sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz 2011! Lista de Desejos.

Último dia do ano e minha listinha de “promessas” ainda não está completa. Talvez porque eu não tenha tanta coisa assim para prometer já que me encontro – privilegiadamente – num estado de contentamento sem igual. Enquanto arrumo meu quarto para o Ano Novo, ajeitando coisas, colocando comprinhas fofas no lugar e limpando as lembranças de um passado bom para novas lembranças, volto ao computador e escrevo um pouco sobre meus desejos.

1 - Quero muito mais músicas! Novos discos, novas emoções. Para começar, selecionei discos que nunca ouvi. Quero sentir a emoção deliciosa de uma canção percorrendo por todo o meu corpo. Que 2011 seja o Ano da Música & Shows que tanto amo assistir. Os discos são:


Fernanda Takai – Onde Brilhem os Olhos Teus

Luiza Possi – Bons Ventos Sempre Chegam

Vanessa Carlton – Heroes & Thieves

2 – Yôga! O maior presente que Deus pode me dar. Esta filosofia de vida me arrebatou e me proporcionou alcançar todos os meus desejos. Em 2011, quero dedicar-me de corpo e alma a ele.

3 - Livros! Sim, ler descontroladamente. Muito. Quero bater meu recorde anual, embora eu sei que será o item mais difícil pela falta de tempo. Mas quero tentar. Quero viajar no mundo dos autores que eu escolher e viver suas emoções. Quero que cada livro chame o meu sonho maior e me deixe mais perto de conquistá-lo. Começo 2011 com As Montanhas de Buda.

4 – Viajar! Este ano quero sair mais de São Paulo. Tentar gastar menos com roupa (dificíllimo) para conhecer novos lugares. Primeira viagem de 2011: Paraty!

5 – Moda! Quero simplesmente arrasar. Moda é uma das minhas grandes paixões e 2011 será marcado por muito, muito, muito estilo. Para me inspirar, escolhi a estonteante Heidi Klum. Ela que, além de linda, ama corrida, ama o amor, está sempre sorrindo e sendo feliz. É uma inspiração em todos os sentidos.


Que 2011 seja para mim muito mais que esses cinco itens. E que para você seja muito mais do que enumera aí, na sua lista pessoal.

Mais beijo na boca. Mais oração. Mais risada. Menos reclamação. Mais amor saudável. Mais lingerie sexy. Mais fotografia. Mais frutas e legumes. Menos coração partido. Menos sedentarismo. Mais passeio. Mais papo de bar. Menos rancor. Mais liberdade aos que dizemos amar.

Que os amores verdadeiros sempre fiquem ou que voltem. Que a saudade não faça chorar. Que pensemos sempre da forma mais simples.

Mais revistas. Menos lixo. Mais amor. Menos fofocas. Que os homens sejam mais sinceros. Que as mulheres sejam menos chatas. Mais endorfina. Menos drogas.

Mais, muito mais vida. Pulsação. Vibração!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Discos da Década. Minha Década.


Mais uma década se vai. E como acontece com todas, passamos a definir como X ou Y, como a que revelou X pessoas ou ditou um N tipos de comportamento. Os anos 00, como vamos chamar daqui a alguns anos, foram os anos da minha juventude mais fresca. A década dos meus 20 anos.

2001, 19 anos -- O mundo ainda era por demais escuro e sem muitas perspectivas. Não sentia segurança em nenhum aspecto. Meu rosto era tomado por acnes, meu cabelo não era o tão admirado de hoje e minha intelectualidade estava dando os primeiros passos, embora eu já notasse uma rapidez de raciocínio incomum nas garotas de minha idade. O 2º ano da Faculdade de Jornalismo foi marcado por boas amizades (Isabella e Adriana, principalmente), um amor doente que foi embora e um novo que encheu meu mundo de luz e me mostrou que um homem pode amar uma mulher e deixá-la linda de tanto amor. Luís Fernando. Conheci as grandes amigas Fernanda La Salye e Daniela Gusmão. Foi o ano que fui morena pela primeira e única vez. (Música do Ano: Se No Te Hubiera, Christina Aguilera)


2002, 20 anos. Foi o ano que passei mais tempo dentro de uma biblioteca. O desafio era ler dois livros por semana. Vivi também grandes aventuras com o amigo Sinval Aragão. (Música do Ano: Somente Teu, Senhor, Leonardo Gonçalves)

2003/2004, 21/22 anos. Mais segura, comandei um programa de rádio que foi uma das grandes experiências da minha vida. Amo todos profundamente e tenho cada lembrança guardadinha no meu coração. Gladys Arouca, Jonas Pinho, Carlos Bassi, Zico, Rosinha, Sérgio Borges, Misa Gruber, Ad Ferreira e tantos outros nomes que entraram e saíram dos estúdios da Rádio Musical. Foi o último ano de faculdade. Despedida de um tempo que não sinto saudade. Foi o ano que comecei a sentir o gostinho da liberdade interior. Um fiozinho que encheu meu mundo de esperança. Misa Gruber foi meu grande companheiro e amigo fiel. Saudade de suas macarronadas apimentadíssimas. (Música do Ano: Confessions, Usher)

