quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Seal, Heidi e Secrets.

Seal e Heidi Klum como casal é o retrato do que desejo para mim. Não sei quando começou, só sei que quero há muito, muito tempo. Um desejo tão real que nem consigo imaginar um futuro diferente. O amor. O contraste em forma de amor. Ou o amor em contraste. E nesse amor não haverá o mais forte. Nem o mais lindo ou o mais aceito. Qualquer notícia sobre um dos dois – ou sobre os dois - sempre me faz parar. A beleza dela tão radiante – e ninguém me convence que ela não é muitíssimo amada por ele – é o meu Ideal de vida. E nem preciso dizer o quanto ele transmite uma energia incrível, não só por sua voz única. Mesmo no mundo tão fugaz e superficial das celebs é possível identificar quem vive e sente de verdade.

A expressão de tudo o que estou dizendo e que é uma referência para mim acabou de ser lançada. O clipe do single Secrets, do novíssimo álbum Commitment, está na rede. Foi inevitável não chorar. A canção de letra simples, porém tão sincera, não poderia ter outras imagens. Penso que vai chocar, principalmente pela total ausência de pudor, mas tenho certeza que ao final da canção a sensação que vai prevalecer é a de que o amor existe, que músicas originais são sempre as melhores, que a arte deve ser uma expressão da vida – e não só uma rota de fuga – e, principalmente, que um clipe feito com sensibilidade impressiona muito mais que milionárias produções.

Vale assistir e clicar no “Ver Novamente”:

http://www.youtube.com/watch?v=vOuL2AnJPok

A todos o amor de Seal e Heidi.

Ouvindo: Secrets – Seal.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Colour Me Free.

Colour Me Free, Joss Stone. Estava curiosa para ouvi-la desde a primeira resenha na Revista Billboard, antes do álbum chegar às lojas. O disco saiu em 2009 e estou teoricamente atrasada, mas como com música não há tempo ou espaço, aqui cabem sim minhas impressões.

São claros os motivos que fazem de Joss Stone uma querida no meio musical. Ser tão jovem, tão talentosa, ter tanta expressividade e, principalmente, como veio se confirmar com Colour Me Free, ter muita personalidade. A loira tem causado um barulho criticando a indústria da música e provocando cantores de um nível, digamos, inferior, como Lily Allen. Mas ela tem consciência. O álbum que chamamos de último é uma viagem. Sensacional. Sensorial. Vai na contramão de tudo que odiamos no mainstream. Sua voz lindíssima nas músicas “de pegada” ou nas mais suaves faz você entrar em um universo paralelo. Ideal para os momentos que precisa de inspiração. Energético, bem produzido, as canções se diferem uma da outra com sutileza, tendo todas muita autenticidade, elas são partes independentes dentro de um todo muito bem organizado.

Joss como compositora me arrebentou. Como se tivesse escrito tudo sobre minha vida, suas letras estão explicando meus sentimentos. Parallel Lines – uma de minhas preferidas – tem versos encomendados: "Eu vejo você e eu sei que você me vê/ nós vamos caminhado/ Nossos caminhos nunca coincidem/ parece uma tela invisível.../ Apenas mais um lugar perdido na multidão/ Não dizendo nada, mas eu estou gritando alto/ Desejando do meu coração porque deveria ser essa vida solitária que vivemos... Nós somos tão ocupados tentando seguir em frente..." Lady é sexy, forte. Stalemate é o pedido de qualquer alma apaixonada. E a top, Girlfriend On Demand, provoca um surto de emoção com aquele piano. “Eu quero que você seja livre/ Mas eu não quero estar aqui ao seu lado pra você ficar me negando”. Piano em qualquer canção é de fazer chorar.

Para os sensíveis, para os amantes, para quem sabe ouvir música, para quem deseja se refugiar em melodias legítimas. Colour Me Free.

Ouvindo: Girlfriend On Demand – Joss Stone.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

30 Dias Depois.


Estou sentindo falta de um agito. O último, o salto de paraquedas, foi incrível e eu achei que ia sair como uma louca fazendo tudo o que queria, mas que nada. Com uma de minhas melhores amigas na área, depois de dois anos na Irlanda, o mês foi só casa/ trabalho/ trabalho/ casa. Somos vizinhas, então, nos vemos todos dos dias quando chego e ficamos o restante das horas conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo, como nos velhos tempos.

Só que agora, me deparando com a falta de movimento na minha rotina - estou lendo o Blog da Joyce Pascowitch, o que faz com que qualquer pessoa com a vida mais agitada do mundo se sinta numa monotonia – estou a pensar que há exatos 30 dias não tenho uma experiência marcante. Como 30 dias passam e não percebemos? Como um ano inteiro passa e não conseguimos contar nos dedos de uma mão as coisas incríveis que aconteceram? Fora as preocupações que tomam parte desse tempo, o que mais nos ocupa?

