segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Madonna. No Brasil. Disciplina. Determinação.




Há pouco mais de uma semana, a maior estrela da música pop iniciou uma série de shows no Brasil. Parte da “MDNA Tour”, nona turnê de sua carreira, Madonna deixou fãs enlouquecidos, admiradores embasbacados e aqueles que pediam sua aposentadoria com um sapo entalado na garganta. Iniciada em 31 de maio de 2012, a “MDNA Tour” já passou por 63 cidades até chegar no Brasil. O espetáculo, a mega produção, os detalhes quase imperceptíveis que tornaram tudo tão perfeito, tão harmônico chocaram até os mais acostumados com grandes produções. Se ela é a maior estrela da música pop, ela é primeiro a maior produtora executiva do show biz. E é sobre esse perfeccionismo que dirigimos a atenção.

A determinação de Madonna já é conhecida pela maior parte das pessoas. Por maior que seja sua equipe, nada passa despercebido por ela, sempre a primeira a chegar e a última a sair. Neste show que tem duração de duas horas, outras duas são dedicadas a um ensaio que passa sim a impressão de “para quê?”. Como se os ensaios pré-estreia e a passagem pelas 63 cidades não fossem o suficiente. Para Madonna nunca é. Desde sempre. Suas biografias deixam isso tão claro quando sua ambição de ser uma grande estrela. Para alcançar qualquer objetivo, Madonna dedica um tempo e uma energia fora do comum. Qualquer outro artista não empenharia tanto de si a um show. E disso tenho certeza por ter visto praticamente todos que passaram pelo Brasil nos últimos quatro anos.

Como todas as turnês anteriores – e sim, cada uma foi revolucionária no seu tempo – “MDNA Tour” entra para a história como, provavelmente, a prova final do sonho de uma garota de vinte e poucos anos que nos anos 1980 quis dominar o mundo. Impactante, dançante, lúdico, sensual e com um toque saudosista, Madonna mais uma vez desafia o tempo, as leis da gravidade e da flexibilidade de seus bailarinos e emociona. Única no mundo do entretenimento. Posto que, apenas musicalmente, Michael Jackson também ocupou.

“Girl Gone Wild” abriu com empolgação, depois de alguns instantes de devoção a quem não se sabe. À Madonna, à arte, à música ou a um símbolo que mudou uma época. O cenário que simula uma catedral é impecável. A pureza do som dos sinos, a beleza do grande incensário, as capas e túnicas dos serviçais e o repetitivo “oh my God” do início de “Girl Gone Wild” criam um clima de mistério e sedução. Tudo é muito classudo e ironicamente reverente. Ela então surge. Linda e impecável. Ninguém consegue acreditar em seus 54 anos quando ela começa a dançar. É sobre-humano. É um desafio a todos aqueles que possuem sonhos e acham que é difícil batalhar por eles. E para mim esse é o maior mérito de Madonna. A desculpa não é falta de dinheiro ou de tempo. Aliás, não há desculpas.

Os telões usados nessa turnê são os maiores já utilizados, medem 1820m² cada. Seus efeitos são uma impressionante sensação de movimento e troca de cenários constante. O palco abriga inéditas plataformas de LED que sobem e descem durante o show. Os figurinos deslumbrantes são grifados: Jean Paul Gaultier, Dolce & Gabbana, Swarovski, Prada, MiuMiu, Alexander Wang, Jeremy Scott, J.Brand e Arianne Phillips. Todo o staff reúne mais de 700 pares de sapatos e roupas para todos os 22 dançarinos. E, de verdade, há cristais Swarovski em quase todas as suas roupas e sapatos.

Uma das partes mais empolgantes do show são os dançarinos praticando Slackline, treinados pela equipe do Cirque du Soleil. Impressionante, no mínimo. Ela também arrisca. Nada comparado, mas incomparável quando se confronta com qualquer outra artista.

É o risco de inovar que seduz em Madonna. A Rainha do Pop pode se despedir dos grandes shows certa de que pelo menos pelas próximas décadas ninguém a superará. Mesmo que alguém apareça com tanta disciplina e determinação, sempre será Madonna o grande modelo. E, honestamente, um modelo que pode se aplicar à vida, em qualquer área. Na simplicidade do dia-a-dia ou em grandes momentos. A recompensa pode ser diversa. Para mim, porque já parei para pensar nisso, é poder ir ao limite. É um presente descobrir que sempre se pode ir além.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"Forever King of Pop". No Brasil. 2013. Michael Jackson.




