terça-feira, 12 de junho de 2012

Sérgio Saas. Raiz Coral. DVD Vencedor. 7 de Julho.




Em menos de um mês, exatamente dia 7 de Julho, será lançado o tão aguardado primeiro DVD do Raiz Coral. Tão aguardado porque quem já teve o privilégio de assistir a qualquer apresentação sabe o quanto é emocionante, não apenas pela qualidade musical quanto pela mensagem. Sérgio Saas e seu time estarão a postos para uma prometida belíssima apresentação na Igreja Bola de Neve, localizada no bairro da Lapa, em São Paulo. “Vencedor”, o DVD, reúne 23 canções do CD “Vencedor” (Saas Music, 2010), sucessos de outros álbuns, Além de algumas inéditas.

“Vencedor”, o CD, - disco de ouro, aliás – tem como destaque a música “Lugar Secreto”, de letra e música de Sérgio Saas, que sem dúvida será uma das mais aguardadas na apresentação. Dono de uma das vozes mais encantadoras desse país – juro! – Sérgio Saas é um cantor que merece estar entre os principais nomes nacionais não só pela trajetória pessoal – um dia, escrevo sobre isso –, mas pelo impacto que causou na música gospel, junto com alguns amigos, quando resgatou o estilo black music na prática do louvor. Mais que isso, Sergio Saas deu a este estilo sonoridade moderna, causando uma febre entre os jovens dos anos 2000. Falo de um contexto completamente diferente do pop que costumo escrever, mas tão influente quanto. É que música independe de segmento para alcançar e influenciar drasticamente o comportamento de uma cultura.

O Raiz Coral, juntamente com seu líder, são nomes respeitados neste mercado musical que rende ao Brasil cerca de R$ 1,5 bilhão em vendas de discos e DVDs, dados de 2011. Trabalhos como o de Sérgio Saas e Raiz Coral têm ganhado espaço na mídia em geral merecidamente. Os 38 milhões de pessoas que assumem ter uma crença em Deus e na Bíblia são consumidores de música e de música de qualidade. O segmento tem crescido em qualidade de produção, prova disso é quem está por trás desse lançamento. A Agência Richards é quem realiza o evento e tem em seu portfólio empresas conceituadas como Citroën e Claro. Em parceria com a BBS Entertainment, que já trouxe ao país nomes como Kirk Franklin, Michael W. Smith, Fred Hammond, Donnie McClurkin e Boyz II Men, prometem um evento de alta qualidade em som e iluminação.

Fica a dica do que ver e ouvir dia 7 de Julho, em São Paulo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Interiores. Woody Allen. Primeiro Drama. 1978.



“Interiores” foi o primeiro drama produzido e dirigido por Woody Allen, em 1978. Impacta fortemente pelo retrato verdadeiro das emoções depois que um forte laço se rompe inesperadamente – no filme, o laço familiar. O pai, Arthur, vivido por E.G. Marshall, resolve pedir um tempo no casamento, nada aparentemente definitivo. A mãe, Eve, vivida brilhantemente por Geraldine Page, é uma mulher exigentíssima, perfeccionista, de um nível que oscila entre à admiração e à ojerija, e que por isso está doente. As três filhas: Renata, vivida por Diane Keaton; Joey, interpretada por Mary Beth Hurt e Flyn, personagem de Kristin Griffith, têm seus dramas pessoais que giram em torno de como se sentem em relação à doença da mãe, ao desejo de ver o pai feliz em sua nova escolha e quanto ao seus próprios papeis como esposa, profissional e irmãs.

É interessante se colocar no lugar de cada personagem e entender seus direitos e deveres, porque todos têm, na busca do objetivo de cada um poder ser feliz à sua maneira. O filme descompassa o ritmo da respiração se já se viveu alguma cena retratada, o que é fácil porque Woody Allen encena acontecimentos comuns em toda família que se separa. Mas como estamos falando de Woody Allen, é não é diferente por ser o seu primeiro drama, os diálogos são profundos e difíceis.