Criei uma conta extra no Gmail para escrever para mim mesma – quando não tenho um amigo para desabafar – e para guardar coisas que recebo. Passando por lá para dar uma limpeza revi alguns e-mails que enviei para alguém (com cópia para esse arquivo secreto) e dei muitas risadas. O caso x era tão urgente naquele mês, e eu precisava tanto de uma solução, no bom e velho estilo Eliana de Castro de sentir tudo exageradamente, que o caso x ainda permanece em minha vida.

Se dedicássemos menos tempo tentando resolver “problemas” que só precisam de tempo para por si só se resolverem e nos empenhássemos mais em planejar uma viagem, quem já teria dado a volta ao mundo? Não estou contra o autoconhecimento e a troca, que acho importantíssimos para o crescimento pessoal, mas até que ponto é saudável falar, falar e não agir?

Os 30 dias simbólicos deste texto podem ser uma vida desperdiçada, um casamento desgastado que nunca teve um pico de emoção ou um trabalho que apenas paga as contas. Quando 30 dias viram 30 anos?

Ouvindo: Ne Yo – Miss Independent.

domingo, 26 de setembro de 2010

Mudança de Planos.

Sempre li e ouvi que devemos chegar onde planejamos. Nunca perder o foco. Aconteça o que acontecer, temos que alcançar a meta. Mas se pararmos no meio do caminho?

Correndo forte e concentradamente percebi que havia dias que eu não deixava tantos sentimentos evaporarem numa corrida. Notei a tensão dos meus pensamentos e sentimentos impulsionarem meus passos de tal forma que em certo momento achei que fosse desmaiar de cansaço, embora eu não estivesse cansada.

Em determinado trecho, diante de uma paisagem linda, cheia de árvores e aquele perfume rústico de madeira, decidi desacelerar até que parei num quiosque bastante simples. Meu squeeze tinha caído na lama e senti que não poderia seguir sem água. Pedi à senhora que atendia para lavá-lo e enquanto isso aproveitei para sentar e simplesmente observar.

Não havia nada demais para ver, a não ser meus próprios pensamentos. Prosseguir? Parar? Tentar mais um pouco? Desistir? Valeria a pena ou tudo o que penso ser interessante não passa de mera ilusão?

Não queria mais correr. Estava tão bom ficar ali sentada que permaneci. Sem pressa para decidir, sem me importar com o que qualquer um poderia pensar já que eu não comia nada, não falava com ninguém, apenas olhava.

Ali, pensei se realmente temos que ir adiante com todos os planos. Não falo dos planos que ficam para trás pelo comodismo, pela distração. Aqui falo dos planos que em alto e bom som damos por encerrado. Sem arrependimentos, sem medo de seguir para outro desejo que talvez nem esteja ainda claro.

Pedi um pão de mel que parecia delicioso e segui o restante da rota andando. Leve, deliciando-me com aquele doce e com a sensação que me envolvia, notei que tudo pode parar a qualquer instante. E que a falta de controle sobre inclusive o que determinei para mim mesma há cinco minutos é real não só em minha vida, mas principalmente na vida do outro. Um outro que pode abalar minha segurança fortemente.

Se a melhor forma de sentir segurança é viver constantemente inseguro, pois nunca viveremos a sensação de o chão se abrir diante de nós, é saudável mudar de ideia a qualquer instante? O que, afinal, é garantido?

Ouvindo: Stalemate – Joss Stone

Foto: Embu das Artes – Foto Odele Souza.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Incêndio e o Tempo.

Olhei para a Roberta Milani e comentei “acho que vai chover, o céu está escuro”. Da minha mesa é possível ver parte do céu, entre alguns prédios. Continuei olhando até que notei que algo estava estranho. O céu escuro eram nuvens muito pretas, anúncio de algum incêndio. Descemos até o estacionamento e nos deparamos com um imenso e cruel incêndio na Favela do Real Park.

Não consegui assistir aquilo tão de perto, tanta destruição e rápida destruição. Quando voltei à minha mesa, o fogo havia se alastrado tanto que já era possível assistir de camarote. Arrepios profundos surgiam em meu corpo. Todos os meus problemas sumiram. Famílias inteiras não tinham mais nada. E acima de qualquer perda material, muitas delas não possuem agora sequer esperança de um recomeço.

Quando troquei a frase do meu MSN para “Incêndio. Muito triste. Deus esteja com todos”, imaginei que muitos ali, vítimas, devem estar se perguntando: “onde está Deus?”. Pergunta tão antiga quanto o próprio fogo. Ninguém consegue responder com precisão o papel de Deus diante das tragédias.

