples, porém envolventes, como nos discos anteriores. É um disco mais eclético e fica claro que ela quis ousar. Ela que não faz parte nem do grupo das cantoras “alternativas” e nem do grupo “popular”, faz algo diferente neste terceiro álbum, que tem certa irreverência, meio Rita Lee, só que não – como se costuma dizer nas redes sociais. Não combina. Essa canção é a “Não Perca Final”, do Zé Rodrix, que já escreveu para a Rita Lee, aliás. A canção "Segredo" tem letra de Herivelto Martins e Marino Pinto, de 1947, é um dueto com Marina de la Riva.

Bruna Caram canta desde os nove anos e há seis está em carreira solo. Muito bem aceita pela crítica, Bruna tem conquistado cada vez mais seu espaço. Vale ouvir, sempre, porque ela tem uma voz gostosa, mas, honestamente, prefiro os dois primeiros discos. “Será Bem-Vindo Qualquer Sorriso” traz também letras de Mallu Magalhães, Jorge Benjor e Djavan que, aliás, é a minha preferida: “Flor do Medo”.



domingo, 13 de janeiro de 2013

sábado, 12 de janeiro de 2013

Destiny's Child. Nuclear. 10 Anos Depois.


Quentíssima do show biz: Destiny's Child lança single depois de 10 anos! “Nuclear" foi produzida pelo famoso Pharrell e traz Beyoncé, Michelle Williams e Kelly Rowland em outra vibe – prepare-se, completamente diferente do passado, o que pode causar um estranhamento. A canção tem um climinha lounge bom, elegante, mas não considero uma música marcante, que te deixa com vontade de ouvir mais vezes. O single fará parte da coletânea que o grupo pretende lançar este ano, intitulado "Love Songs”.

As meninas não estão voltando com o grupo, apenas matando um pouco a saudade. O trio vai se apresentar também no intervalo do Super Bowl, algo que já sabíamos que Beyoncé faria. Claro que esta ideia vai gerar muito mais expectativas do que havia em torno da apresentação de Beyoncé. Esperar para ver. Enquanto isso, ouça “Nuclear”.







sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Los Hermanos. 1999. Estreia. Referência. Reverência.


Recordar é viver como diz o preguiçoso clichê. Los Hermanos, disco de estreia. Mas ele não é uma delícia? Ah, é sim. Devido ao post sobre a banda Benjamins, Los Hermanos voltou ao cenário. E o álbum “Los Hermanos” (Abril, 1999) é o emblemático da carreira dos moços. “Anna Julia” foi o estouro que abriu o mundo para a banda se consagrar como uma das mais interessantes do país. Não sei quem sabe, mas “Anna Julia” foi regravada, em inglês, pelo ex-beatle George Harrison. O sucesso da banda foi tanto que este primeiro álbum foi indicado ao Grammy, em 2000. Nada fracos.

Não, nada fracos. Todas as letras são demais de boas. Não sei se digo que é uma raridade, porque há sim muita coisa interessante em letra e em música em um mesmo conjunto de obra, mas Los Hermanos conquistaram um espaço bom demais, quase de massa, e com material atraente. E isso sim é raro. Deste álbum, além dos hits, acho o máximo “Pierrot” e “Tenha Dó”. É... Tem bem mais músicas incríveis... A vibe carnavalesca é o que há neste disco.

Formada por Marcelo Camelo, Rodrigo Barba, Rodrigo Amarante e Bruno Medina, a banda começou em 1997, no Rio de Janeiro. Importante dizer que o saxofonista Patrick Laplan era integrante da banda neste primeiro trabalho. Em 2007, a banda anunciou uma pausa, mas acabou presenteando seu público fiel com alguns shows no ano passado, em comemoração aos 15 anos de carreira. 

Se eles voltam? Quem sabe... Enquanto isso, curta muito este álbum sensacional.



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

La Roux. Conhecer. Amar para Sempre. Festa.


É um som completamente diferente para quem está acostumado com o bom e velho pop. Ainda mais o pop que ultimamente tem vindo bem mais pesado. O interessantíssimo som da banda “La Roux” é outro. É leve, é empolgante, é divertido. E tem uma vibe oitentista deliciosa. A banda de electropop sai do caminho que Lady Gaga e companhia tem seguido. É tão fino que chega a ser idiota comparar.

A banda levou um Grammy no ano passado, 2011, como Melhor Disco de Música Eletrônica e tem alcançado cada vez mais os ouvidos do mundo. Nascida na Inglaterra, em 2008, é formada por Ben Langmaid e Elly Jackson. Quase não se vê o moço. A moça, contudo, Elly, tem chamado também a atenção para si e já se ouve por ai seu nome como uma promessa solo feminina para este ano ou para os próximos anos. Destaque também para o visual andrógeno de Jackson.

O álbum destaque de hoje é o único da banda, o “La Roux”, lançado em 2009. Este disco alcançou o segundo lugar nas paradas de vendas do Reino Unido. A faixa "In for the Kill" foi a sexta mais vendida de 2011 no Reino Unido.

Este álbum é perfeito para começar a semana com algo de extremo bom gosto, arrojado, com aquele clima de festa constante. “La Roux” é nome para conhecer e amar para sempre. Se jogue, depois de muito curtir, na baladinha “Cover My Eyes”. É sensacional.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Banda Eva Ao Vivo. Claudinho e Buchecha Ao Vivo. Extravasar.