2005, 23 anos. Bruno Duarte entrou na minha vida para dividir águas e a Fábrica de Criatividade passou e ser a grande paixão de minha vida. Ali, Denilson Shikako, Maria Fernanda Carmo, Felipe Junior, Sidney Santos e tantos outros passaram a ser a minha família. Conheci Claudia Oliveira, onde desenvolvemos poderes de "bruxa". José Junior, coordenador do Grupo Cultural AfroReggae, foi o homem que influenciou incrivelmente quem sou hoje. Integrei o Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp, braço jovem da instituição criado pelo presidente Paulo Skaf. Sim, pai de André Skaf, hoje meu chefe. Foi um ano muito bom como profissional. Cresci muito convivendo com grandes mentes empreendedoras. Cris Miano, Antônio Gonçalves, Sylvio Gomide, Ronaldo Koloszuk, Rafael Marino, Benson, Rodrigo Doria, Katy Corban, entre tantos outros. (Música do Ano: Na Tua Rua, Ana Carolina)

2006, 24 anos. A partir daqui, tudo foi diferente. Considero o ano que tornou minha vida perfeita. Tornei-me um anjo, com minha amiga Hermínia Pires, e passamos a ter uma identidade secreta. Foi o ano de desafios na Fábrica de Criatividade, mas o ano que nos uniu como nunca. Mafê e eu ouvimos Michael Jackson até cansar (Música: Billie Jean, Michael Jackson)


2007, 25 anos. Simone Sarmento foi minha companheira fiel. Horas a fio filosofando sobre tudo o que podíamos. Ano em que ela me apresentou alguns conhecimentos que mudaram minha vida. Ano que me apaixonei por Fabiano Jureczek. O que senti por ele me fez crescer muito. Descobri a frase que se tornou meu mantra: o amor é o que o amor faz. (Música do Ano: Iris, Goo Goo Dolls)

2008, 26 anos. William Ribeiro me abriu o mundo da música eletrônica. Como resisti mudar de vida! Mas foi um dos passos mais incríveis que dei. Ramilson Maia, Mad Zoo e Fernando Castro integraram minha rotina. Delícia de viver. O disco IN SAO PAULO tornou-se minha paixão, entre outras cositas relacionadas. (Música do Ano: Music Fellings, Ramilson Maia e Fernando Ferds)

2009, 27 anos. Mudança de trabalho. Época difícil demais profissionalmente. Mas ganhei o queridíssimo Antônio Neto e nossos chás com rosca foram refrigérios numa época difícil de aceitar. Com Filipe Vicente, quase vivi a maior experiência de minha vida: ver o show de Michael Jackson em Londres. Com Filipe, desde 2005, vivi muitas, mas muitas coisas incríveis. Hoje é uma das pessoas sem as quais não sei viver. Foi também o ano que Rafael Dalmo invadiu meu mundo. Sem convite, completamente forçado. Mas sem dúvida uma invasão que rendeu bons momentos de risadas, provando que o amor dos meus sonhos é possível. Ainda vou viajar em cima de um trem de carga (Música do Ano: Nossa Música, Vanessa da Mata)

2010, 28 anos. Meu grande motivo para dizer que este ano valeu a pena é estar onde estou hoje. Amo meu trabalho, tenho liberdade para me vestir, ser quem sou e sonhar com muito mais do que minha imaginação alcançou. Este ano foi incrível, em todos os sentidos. Viajei, cantei, fui aos melhores shows e peças, comprei tudo o que quis e fui feliz cada segundo, até quando não fui. Voltei ao yôga e ganhei amigos especiais (Mariana Beluco e pessoal da Unidade Berrini do Método DeRose). É o ano que fecho ciclos importantes – alguns que doem muito – mas um ano que me sinto em paz. Pela primeira vez, 100% em paz. (Música do Ano: Encontro, Maria Gadú)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Shakira. Sale El Sol. Quando Menos Se Espera.

Filipe Vicente já me avisou que vou assistir ao show da Shakira. O que pode ser uma grande notícia para muitas pessoas, não é para mim. Não gosto do som dela. Adoro seus cabelos rebeldes, seu corpo é escultural e ela dança muito bem – acho que o único videoclipe que assisti muito dela foi Beautiful Liar, porque ela arrasa e deixa a Beyoncé no chinelo. Fora isso... Shakira é... Ok!

Sale El Sol. A música tema é linda. Escrita pela própria Shakira, alguns trechos me encantam. “De tanto somar, perdi a conta. Porque um e um não são sempre dois”. “Tanto quero te beijar que me doem os lábios”. A baladinha é gostosa demais. É a melhor música para mim. Antes de Las Seis é outra que me deixa calminha. Embala muito deliciosamente e sua letra tem trechinhos muito bons. “Não seja tão estranho, duro como uma pedra, se te mostrei pedaços da pele que a luz do sol ainda não tocou/ E tantos sinais que nem eu mesma conhecia/ Te mostrei a minha força bruta, meu calcanhar de Aquiles, minha poesia”. “Se você me vê desarmada, por que lança os seus mísseis?/Se já conhece os meus pontos cardinais, os mais sensíveis e sutis”.

Como não curto ritmos latinos, o restante não me agrada, mas reconheço o bom resgate aos sons de sua etnia: merengue (Loca; que achei chata), salsa (Addicted to You; das que não gosto é a que mais me agrada por ser limpa) e reggaeton (Gordita, a que cheguei a odiar). Islands é a que mais me alcança das agitadas, talvez pelos elementos eletrônicos. Embora Sale El Sol tenha sido muito bem aceito pela crítica, não é o disco que vai tocar muito no meu Ipod. No geral, achei que muitos ritmos se misturaram num só álbum.

