Estou sentindo falta de um agito. O último, o salto de paraquedas, foi incrível e eu achei que ia sair como uma louca fazendo tudo o que queria, mas que nada. Com uma de minhas melhores amigas na área, depois de dois anos na Irlanda, o mês foi só casa/ trabalho/ trabalho/ casa. Somos vizinhas, então, nos vemos todos dos dias quando chego e ficamos o restante das horas conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, como nos velhos tempos.
Só que agora, me deparando com a falta de movimento na minha rotina - estou lendo o Blog da Joyce Pascowitch, o que faz com que qualquer pessoa com a vida mais agitada do mundo se sinta numa monotonia – estou a pensar que há exatos 30 dias não tenho uma experiência marcante. Como 30 dias passam e não percebemos? Como um ano inteiro passa e não conseguimos contar nos dedos de uma mão as coisas incríveis que aconteceram? Fora as preocupações que tomam parte desse tempo, o que mais nos ocupa?
Criei uma conta extra no Gmail para escrever para mim mesma – quando não tenho um amigo para desabafar – e para guardar coisas que recebo. Passando por lá para dar uma limpeza revi alguns e-mails que enviei para alguém (com cópia para esse arquivo secreto) e dei muitas risadas. O caso x era tão urgente naquele mês, e eu precisava tanto de uma solução, no bom e velho estilo Eliana de Castro de sentir tudo exageradamente, que o caso x ainda permanece em minha vida.
Se dedicássemos menos tempo tentando resolver “problemas” que só precisam de tempo para por si só se resolverem e nos empenhássemos mais em planejar uma viagem, quem já teria dado a volta ao mundo? Não estou contra o autoconhecimento e a troca, que acho importantíssimos para o crescimento pessoal, mas até que ponto é saudável falar, falar e não agir?
Os 30 dias simbólicos deste texto podem ser uma vida desperdiçada, um casamento desgastado que nunca teve um pico de emoção ou um trabalho que apenas paga as contas. Quando 30 dias viram 30 anos?
Ouvindo: Ne Yo – Miss Independent.