Quem busca uma inspiração para dar uma pirada (saudável, por favor), Beautiful Dangerous é uma boa sugestão.
Ouvindo: Beautiful Dangerous – Fergie Feat Slash
(continuando...)
Simone: No quarto dia, percebi que meu cérebro já não via as pequeninas ofensas que fazia a mim mesma. Eu sabotava a situação e dizia: Mas isso é ofender a mim? É claro que era! Meu marido mais uma vez me ajudou a ver. Quinto dia, ou era no sexto, já não lembro, tive uma experiência muito desagradável. Estava conversando no MSN com uma amiga e fiquei aflita com a situação dela. Tinha medo de falar e não saber me expressar. Pensei: e se ela não entender o ponto de vista que estou tentando colocar? No meio da conversa, a Maria, outra amiga (nome trocado) me chama também no MSN e me convida para acompanhá-la ao shopping. Eu disse: “estou conversando com uma amiga e é importante, e preciso colocar a roupa no varal." Pelo fato de estar conversando com mais de uma pessoa, demorei para perguntar se podia ir ao shopping mais tarde, pois naquele momento não dava. Ela desligou o MSN e eu não entendi nada. Liguei para a Maria, perguntando o que tinha acontecido. Ela ficou muito brava e disse que entendia que os outros amigos eram mais importantes do que ela. Em vez de conversar com ela, eu explodi! Fiquei muito nervosa, pois ela não entendia que naquele momento eu não podia. Falei um monte! Estava tão nervosa que não me lembro ou meu cérebro tratou de deletar as coisas que eu disse. É claro que ela desligou o telefone na minha cara. Depois do que aconteceu, entrei em pânico! E comecei a ver claramente o que eu tinha feito. Minha forma de falar a fez ver coisas que não existiam. Não precisava ter dito: minha amiga precisa de mim! Maria também precisava e é minha amiga. Enfim, estou até hoje tentando me acalmar. Tentei pedir desculpas, mas ela não quer falar comigo. Hoje estou mais calma, mas estou triste.
O desafio faz com que eu adquira consciência dos meus atos, mas é preciso vigilância total. O céebro começa a mudar o processo e colocar flores e cores para que eu não veja determinada situação. Estou caminhando e ainda me deparo com várias situações pequeninas de desprezo ao meu próprio ser, mas só o fato de ter consciência disso já gera movimento rumo à mudança. Olhar-se dentro dói tanto como uma navalha rasgando seu interior.
Obrigada, Meninas!
Simone.
Esses relatos têm me impressionado! O da Simone Sarmento dividirei em dois post, para não prejudicar a leitura. Vale a pena!
Simone: O primeiro dia do desafio foi maravilhoso. Sentia-me leve e aliviada por ter tomado a decisão de mudar o que mais me prejudicava. Estava feliz e tranquila por não precisar me ridicularizar e muito menos ter nojo de mim mesma. Mas foi apenas no primeiro dia. No segundo, logo pela manhã, tive meu primeiro surto. Senti meu corpo reagindo violentamente. Tudo começa com uma raiva. Sinto como se todos os órgãos reagissem a tal emoção. E como uma bomba explode. Como e por que acontece? Eu previa que o gás da cozinha ia acabar, mas o dinheiro para comprar outras coisas. Como o previsto, no dia seguinte, acordo para fazer o café do marido e adivinha o que aconteceu? O gás acabou. Senti-me culpada, irresponsável, o pior dos seres humanos, afinal meu amor ia para o trabalho sem café da manhã. O gás seria comprado à tarde, mas prejudicar meu marido é uma situação que eu não aceito. Chorei, sofri até que me lembrei do desafio. Meu marido ajuda a lembrar do desafio e esta ajudando até hoje. Reordenei as ideias e fui colocando novos pensamentos até me acalmar e compreender que isso faz mal tanto para mim quanto para os que estão ao meu redor. Afinal, surto até mesmo por um copo que quebrou na cozinha. Neste dia do incidente, fiquei um pouco tensa e muitas e muitas vezes precisei conversar comigo mesma como se conversa com uma criança.
No terceiro dia, sentia meu corpo necessitando de algo como que fosse uma droga. Fiquei inquieta, insegura, e os medos tomavam conta. Não conseguia olhar no espelho e sentia-me feia. Para ajudar em tal processo, resolvi ir ao curso a pé. Agora vou ao curso (contabilidade) a pé. Caminho 40 minutos para ir e 40 minutos para voltar. Isso ajuda a aliviar minhas tensões e vou pensando no caminho sobre quem sou. O efeito disso é que já consegui esboçar minha opinião em sala de aula. Mas detalhe, fiquei o dia seguinte questionando se a ideia realmente era certa. Gritei pra mim mesma! NÃO IMPORTA SE ESTÁ CERTO, DROGA! FAÇA APENAS. FAÇA! Como sempre eu converso comigo mesma, lembro do desafio e mudo os pensamentos no sentido contrário.
(continua...)