Pensei nas razões para dedicar um post a Sale El Sol e cheguei à conclusão que é devido à música tema. Depois de dias muito bons no Rio de Janeiro, com um sol lindo e um mar arrebatador, entendi o que ela disse. Realmente, quando menos esperamos sai o sol. E deixar que seu brilho nos irradie, por mais apegados que estejamos às sombras – mesmo sem perceber – é a melhor maneira de deixar que o novo tome o seu lugar. E não adianta o quanto não aceitemos ou tentemos deixar tudo como está. Se a vida quer, deixe. O mais importante sempre é não impedir o curso do rio de sua vida. Ouvindo Sale El Sol, deitada, num cantinho do Arpoador, fazendo de meu próprio tênis um travesseiro, meditei olhando o mar batendo nas pedras. Cena linda que ensina sem falar.

Lo que Más encerra para mim. Outra romântica que expressa algo comum. Quer queiramos ou não, mesmo que seja tudo o que mais queríamos, às vezes é importante saber largar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Clipe de Hold My Hand. Michael Jackson.


Exatamente aos 25 segundos, um arrepio profundo subiu dos meus pés, percorrendo todo o meu corpo. Não acreditei que pudesse ficar tão sensível. O clipe de Hold My Hand acaba de ser divulgado no site oficial de Michael Jackson e a seleção das cenas me emocionou. Simples como a canção, a mensagem foi passada com homenagens de fãs, bailarinos, do próprio Akon e de personagens que encenam o cotidiano, valorizando momentos em que o ato de dar as mãos nem sempre é sentido. Se eu acreditasse em vida após a morte, diria que MJ participou do clipe. De verdade! Os momentos em que o astro aparece evocam uma energia em arrepios incomuns. Mas não acredito e não estou exagerando meu amor por ele. O que acontece no clipe de Hold My Hand é que a sensibilidade de seus editores, dirigidos por Mark Pellington, se sobrepõe a tudo. Eles não só conseguiram colocar as imagens de Michael no momento certo, como escolheram os gestos certos. A famosa abertura de braços, ao alto, e a leve inclinação de seu corpo para frente é uma posição/postura tão característica quanto o moonwalker. Crianças, bailarinos, gente comum, tudo tão Michael Jackson. Amei um dos takes finais, quando uma bailarina executa um pirouette sozinha, no espaço do angar, no minuto 3’23. Deu a sensação de que não importa onde, nem com quem, o amor à dança e à arte, tão evidentes em toda a trajetória de MJ, vai ser a inspiração de muitos jovens para sempre. Belíssimo!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Minha Sala de Música. Taylor Swift.

Parece que vou ficar dias aqui. Não quero falar mais do que devo, pois tenho medo que tudo se torne ainda maior. Meu coração está transbordando e o que se esparrama dele é quente e espesso. E eu fico a todo o instante lembrando uma frase da doce Taylor Swift numa entrevista que li recentemente: “uma dor só vale a pena se virar uma canção”. Estou tentando fazer com que tudo o que estou sentindo se torne algo maior, mais bonito e que nada torne meus dias menos interessantes ou felizes.

Depois que li tal frase, fiquei curiosa sobre a carreira de Taylor Swift. Achei maduro demais a compreensão da moça sobre a (in)utilidade dos momentos offline que invariavelmente vivemos. Confesso que não gosto muito de cantora ou cantor que tem esse timbre meio Disney, mas mesmo assim decidi conhecê-la de coração aberto. Speak Now seria uma boa maneira de começar porque o disco está quentinho. O terceiro álbum é todo escrito por Taylor. São letras que expressam seus sentimentos e vivências – e para quem acompanha sua vida e carreira, dá até para saber sobre o que ou quem a loira está falando.

O primeiro single lançado, Mine, é uma canção fofa, sobre um tema atemporal e nada restrito aos adolescentes: amor não correspondido. E nesta canção, Taylor pergunta: “por que é que nós damos uma chance ao amor se ele nunca dura?”. Pergunta muito pertinente, afinal. Em If This Was a Movie, ela conta sobre um amor ao qual não soube dar valor. Letra honesta e melodia muito gostosa. É uma das minhas duas preferidas. As mais adolescentes, The Story Of Us e Better Than Revenge são as faixas menos interessantes, agitadas a proporções enjoativas. Foi o momento que notei que sua música é jovem demais para os meus ouvidos – ainda. Já Back to December é uma belíssima balada. Minha segunda preferida. A letra sincera – pelo visto contando uma história real – dá aquela peculiar vontade de colocar a música no repeat. O álbum deluxe traz essa canção também em versão acústica.

Se a indústria da música já aceitou que o mercado de compra de discos não é mais o mesmo, na semana de lançamento de Break Now um milagre aconteceu. Que tal 1.047.000 cópias vendidas? Cópias físicas! Os downloads passaram de 2 milhões.

Entender o processo de criação de Taylor me fez gostar de ficar mais tempo na minha sala de música. Posso falar sobre o que eu quiser em meus textos, de forma clara ou em códigos, e pensar que por mais que muitas vezes me leiam – no caso dela, a escutem – ainda posso sentir como se tudo que eu coloco aqui, morresse aqui, e ninguém estivesse a me observar para me julgar.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Minha Sala de Música. Joss Stone.


Uma interessante maneira de suspender emoções é mergulhar em algum assunto que você ama. No meu caso: música. Escolho um nome e vou fundo. Analiso letras, ouço músicas, estudo referências e leio histórias. Não é apenas uma estratégia para não viver minha vida por alguns instantes. Talvez seja viver a minha vida dentro de um lugar mais seguro. E este lugar, dentro de mim, eu chamo agora de: minha sala de música. Não perturbe. Não entre sem bater.

