terça-feira, 30 de setembro de 2008

Flores da Borda.





Uma garoa fina e um frio fora de época deixaram o clima bastante pesado neste último sábado 27. Enquanto eu me dirigia ao Campo do Pantanal, para acompanhar a apresentação do “Flores da Borda”, espetáculo criado por Cláudia Palma, bailarina da Cia 2 do Balé da Cidade de São Paulo e alunos da Fábrica de Criatividade, relembrei alguns momentos que vivi na Fábrica de Criatividade em dias tristes e fechados como este sábado. Acompanhar o crescimento de um projeto como esse é inenarrável. Não consigo transcrever o tamanho do orgulho - muitas vezes da frustração e raiva também - mas muito mais do orgulho que sinto.

Não tem como ignorar sentimentos fortes ao entrar num campo de futebol que serve uma comunidade fechada no Capão Redondo e ver um palco lindo, iluminado e profissional e saber que ali vão se apresentar bailarinos profissionais, de uma das melhores companhias de dança do país. São os muros sendo derrubados pela arte, pela vontade de fazer diferente e de fazer bonito, porque a arte e a beleza são para todos.

Quando nossos alunos entraram, não teve como conter a emoção. Tão profissionais! Seus rostos concentrados. E mesmo sabendo que seus corações batiam muito forte, era impossível quebrar a seriedade do que construíram com tanto trabalho.

Ali, como a jornalista da casa, como alguém que ajuda a gerenciar, entendi o que me moveu há quase quatro anos. Uma visão divina encheu meu coração de força e me ajudou a tornar real o ideal de tanta gente. Viver e celebrar a diversidade. Apreciar e experimentar o novo. Apertar a mão de pessoas diferentes e entender que o que importa é acessível a todos.

Ali, junto aos meus amigos que constroem diariamente a Fábrica de Criatividade, me senti preenchida. Periferia produz arte digna de manchete em jornal.

Ouvindo: Bee Gees - How Deep Is Your Love.

Fotos: Espetáculo "Flores da Borda", de Cláudia Palma.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mudei de Idéia.


Mudei de idéia. Hoje não penso mais que algumas grandes mulheres são solteiras porque são independentes. Descobri isso numa conversa descompromissada e descontraída com minha amiga Adriana Rodrigues por e-mail. Fazemos isso quando estamos entediadas com nossos trabalhos. São conversas rápidas. Ler a seguir:

Adriana:
Sei como é ....mas acho que seria legal alguém por perto pra cuidar as vezes..
Será que você não esta passando para os rapazes que você tem contato, um ar de eu cuido de minha vida sozinha... Independência demais? Sei lá... Tem rapazes que acabam ficando com receio, medo de um fora...

Eliana:
Isso sempre foi uma característica muito forte em mim, e ficou incrivelmente mais acentuada de uns tempos para cá, quando me resolvi comigo mesma, com minhas frustrações familiares. Depois que me tornei mais centrada e segura, tudo ficou melhor, inclusive minhas relações amorosas. Um dia eu achei que isso atrapalhava, hoje não acho não. Hoje acho que isso é uma grande desculpa de homem que não tem coragem de viver uma vida bacana a dois. E quem topa - todos os meus amores desde então – sabem que vale a pena. E quando falo de vida bacana a dois é a vida sem cobranças ridículas, sem comodismo característico de casal que não busca viver experiências diversas junto.
Eu já encanei pacas com isso, achando até que eu tinha que me diminuir para não assustar o bendito. Hoje não penso assim. Todo mundo tem o direito de ser quem é e pena de quem não sabe lidar com isso. E foram, inclusive, pessoas como o Luis Fernando, o próprio Rafael hoje, que me fazem pensar assim. Assustar, assusta, mas esses homens se assustam com qualquer coisa. Hoje sou mais leve, mais divertida, mais agradável, consigo fazer com que qualquer pessoa se sinta bem ao meu lado. Eles acabam até esquecendo a independência.

Ela ainda não me respondeu. E penso correr o risco de ler aquilo que não vou gostar, porque essa auto-estima me faz pensar mesmo nessa dinâmica que envolve a insegurança masculina. Mas estou muito certa disso. O grande segredo agora dos relacionamentos é a leveza.

Ouvindo: Vanessa da Mata – Amado

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Imbecilidade.


Joguei-me no sofá neste final de domingo e liguei a televisão. Na Record, passou o filme “Escrito nas Estrelas”. Um romântico. Já havia assistido há alguns anos. Uma frase de um personagem, contudo, me fez pensar no conflito mais antigo e mais atual de minha vida. “Tente fazer o melhor e vai ser considerado um imbecil”.

Não é de hoje que busco em minhas relações um nível elevadíssimo de ética e transparência além, muito além do que as pessoas entendem ser ética ou transparência. Hoje, aos 26 anos, acredito ter conseguido com 90% das pessoas, 90% de sucesso. É um número muito satisfatório. Muito. Porque observo outras relações ou quem está entrando em minha vida e noto como é difícil ser relaxado, ser seguro quando o assunto é confiar. E para que uma pessoa se sinta bem, quase sempre dedico um esforço que me faz parecer uma imbecil. E, hoje, mesmo com tantas histórias lindas para contar, consigo pensar se o caminho é mesmo esse: esperar que o meu sincero sentimento alcance.

Eu sei que ele no final sempre alcança. Sei. E parecer uma imbecil não é tão ruim assim quando penso que posso ensinar o outro a viver melhor com seus sentimentos. Só que isso de vez em quando (e ainda) sangra. E nessa hora ponho na mesa, como sempre, todas as minhas dúvidas, crenças, missão de vida e limites. Olho para tudo e peso.

No final, nunca mudo de idéia. Continuo pensando que acreditar e dar chance são sempre os melhores caminhos. E acho que não vou mudar de idéia ainda.

E é engraçado perceber que só preciso escrever um pouco ao som de uma música linda para entender que tudo, tudo está nos olhos de quem vê. Imbecil é quem vê imbecilidade em buscar sempre o melhor.

Ouvindo: Keith Urban- I Wanna Be Your Everything

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Preço.


Hoje me perguntaram se eu faria sexo anal por R$ 1 milhão. É o sexo mais horrível que posso imaginar. Longe de mim condenar, até porque não posso dizer que dessa água não beberei, mas acho tão, tão estranho. Para mim, ali é um lugar que foi reservado somente para o Exit. Há alguns dias venho pensando o que eu faria de muito impossível por dinheiro? Todo mundo tem seu preço? Sexo eu sei que é bobagem. Todo mundo faz de graça e esse papo de “vender o corpo” é bem esquisito. Ainda não sei pelo que me venderia, mas estou pensando.

Ouvindo: That's The Way It Is - Celine Dion

Foto: Foi a Lua mais linda que já vi. Muuito grande. Tirei no Parque Ibirapuera.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rumos.


Há alguns dias tenho pensado no rumo que minha vida tem tomado. E pensado se realmente é este o caminho que quero seguir. Senti medo de olhar para trás, daqui a alguns anos, e descobrir que em algum lugar me perdi. O que eu acredito. As pessoas que realmente são importantes. O que escondi de mim mesma? Hoje passei em frente à escola que estudei quando criança. Fui tão, mas tão feliz ali. Decidi que quero voltar lá em dia comum para olhar cada canto que passei. Não é saudosismo, é experiência importante para se viver bem. Recordar o que foi bom. E do jeito que for possível resgatar.


Ouvindo: O Amor é Mais – Rafael Brito