Tem dias que o melhor som é aquele antigo, que foi um estouro de sucesso, que toda vez que ouvimos tocar em algum lugar nos sentimos em casa com nossas lembranças. Dois discos me causam esta sensação e sei que em muitas pessoas também. Falo de “Banda Eva Ao Vivo” (Polygram, 1997) e “Claudinho e Buchecha Ao Vivo” (Universal, 1999).



O “Banda Eva Ao Vivo” foi gravado em 1997, em Salvador, sendo o quinto álbum da banda, mas o primeiro ao vivo. É tão antigo que Ivete Sangalo ainda era a vocalista. Este disco foi o penúltimo com a cantora à frente dos vocais. Claro, devido ao sucesso estrondoso do álbum, Ivete Sangalo começou a ser paquerada por grandes gravadoras como a Universal Music. Mesmo sendo composto por vários sucessos do álbum anterior da banda, sabemos bem como Ivete consegue ser outra em uma gravação ao vivo, não? 

Tudo isso tem tempo, né? Mas quem não dança feliz ao som de “Beleza Rara”, “Levada Louca”, “Leva Eu”, “Me Abraça” e “Flores”? Este álbum também traz algumas regravações como “Coleção”, de Cassiano, “Eva”, do Rádio Táxi – antigoooooooo - e “Vem Meu Amor”, do Olodum. A única inédita, “Arerê”, foi o maior sucesso do disco.


Já “Claudinho e Buchecha Ao Vivo” foi lançado em 1999 e vendeu mais de 100 mil cópias. Não tem como não ficar realmente mais feliz ouvindo este disco. Ele é muito alegre e mesmo que esse tipo de música não seja o seu preferido, ele passa muito boa energia. De diversão, de leveza. Este disco conta com todos os sucessos da dupla como: “Coisa de Cinema”, “Conquista”, “Só Love”, “Quero Te Encontrar” e “Nosso Sonho”. Uma boa opção para ouvir com os amigos num dia de churrasco, algo assim.

A música é algo tão incrível que tem um milhão de utilidades. Para elevar o espírito, para embalar uma história de amor ou fase da vida, para fazer sorrir, para fazer chorar ou para simplesmente extravasar. Dois discos que cumprem bem essa função. Não ligue para mais nada e aumente o som!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Patti Page. Ícone. R.I.P.


Voltamos ao tempo para celebrar e homenagear uma das maiores divas da música internacional. Nascida em Oklahoma, em 1927, com o nome de Clara Ann Fowler, Patti Page foi a artista feminina que mais vendeu discos nos anos 1950, alcançando a marca de 100 milhões. Um ícone. Aos 85 anos, Patti Page se despediu da vida no primeiro dia deste ano, deixando para os amantes da música um legado de sucessos.

Em 1948, “Confess” estourou e se tornou o seu primeiro grande sucesso. Outros hits como "Tennessee Waltz" – que foi um dos singles mais vendidos do século 20 – “Old Cape Cod", "Hush, Hush, Charlotte Sweet", o bolero "All My Love" e "How Much Is That" também carregam seu nome na história da música. Seu último disco, lançado no ano 2000, é o “Brand New Tennessee Waltz”, um álbum com alguns de seus maiores sucessos.

A força de Patti Page em sua época foi tão grande que mesmo quando o rock se tornou o som do momento, isso durante a segunda metade da década de 1950, sua música foi uma das poucas capazes de sobreviver. A cantora também foi a primeira a ter um programa de televisão. Foi na ABC, em 1958. "The Patti Page Show" fez tanto sucesso que foi indicado ao Emmy Awards em 1959. Este ano, o Grammy Awards vai homenagear Patti Page, fato que a cantora já sabia antes de falecer. Em todos esses anos de carreira, Patti ganhou apenas um Grammy, em 1999, pelo álbum "Live At Carnegie Hall" (DRG Records, 1998). Este disco é uma delícia. Sensível, alegre, é item de colecionador. Vale a pena ouvir e viver a alegria de Patti Page. Vigorosa!



quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

“Ilhabela”. Holger. Som do Verão?


Dois discos “Sunga” (Trama, 2010) e “Ilhabela” (Trama, 2012) e alguns títulos: “uma das mais interessantes bandas do país” e “o som do verão” – entre outros – descrevem o quinteto “Holger” e a miscelânea de ritmos que adotam. Em “Ilhabela” é claro que o som é autêntico, mas os elementos que o tornam único são os mais comuns. Os vocais deixam a desejar. As letras nem sempre são compreensíveis, deixando uma sensação de “não pertenço a este grupo”. O contrário do que penso ser o caminho a seguir de uma banda que pretende unicamente divertir. Som do verão dos alternativos? Pode ser... 

Ora pop, ora inclinado para o axé – com toques eletrônicos – a vibe que dizem ser divertida não alcança. Tampouco é possível imaginar um verão inesquecível embalado por eles. Falta alguma coisa. Talvez, o descompromisso com algum conceito. Não é assim com qualquer hit 1000% popular? Seria injusto não citar que uma proposta tão desprendida de gênero é sim bastante interessante. Acontece que, se o ouvinte não estiver bem disposto a conhecer a fundo, ele pode ficar com a sensação de falta de identidade e poesia superficial. A banda, contudo, pode estar nem aí para isso e que ótimo se for assim – para eles. 

Para conhecer, vale ouvir “Ilhabela” e tirar suas próprias conclusões.