Enquanto Dusty Springfield se entrega em The Look of Love, invado a vida de Joss Stone. Dusty é uma de suas inspirações – que difícil isso, não? Talvez por ser branca com voz de negra como Joss, ou talvez por cantar letras tão sentidas. Em Joss Stone, uma das coisas que mais curto, além da voz m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a, são as letras. Quando não sabemos explicar um sentimento, ela sabe. Em versos curtos, nossas complexas sensações são jogadas na mesa. Uma música forte para mim é o grito de liberdade em Right To be Wrong:

"Estou entrando no grande desconhecido/ Sinto que tenho asas embora eu nunca tenha voado ... Já me seguraram por muito tempo/ Eu tenho que me libertar para finalmente respirar/ Tenho direito de errar/ Cantar minhas próprias canções/ E posso ficar desafinada/ Mas com certeza me sinto bem assim ... Eu não posso retornar, estou numa missão/ Se você se importa, não ofusque minha visão/ Me deixe ser tudo o que posso ser/ Não me desmotive com negatividade/ Qualquer coisa lá fora que está esperando por mim/ Eu estou indo disposta a enfrentar."

Stone é a artista mais jovem a chegar no primeiro lugar da parada britânica. Os quatro bem sucedidos álbuns não deixam a desejar em nada. Voz, arranjos, estilo – conseguindo variar sem se perder – e até a parte gráfica arrebata. Sendo a grande novidade do R&B do novo século, Stone tem o reconhecimento dos grandes ídolos do passado. A moça já dividiu o palco com James Brown, Stevie Wonder, Rolling Stones, Elton John, Patti Labelle, Mavis Staples, Donna Summer e Smokey Robinson.

Raro em quase todos os artistas muito jovens, suas reflexões são incrivelmente precoces. Os resultados dessas catarses – catarses onde faltam talvez até experiência de vida – são belíssimos. Reproduzo uma de suas falas: “Por que eu vou passar a vida procurando pelo amor incondicional de um humano, sendo que é a música que é incondicional”. Aqui, cito a canção Girl, They Won’t To Believe It, uma resposta às negações quanto à sua vontade de ser cantora – que, no caso, foi há muito, mas muito tempo, porque aos 16 anos a loira já era um estouro.

"Peguem uma nuvem, mas vocês não podem me prender/Eu finalmente encontrei algo doce através dos amargos da vida ... Tudo o que preciso é um beijo de uma melodia."

Esse texto poderia render uma semana inteira de trabalho e ainda haveria sentimentos. É bom demais encontrar alguma coisa para nos amparar quando os sentimentos querem dominar a razão, ou abrir um buraco na alma para guardar alguma coisa que não pode ser guardada. Finalizo com a letra de Snakes & Ladders:

"Isso não parece um carrossel?/ Onde o mundo todo está correndo/ Mas quando para, você percebe que você ainda está onde começou/ Eu preciso de um pouco mais do que isso/ É hora da gente encarar os fatos."

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vício.


Quantas pessoas você conhece viciadas em felicidade? Provavelmente, conhece viciados em drogas, álcool, trabalho, sexo, entre outros, mas em sorrisos, felicidade pura, quantas pessoas consegue lembrar sem esforço?

Qual o seu vício?

Quero despertar o mundo para a realidade de suas depressões. O quanto isso enche o saco. O quanto isso envelhece e o quanto lamuriar só afunda o buraco emocional. Não estou sendo dura com os momentos difíceis que todos nós enfrentamos, ao contrário. Sensações/acontecimentos/momentos ruins me perseguem bastante também e é super natural qualquer pessoa me ver falando sobre algo que me aporrinha. Mas em qual momento deixamos que o natural e saudável ato de desabafar se torne o início de uma energia turva, que cria lodo de tão parada?

A vida é sim uma montanha russa e nem sempre quando estamos por baixo conseguimos acreditar que ela subirá novamente e que voltaremos a ver as paisagens que nos emocionam de um lugar privilegiado. A discussão que provoco aqui é: o que fazer quando estamos presos na cadeirinha da montanha russa sem poder descer? Até que voltemos para o alto, o que pode tornar nosso momento “em baixa”, justificável?

Seja sincero, você está feliz neste exato momento? Se não – o que é completamente normal porque não entendo felicidade como um orgasmo de 24 horas, mas como o estado relaxado pós orgasmo (que incrível analogia) – o que você estaria disposto a fazer por você agora, neste instante?

Ouvindo: O Tal Casal – Vanessa da Mata

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sandy em São Paulo.


Com roupas delicadas, em plissados e rendas, Sandy já estava ao palco quando as cortinas do Citibank Hall subiram, anunciando o início do segundo show da turnê Manuscrito. Depois do hiato de três anos, a cantora empolgou a plateia, como nos velhos tempos. O cenário rústico, composto por penteadeira, abajur, lustre e outros móveis e acessórios vintage, proporcionou um clima intimista e delicado. Até os telões, costumeiros dos grandes shows, no espetáculo de Sandy estavam como ela: suaves, criativos e com muito bom gosto. No espelho da penteadeira decorativa via-se o show, capturado de diversos pontos e sob várias formas de olhar. Perfeito.