Qualquer evento ou produto sobre o Rei do Pop chama a atenção. Sei que não é só a minha. Muita gente ainda para – e por muitíssimos anos parará – para saber o que está sendo lançado sobre Michael Jackson. A extasiante novidade divulgada hoje aos fãs de MJ e amantes da música pop é a vinda ao Brasil do musical "Forever King of Pop". Serão 14 apresentações sem data marcada, mas que acontecerão ainda no primeiro semestre de 2013.

Dirigido pelo espanhol Carlos López, "Forever King of Pop" tem duração de duas horas. No elenco estão 30 atores bailarinos e três deles interpretam Michael Jackson. O nível da produção é alto uma vez que todas as músicas são cantadas ao vivo e nos tons originais. O garoto que vive MJ quando criança imita o Rei do Pop com perfeição, o que impressiona não só pelo talento do ator e dançarino como pela “ressurreição” do ídolo pop. Os ensaios pré-estreia duraram sete meses. Quem assina as coreografias é Yolanda Hernandez. Como o espetáculo é baseado no álbum "Thriller", de 1982, obviamente as canções de sucesso "Billie Jean", "Beat It", "Human Nature", "Wanna Be Startin' Something" e a própria "Thriller" fazem parte do setlist. Ao todo são 20 canções. Este musical já foi visto por mais de um milhão de pessoas ao redor do mundo. 

Michael Jackson esteve no Brasil duas vezes, a primeira em 1974, quando ainda fazia parte do Jackson Five, a segunda vez foi em 1993 com a turnê Dangerous e ainda quando gravou, em 1996, o videoclipe "They Don't Care About Us".

O eterno Rei do Pop está de volta! Pelo jeito, muito bem representado.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sandy. Encerramento. Turnê Manuscrito. Elegância.



É de um profundo respeito pelos fãs quando um artista apresenta um show impecável. De som, de cenário, de figurino, de setlist e, claro, de interação. Este foi o caso da apresentação de encerramento da turnê “Manuscrito”, da cantora Sandy, ocorrida ontem, domingo, 9, no HSBC, em São Paulo. Elegante, harmonioso e satisfeito – do ponto de vista de quem estava executando, no caso, Sandy e sua equipe – o show foi uma premiação justa de um trabalho tão esperado e talvez, ainda, não compreendido, pós fim da dupla Sandy & Júnior.

A casa de shows estava lotada e os fãs eufóricos não deram um segundo de trégua para a cantora. Gritos e coros enfeitaram ainda mais a noite dela que, como sempre gentil, agradecia e devolvia com o mesmo carinho.  “Pés cansados” foi a música de abertura, cantada em uníssono. Depois de “Dedilhada” e “Perdida e Salva”, foi a vez de “Beija eu”, de Marisa Monte. Sandy mesclou inteligentemente músicas próprias e de outros artistas e apresentou um show maduro, mas sem perder o clima jovem que a consagrou. As letras revelam mais experiências e questionamentos, contudo o pop melódico continua – embora claramente mais arranjado. Sandy cantou ainda “Hoje Eu Quero Sair Só” de Lenine e “Bad” de Michael Jackson, uma interpretação rica, por sinal, que não só não descaracterizou a canção original como se revelou uma versão interessante, com seu ar de cabaret.  Das antigas, “Quando Você Passa” e “Estranho Jeito de Amar” realizaram os fãs presentes que chamaram pelo Júnior, presente na plateia. Júnior, aliás, assina a co-direção do show. 

As últimas canções, depois de 1h10 de apresentação, foram “Casa”, de Lulu Santos, o single da vez “Aquela dos 30” e "Tempo", faixa de "Manuscrito". A turnê que estreou em 19 de novembro de 2010 é de seu primeiro disco solo homônimo. O show tão aguardado revelou a maturidade da cantora em detalhes como no cenário retrô, cheio de espelhos e telões em forma de espelho, móveis rústicos e tapetes, além de suas próprias roupas sempre com ar vintage, mais de mulher e bastante feminina.

Sandy pode não agradar de cara quem espera receber a personificação de uma memória, a doce adolescente. Entretanto, surpreende quem se abre para o novo.  Suas composições dão o tom mais sério, mas as melodias são ainda tão pop como adoramos há uma geração.