segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sandy. Encerramento. Turnê Manuscrito. Elegância.



É de um profundo respeito pelos fãs quando um artista apresenta um show impecável. De som, de cenário, de figurino, de setlist e, claro, de interação. Este foi o caso da apresentação de encerramento da turnê “Manuscrito”, da cantora Sandy, ocorrida ontem, domingo, 9, no HSBC, em São Paulo. Elegante, harmonioso e satisfeito – do ponto de vista de quem estava executando, no caso, Sandy e sua equipe – o show foi uma premiação justa de um trabalho tão esperado e talvez, ainda, não compreendido, pós fim da dupla Sandy & Júnior.

A casa de shows estava lotada e os fãs eufóricos não deram um segundo de trégua para a cantora. Gritos e coros enfeitaram ainda mais a noite dela que, como sempre gentil, agradecia e devolvia com o mesmo carinho.  “Pés cansados” foi a música de abertura, cantada em uníssono. Depois de “Dedilhada” e “Perdida e Salva”, foi a vez de “Beija eu”, de Marisa Monte. Sandy mesclou inteligentemente músicas próprias e de outros artistas e apresentou um show maduro, mas sem perder o clima jovem que a consagrou. As letras revelam mais experiências e questionamentos, contudo o pop melódico continua – embora claramente mais arranjado. Sandy cantou ainda “Hoje Eu Quero Sair Só” de Lenine e “Bad” de Michael Jackson, uma interpretação rica, por sinal, que não só não descaracterizou a canção original como se revelou uma versão interessante, com seu ar de cabaret.  Das antigas, “Quando Você Passa” e “Estranho Jeito de Amar” realizaram os fãs presentes que chamaram pelo Júnior, presente na plateia. Júnior, aliás, assina a co-direção do show. 

As últimas canções, depois de 1h10 de apresentação, foram “Casa”, de Lulu Santos, o single da vez “Aquela dos 30” e "Tempo", faixa de "Manuscrito". A turnê que estreou em 19 de novembro de 2010 é de seu primeiro disco solo homônimo. O show tão aguardado revelou a maturidade da cantora em detalhes como no cenário retrô, cheio de espelhos e telões em forma de espelho, móveis rústicos e tapetes, além de suas próprias roupas sempre com ar vintage, mais de mulher e bastante feminina.

Sandy pode não agradar de cara quem espera receber a personificação de uma memória, a doce adolescente. Entretanto, surpreende quem se abre para o novo.  Suas composições dão o tom mais sério, mas as melodias são ainda tão pop como adoramos há uma geração.

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