Pés cansados abriu o show. Com uma banda afinadíssima – que arrasaria até sem a protagonista – o público se rendeu e cantou o mais alto que pôde. O setlist prosseguiu com as canções de seu primeiro álbum solo, intercaladas por sucessos de outros artistas como: Corinne Bailey Rae, KT Tunstall, Oasis, Marisa Monte, Lulu Santos e Lenine. Discretamente insegura, na interpretação de Beija Eu, de Marisa Monte, Sandy entregou a emoção que vivia naquela noite. Retornar aos palcos, agora sozinha, era um desafio que só aumentava conforme o tempo passava. Nesses três anos, seu irmão, Junior Lima, já se enveredou em diversos projetos. Do passado, Sandy trouxe ao palco - para o delírio dos fãs - as canções Turu Turu (Quando Você Passa) e Estranho Jeito de Amar.

Compreensão, contudo, foi a palavra que faltou. Não imagino que seja tão difícil para os fãs entenderem que a realidade hoje é outra. Ela cresceu, é casada, mudou de estilo e tem uma proposta diferente daquela que a lançou. Ávidos para reviver os gloriosos anos de Sandy & Junior, a grande maioria da plateia não respeitou alguns limites. Decepcionante cena quando alguém localizou o Junior na plateia. Sem o menor respeito, garotas saíram em disparada em direção a ele, não se importando com a artista no palco, menos ainda com o incomodo que causaria ao próprio Junior e à família. Junior teve que sair escoltado pelos seguranças, no momento que a plateia perdeuo totalmente a compostura subindo em mesas e cadeiras. Sandy cresceu, mas seu público não. Triste.

Ela pareceu estar muito feliz. Foi bem acolhida e aplaudida. Sem muitas pretensões – como falou diversas vezes – fez o show para quem a queria. E fez muito bem feito. Cantou, tocou, dançou. Provou que a simplicidade funciona quando se tem algo a oferecer. E sem julgamentos, ela tem sim algo a oferecer.

Ouvindo: Tão Comum - Sandy

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Hold My Hand.

Demorei, mas está aqui minha impressão. Michael Jackson tem um porta voz extra-oficial. Akon. Hold My Hand está disponível, completíssima, podendo ser só ouvida por todos os fãs que estão se deliciando com as doses homeopáticas do primeiro disco póstumo. Quem não leu sobre Breaking News pode buscar aqui mesmo. Sobre Hold My Hand, então:

Que saudade dessa doce voz. Agora sim é o Michael Jackson que amamos. A terna Hold My Hand já tinha vazado logo após sua morte, mas a faixa não estava totalmente pronta. Ao contrário de Breaking News, Michael Jackson gostaria que o dueto com Akon fosse o primeiro single do álbum. Conta-se que esse desejo, inclusive, tinha sido deixado por escrito por MJ. Estranho, porém completamente possível. Sem muitos detalhes sobre como se deu essa morte – ou como eu penso que se deu essa morte.

Adoro a leveza, a batida mansa e como MJ se coloca na letra que – agora sim – tem tudo a ver com ele. Uma proposta simples e sincera de caminhar junto. Embora Akon não esteja na lista dos meus artistas preferidos – o que pouco importa se o trabalho é realmente bom – gosto da música. Fiz um bico meio torto quando soube que 50 Cent e Lenny Kravitz também estarão no disco, imaginando que se Lady Gaga ou Rihanna embarcassem nessa eu poderia até enfartar, mas decidi esperar para ver o resultado sem muitos devaneios.

Ok. Hold My Hand me deixou feliz e mais curiosa. Feliz de verdade, como me sinto com qualquer canção simples e melódica.

Ouvindo: Hold My Hand – Michael Jackson

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sérgio Saas. Vencedor. Raiz Coral. Vencedor.


Um homem de 35 anos, aparentemente, cantava com os olhos fechados perto de mim. Sozinho, imerso em sensações e pensamentos, sentia a letra com verdade. Transpirava fervor. Parecia pedir entusiasmadamente, ali, que algum desejo se tornasse realidade. Vencedor, a música carro chefe do terceiro álbum do Raiz Coral, foi a canção que alcançou esse personagem a ponto de chamar minha atenção. Invejosa de sua capacidade de entrega, tentei trazer à memória meu grande sonho. Impossível, óbvio. Ninguém vive a experiência do outro mesmo que o desejo seja ardente. Parada, mirando esse rapaz, pensei: Quem são eles? O que eles têm? O que é diferente na lista invejável de shows nacionais e internacionais que eu já vi? Lançado para uma plateia não tão cheia em números, mas inundada de desejos de conquistas, o lançamento do álbum Vencedor, do Raiz Coral, entrou para o hall dos grandes shows.

Por quê? Ao rascunhar essas linhas, ainda sinto-me plainar em percepções. Não é fácil falar de um show que mexe com sensações mais escondidas. Os cantores ali, além da missão de fazer um grande espetáculo, buscam chegar a um lugar escondido. Porque se consideram instrumentos, porque acreditam em alguma coisa diferente. Em busca de respostas que talvez sejam impossíveis de colocar em palavras.

Painéis em LED ao fundo, uma orquestra à esquerda e uma banda à direita abraçaram os cantores posicionados ao meio. Vestidos em tons neutros, do branco, passando pelo nude e oscilando entre várias nuances do marrom, cada um tomou seu lugar até o líder entrar por último: Sérgio Saas. Quando a primeira canção começou e foi dada a largada para o início do espetáculo, a plateia já estava completamente rendida e esquecida da espera angustiante de mais de 1h30.