Quando acordei, coloquei uma música antiga, linda, e cantei de olhos fechados por alguns segundos: Meu Jesus, Salvador, outro igual não há/ Todos os dias quero louvar as maravilhas de Teu amor/ Consolo, abrigo, força e refúgio é o Senhor/ Com todo o meu ser, com tudo o que sou sempre Te adorarei/ Aclame ao Senhor toda a Terra e cantemos/ Poder, majestade e louvores ao Rei/ Montanhas se prostrem e rujam os mares ao som de Teu nome/ Alegre te louvo por Teus grandes feitos/ Firmado estarei, sempre Te amarei/ Incomparáveis são Tuas promessas pra mim.

No momento que tragédias como essa passam diante dos olhos, qual a sensação que deve permanecer? O que entendemos ser Deus ou em que/quem nos seguramos quando tudo falha? Esperar que nossa própria vida mude para mudarmos nossos pensamentos e sentimentos pode ser por demais arriscado. Como o fogo que queima sem piedade e destrói tudo rapidamente, o tempo também não espera até que nos sintamos preparados para viver, sentir ou fazer. A vida mais uma vez é agora.

Ouvindo: Melody – Ray J.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Vida é um Instante.

Todos sorriam para a foto. A noiva, o noivo, os pais da noiva. O pai da noiva – numa cadeira de rodas preso ainda pelas sequelas de um AVC – quando me viu abriu o sorriso mais incrível. Senti-me privilegiada. Pelo sorriso, mas muito mais pelo significado do sorriso. Um homem naquelas condições para sorrir tão espontaneamente precisa se sentir seguro. Que segurança, contudo, eu preciso para sorrir?

A festa seguia. Mulheres em seus vestidos longos, homens com suas gravatas já afrouxadas. Comida, bebida, sentimentos variados de felicidade (dos noivos), de sonho (dos que desejam casar) e de nostalgia (de quem um dia pensou que todos os dias seriam como o dia do casamento).

Sentada à mesa, observava todos. O pai da noiva ao meu lado esboçava o mesmo sorriso. Feliz ao meu lado. Eu feliz ao lado dele. Enquanto eu comentava trivialidades com uma amiga sentada à minha frente, notei que ele estava ligeiramente com sono. Segui esperando alguma novidade para me sentir parte daquela celebração. Não estava feliz, não tinha um sonho, nem nostalgia.

Dois segundos. Minha amiga chamou minha atenção para ele que de repente despencou os ombros e os braços. Levantei para tentar ajeitá-lo na cadeira de rodas. Corpo duro. Um instante. Minutos depois alguém o pegou desmaiado e o colocou dentro de um carro rumo ao hospital. Noiva em prantos, família suspensa entre o medo e a desilusão de não terem o direito de uma noite de conto de fadas.

Sentei-me, depois do primeiro tumulto consolando quem eu poderia consolar. Senti-me parte daquela celebração ali. Estava no lugar certo na hora certa. Acredito tanto que a vida é um instante e que nenhum sorriso deve ser guardado que não hesitei, quando entrei e os vi todos tirando a foto, em olhar para ele e falar entusiasmadamente: a próxima foto é nossa! Foi quando ele sorriu.

Ouvindo: Foolin’ Around – Usher

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pensamento Acelerado.

Não é fácil ouvir sobre nossos defeitos. Fere nosso ego e a primeira reação é achar que quem está nos acusando é um canalha. Mas quando vemos alguém que supostamente age como nós paramos para pensar: “será que João está sendo/fazendo o que o José disse que eu faço sempre e não percebo?”.

Quando vemos no outro nossos próprios defeitos não dá vontade de sair correndo gritando? Pela verdade de que somos pessoas muito mais complicadas do que supomos e pelo trabalho escandaloso de mudar de postura, de pensamentos.

Eu sou a única pessoa no mundo que não pode julgar outra por criar universos paralelos. Mas agora estou tendo mesmo a dimensão do que é especular e se precipitar, que coisa louca! A energia fica turva, parece que demora mais para fluir.

Se o que tem que acontecer acontece, o que podemos fazer? Qual é a saída? Trabalhar e ouvir música.

Quando os medos tomam à frente complica tanto. E é incrível quando vemos isso nos outros. Essa energia turva envolve ao redor também. Logo, a conclusão óbvia chega a chocar: ninguém tem prazer em ficar perto de alguém que antecipa o imutável: o tempo.

Como desacelerar o pensamento para que ele ande no mesmo compasso do tempo?

Ouvindo: Minha Vitória – Sérgio Saas

Foto: Da Internet.