Ritmado, potente, as primeiras canções revelaram um grupo mais maduro e menos necessitado de holofotes. A união estava ali. Destaque sublinhado para os solos de Paloma Possi. A presença de palco da garota mostrou que não só as vozes estão aprovadas no quesito profissionalismo. A postura de Sérgio Saas ao tomar o lugar de qualquer cantor que dava um passo a frente para solar, tornando-se um deles, também causou-se profundo encanto. O líder expressou sem palavras que não existe diferença. E o resultado dessa mudança de posicionamento emocional e espiritual foi possível notar ao longo do show. O recuo de Sérgio Saas como a figura central foi estratégico para a valorização do todo perante a plateia e parece que, do todo perante eles mesmos. E o maior vencedor com isso foi o próprio Sérgio Saas. Na ânsia de vê-lo brilhar, a espera foi muito bem compensada. O solo Lugar Secreto – estupidamente lindo – e as três músicas finais mostraram o artista completo. Ele cantou, dançou, exibiu belíssimos sorrisos e falou com uma graça arrebatadora – algo que senti falta desde o início do show até entender que ele não precisa mais disso. Com 32 anos, Saas exibe performance dos grandes astros - e não vou dizer que ele está no ápice de sua carreira porque sei que ele pode alcançar mais. O potencial de Sérgio Saas chega parecer infinito, como nossa capacidade de nos espantar diante de uma interpretação qualquer exaustivamente exibida. E nos espantamos sim. E ficamos boquiabertos sim.

O orgulho de Saas ao dizer que tudo o que foi apresentado foi “orgânico” – querendo dizer que tudo foi tocado ao vivo, sem nada gravado – foi orgulho também de todos os que apostam na música gospel no Brasil. Talento há, potencial há. Tudo depende do trabalho duro e do quanto o artista está disposto a se desamarrar de velhos hábitos nocivos: de uma apresentação amadora no que se refere à presença de palco, passando pelas roupas, cenários, chegando à recepção dos convidados – o mais grave ponto fraco desse show. Tantos anos na estrada e eles ainda não encontraram a produção de evento perfeita. Quem pagou não mereceu o que recebeu em termos de recepção.

Mas Vencedor alcançou a linha de chegada. Prova o amadurecimento, a paixão, a força da mensagem e, principalmente, a genialidade de seu líder. E coube perfeitamente para Sérgio Saas a palavra ministrada pelo Pastor Roney Oliveira: "o pódio não faz um vencedor, ele apenas torna público o que já existia em secreto".

Trabalho. Trabalho. Trabalho.

Ouvindo: Lugar Secreto – Raiz Coral.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Breaking News de Michael Jackson.


Saiu a tracklist do álbum MICHAEL. Dez músicas farão parte do primeiro álbum póstumo, previsto para chegar às lojas em Dezembro. A bem sucedida Hold My Hand, em parceria com o Akon, está entre as dez. Outros dois duetos contam com Lenny Kravitz e 50 Cent.

MICHAEL ALBUM TRACKLIST:

1. Hold My Hand (Duet with Akon)
2. Hollywood Tonight
3. Keep Your Head Up
4. (I Like) The Way You Love Me
5. Monster (Featuring 50 Cent)
6. Best Of Joy
7. Breaking News
8. (I Can’t Make It) Another Day (Featuring Lenny Kravitz)
9. Behind The Mask
10. Much Too Soon

Nesta última semana, Breaking News ficou disponível em streaming para os milhões de fãs do cantor. Opiniões diversas invadiram a rede e muita polêmica em torno de sua voz. É ou não Michael Jackson?

Ouvi Beaking News muitas vezes para poder tecer uma opinião isenta de emoções. Não é porque é o primeiro single “póstumo” que vou dizer “Ooh, que som”. Sei. O mundo ficou meio agitado com essa prévia. Desde 2001, com Invincible, nenhum álbum novo de Michael Jackson foi lançado no mercado. O jejum de quase 10 anos causa sim um movimento.

A batida é dele, embora eu não resista em contar que lembrei do Backstreet Boys. Quando começa a cantar, contudo, não me parece ser ele. Não vou entrar na polêmica e dizer que não é Michael Jackson cantando. Acho apenas que a voz está fraca para ser reconhecida como a dele; aquela voz que consegue ser forte e frágil ao mesmo tempo. Parece que o “photoshop” sonoro não conseguiu potencializar sua voz e deixá-la no nível da batida. Faltou fôlego. Não ignoro que essa música não tenha sido finalizada por ele. Sabe-se lá como ela estava quando pensaram em terminá-la, mas não sinto que MJ tenha se colocado ali. E aqui concordo com alguém da trupe dele que disse ser um erro esse lançamento, pois se MJ não a inseriu em algum álbum é porque não a achou adequada.

Meu maior incômodo, contudo, está na letra. O sentimento do astro era realmente esse, de insuportável indisposição quanto à perseguição obsessiva da mídia, mas daí que a música chamariz do álbum fosse essa, achei um pouco demais. Pode ser exagero e até emotivo demais. É que penso que um artista como Michael Jackson merece que todas as obras póstumas – que sabemos que há muitas músicas inéditas gravadas – sejam tão marcantes como as que já foram lançadas. Para mim, hoje, Breaking News traz de volta uma discussão desnecessária. A mídia que o perseguia, que alimentava todos nós que gostamos de ler a seu respeito – muito mais os que adoravam ler sobre suas desgraças. Romântica ou não, eu esperava uma canção que falasse do que ele gostava de falar não sobre sua dor. Amor, desamor, encontros, desencontros, o amor à dança, à música, frases de efeito de encorajamento ou sua incansável busca por um mundo melhor. São muitos os elementos característicos de suas letras. Mesmo que eu olhe por outro ponto de vista, de que a canção representa um desabafo (em 2007) sobre o que o levaria à morte – e não falo da overdose, mas do cansaço de viver entre tantos que só o viam com um “estranho”, como fala a letra, não me convenço.

Breaking News terá vida curta. Uma pena. É esperar o álbum sair para ver se a seleção conquista pelo todo. Se as demais músicas seguirem essa linha e se o objetivo for lucrar acima de tudo – e mais uma vez em cima de MJ – acho que conseguirão. Todos os fãs comprarão o álbum, eu inclusive. Bom ou não é mais uma obra e qualquer pessoa que o tenha admirado com sinceridade irá querer. Agora, se o objetivo é dar continuidade ao brilhantismo do seu legado, talvez algumas canções devam ser colocadas numa gaveta secreta. Não quero e não gosto de pensar que Breaking News realmente seja a definição de “Todo mundo querendo um pedaço de Michael Jackson”.

Ouvindo: Michael Jackson – Ain't No Sunshine

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Black Eyed Peas em São Paulo.


Mau gosto. Simples. O show que encerrou a passagem do Black Eyed Peas pelo Brasil foi de mau gosto. E juro que não é mau humor ou exigência. A proposta futurista não convenceu. Esperava mais em tecnologia, som, presença de palco e, principalmente, setlist. Os raios em LEDs que tomaram o estádio realmente foram incríveis. Mas só. Mesmo que a proposta tenha sido “música para consumir de imediato”, nem isso foi possível. O som estava ruim, os playbacks muito baixos não combinaram com o volume das vozes, deixando a impressão de karaokê. A pontualidade foi louvável. Às 22h em ponto o quarteto despontou. Cerca de 60 mil pessoas – maior parte adolescente – pularam e consumiram o que morreria ali, duas horas depois.

Não vou comentar sobre a passagem de David Guetta porque não vi. Então, concentro-me no desempenho do BEP. A banda de apoio não percebi. Figurantes? Cheguei a me perguntar se apenas o canto de onde eu assistia recebia aquele som. Mas não! Quando a dublagem imperava, o som tornava-se cristalino. Let's Get It Started abriu o espetáculo. Ruim. Preferia Boom Boom Pow. Muito mais impactante. O cenário de ficção científica foi pobre. Os vídeos apresentados no show do Bon Jovi foram muito melhores e mais modernos. Shows diferentes sim, porém falo da mesma coisa. Um show com tal proposta tem que minimamente apresentar o que há de mais moderno. Figurino, ok! Fergie deslumbrante, ok! A beleza da moça exala e alcança mesmo. Linda. Mas só. Em poucos momentos foi possível ouvir sua voz e quando se ouvia era algo mais que estridente. Sofrível performance em Missing You. O momento solo da loira também não convenceu. Teatro demais, voz de menos. Uma dublagem ridícula ficou evidente quando no intervalo ela gritava “camon”.

Dava para piorar? Sim! O solo de Taboo trouxe uma participação gravada do cantor colombiano Juanes. E adivinhe o que estampava nos telões? Nossa bandeira e um imenso “Brazil”. Hã? Música colombiana e Juanes? Chamasse o síndico! Poderia ser uma música do tão cultuado pelos BEPs Jorge Ben Jor, não poderia? La Paga me matou. No último solo, Will.i.am tirou de mim o fio de esperança que restava. Embarcando numa de DJ, o homem foi de Sergio Mendes, Michael Jackson, Red Hot Chilli Peppers, Blur, Nirvana, Guns N'Roses em 10 minutos. Sem falar dos dances saturados típicos de baladas da Vila Olímpia. Hã? E teve um “arriba” ainda.

Achei que os BEPs fossem melhor no palco. Quatro é um número bom para preencher os espaços e tornar tudo harmônico. Fergie rebolou conforme o esperado. Em Mas Que Nada, passistas de samba foram ao palco reafirmando a imagem do Brasil- é-só-isso. Para o final, Will assumiu o papel de orador oficial do grupo. O discurso chato e longo sobre o país teve até promessas de apartamentos e casas no Rio e em São Paulo. E hoje li no UOL que ele disse isso em outros lugares. Ok. Eu não tinha acreditado mesmo.

A galera explodiu ao som de I Gotta Felling. Para mim, nem essa salvou. Fim de show.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fergie Roqueira e o Slash de Sempre. Hot!

Quente! O novo clipe de Slash vai dar o que falar e sem sombra de dúvida vai para o topo das paradas. Fergie, roqueira, sensualíssima e sem nenhum pudor assume talvez o papel mais subversivo de sua carreira em videoclipes. Ótima fase a dela, a moça mostra que nem só o corpão está no lugar. A voz caiu muito bem no rock and roll. Tendência. Beautiful Dangerous está belíssimo. Atrevido, mas belíssimo. A fotografia, o som, o figurino e, principalmente as cenas da paixão impulsiva-obcecada dela por ele. Se deu certo porque Beautiful Dangerous foi desde o início pensada para ela ou porque ela já nutria uma ideia de persegui-lo – e que fique claro que a proposta do roteiro partiu dela -, se sabe apenas que a química está latente. Conta-se que o vídeo que o mundo está assistindo é uma versão censurada do hit. A versão original inebria um pouco mais pelas cenas quentes de Fergie com o lendário guitarrista, cenas que contam até com um topless.

Quem busca uma inspiração para dar uma pirada (saudável, por favor), Beautiful Dangerous é uma boa sugestão.

Ouvindo: Beautiful Dangerous – Fergie Feat Slash

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Vogue Paris Comemora 90 Anos.


Uma de minhas maiores curtições é ver revista. Não importa o assunto. Tem algo interessante para ler e belas fotos para ver? Quero! Revista é documento. Revista é o diário do mundo. Algo que alguém vai ter a sabedoria de arquivar e deixar para futuras gerações, como eu faço com a Billboard Brasil – amo! Terei o imenso prazer em sentar com o meu filhote – que ainda vou ter – e contar que Roberto Carlos, capa da primeira Billboard Brasil, foi (espero que ainda seja) um ícone, um ídolo de valor imensurável para a música popular brasileira.

Tenho dedicado os meus últimos dias de trabalho na busca de publicações importantes em todo o mundo. O que eu não imaginava é que algumas revistas existem no mundo todo. Parece óbvio, mas não é. Natural pensar numa versão estadunidense, outra francesa e uma espanhola, talvez, de uma mesma publicação. Mas a mesma revista em quase todo o mundo? Elle em Quebec. Elle na Finlândia. O mundo vendo não só a mesma coisa, como divulgando suas peculiaridades. Seria o sonho poder comprar a Elle do mês numa banca qualquer na Polônia, na Slovênia. No mínimo, curioso. A Cosmopolitan – que no Brasil conhecemos como Nova – está em 100 países! Sim, em todos eles a revista fala praticamente de relações amorosas e sexo quente. Neste mês, mulheres de 100 países farão a mesma posição no Kama Sutra. No mínimo, curioso.

A Vogue Paris – considerada a Bíblia da Moda – completa 90 anos. Lara Stone estampa a capa da edição que vem com 620 páginas. Mas a Vogue Paris não é a mais antiga e sim a edição britânica, fora a original. A Vogue existe há 118 anos. Uma simples publicação voltada para as madames estadunidenses virou o grande sucesso do mercado editorial mundial e hoje diz o que é ou não é. Quem, diante de uma Vogue, não se anima a ser mais bonita, mais sensual ou ter a vida dos sonhos? É isso que a Vogue representa. O que pode ser impossível para muitos no mundo real é possível no Universo Vogue.

Para o bem ou para o mal, Vogue representa o estímulo, a razão de ser mulher, para muitas mulheres. Lembramos o diálogo dos personagens de Anne Hathaway e Stanley Tucci no filme O Diabo Veste Prada, quando Stanley disse que muitos garotos do interior leem a revista debaixo do cobertor, com uma lanterna, sonhando. E no filme Sex And The City 2, quando as meninas são salvas por mulheres de burcas, descobrem que todas elas amam moda e tudo que saem nas revistas. A Vogue India, inclusive, é novíssima, nasceu em 1997.

Muitas lendas envolvem a Vogue. Paris, India ou não. A razão deste texto, contudo, é o admirável mundo pequeno e grande. Como tantos lugares, distintos lugares, com tanta cultura, tantos hábitos diferentes que tornam as pessoas diferentes, mantêm vivos a necessidade de beleza, tão vital. Costumo dizer que beleza é um direito de todos. E não me refiro a cosméticos e roupas meramente. O belo é direito de todos. A arte cura. E revistas, mesmo a contragosto de muitos, são obras de arte. Quem duvidar veja a Vogue Paris 90 Anos.

Ouvindo: Madonna - Everybody

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Desafio 30 Dias - Simone Sarmento - Parte 2


(continuando...)

Simone: No quarto dia, percebi que meu cérebro já não via as pequeninas ofensas que fazia a mim mesma. Eu sabotava a situação e dizia: Mas isso é ofender a mim? É claro que era! Meu marido mais uma vez me ajudou a ver. Quinto dia, ou era no sexto, já não lembro, tive uma experiência muito desagradável. Estava conversando no MSN com uma amiga e fiquei aflita com a situação dela. Tinha medo de falar e não saber me expressar. Pensei: e se ela não entender o ponto de vista que estou tentando colocar? No meio da conversa, a Maria, outra amiga (nome trocado) me chama também no MSN e me convida para acompanhá-la ao shopping. Eu disse: “estou conversando com uma amiga e é importante, e preciso colocar a roupa no varal." Pelo fato de estar conversando com mais de uma pessoa, demorei para perguntar se podia ir ao shopping mais tarde, pois naquele momento não dava. Ela desligou o MSN e eu não entendi nada. Liguei para a Maria, perguntando o que tinha acontecido. Ela ficou muito brava e disse que entendia que os outros amigos eram mais importantes do que ela. Em vez de conversar com ela, eu explodi! Fiquei muito nervosa, pois ela não entendia que naquele momento eu não podia. Falei um monte! Estava tão nervosa que não me lembro ou meu cérebro tratou de deletar as coisas que eu disse. É claro que ela desligou o telefone na minha cara. Depois do que aconteceu, entrei em pânico! E comecei a ver claramente o que eu tinha feito. Minha forma de falar a fez ver coisas que não existiam. Não precisava ter dito: minha amiga precisa de mim! Maria também precisava e é minha amiga. Enfim, estou até hoje tentando me acalmar. Tentei pedir desculpas, mas ela não quer falar comigo. Hoje estou mais calma, mas estou triste.

O desafio faz com que eu adquira consciência dos meus atos, mas é preciso vigilância total. O céebro começa a mudar o processo e colocar flores e cores para que eu não veja determinada situação. Estou caminhando e ainda me deparo com várias situações pequeninas de desprezo ao meu próprio ser, mas só o fato de ter consciência disso já gera movimento rumo à mudança. Olhar-se dentro dói tanto como uma navalha rasgando seu interior.

Obrigada, Meninas!

Simone.