Imperdível, como tudo o que Woody Allen faz.

domingo, 3 de junho de 2012

Jay Vaquer. Mais Rock. Umbigobunker!?.



O som pop rock de Jay Vaquer é incomum. Ou seriam suas letras um tanto insólitas que tornam o seu som incomum? Seja qual for a resposta, Jay Vaquer nem sempre agrada, embora nem sempre choque, e mesmo tendo tudo para ser uma grande referência no gênero, não é. Em seu quinto álbum de estúdio, “Umbigobunker!?” (Lab 344, 2011), o rapaz com cara de anjo mas de língua afiada apresenta um álbum mais rock do que pop e com os característicos versos e trocadilhos inteligentes.

Jay Vaquer costuma musicalizar contos, personagens ou arquétipos como no sucesso “Cotidiano de um Casal Feliz”, do álbum “Você Não Me Conhece” (EMI, 2005) ou “Estrela de um Céu Nublado” e “Breve Conto do Velho Barão” ambas do disco “Formidável Mundo Cão” (EMI, 2007). Em “Umbigobunker!?” o cantor apresenta este formato em “Do Nada, Me Jogaram aos Leões”, um dueto com Maria Gadú – ótima, por sinal, no pop rock – embora esta seja uma letra mais subjetiva do que as anteriores. Como as composições são escritas pelo próprio cantor, tudo isso quer dizer que entender Jay Vaquer é mais difícil, pelo menos para a maior parte das pessoas que consome o pop rock fácil, extremamente fácil. “Umbigobunker!?” também não é um disco tão melódico quanto os anteriores. Mesmo as baladas vêm com um som menos terno.

Em se tratando de letra, destaque para “Meu Melhor Inimigo” com os versos: “Enquanto não passar a "tempestade"/ Nesse copo d'água de benzer ateu/ Se o dilúvio vem do conta-gotas/ Perco a conta e o prazer é seu”. Jay Vaquer tem uma inteligente capacidade de juntar extremos, harmonizar em frases o que é por natureza discordante. Sua interpretação também oscila, e às vezes na mesma canção, entre os extremos. Amor e ódio, doçura e desacato, tudo é Jay Vaquer.

“Umbigobunker!?” é um álbum para entrar de cabeça em dias que não se quer provar nada para ninguém, cujo único objetivo é colocar para fora os extremos incoerentes que habitam em todo e qualquer coração.

sábado, 2 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador. Ausência de Sentido. Magia Quebrada.



Kristen Stewart tem mesmo o dom de fazer com que os homens a amem sem motivo algum. Essa é a impressão que fica quando “Branca de Neve e o Caçador” (Rupert Sanders, 2012) acaba. Se Rupert Sanders tentou fazer uma releitura pós-moderna da clássica fábula contada pelos Irmãos Grimm – porque há outras versões do conto alemão que era tradicionalmente recitado e não lido – ele conseguiu apenas quebrar a agradável magia infantil que nos envolvia e nos fazer sentir burros. Não é exagero. Há tantos elementos sem sentido e tão pouca razão para ceder ao carisma de Stewart que o incômodo chega a ser constrangedor. Nem a beleza de Charlize Theron, no papel da bruxa Ravenna, salva. Aliás, quais são as razões para o “Espelho, Espelho Meu” dizer que Kristen Stewart é mais bela que Charlize Theron? Um equívoco capaz de gerar risadinhas na plateia pela simples razão de que não há comparação entre um rosto tão clássico como o de Theron com o exotismo de Stewart. Uma explicação seria exatamente por ser uma releitura pós-moderna de Branca de Neve, logo a princesa possui traços pós-modernos? Um minuto de silêncio.

Depois da morte de seu pai, o rei, Branca de Neve é jogada numa masmorra pela madrasta Ravenna, uma bruxa belíssima que mantém sua juventude e beleza matando moças bonitas até que descobre que no reino há uma mulher mais bonita do que ela, Branca de Neve. O terror começa quando Ravenna manda buscar a princesa da prisão, mas mais esperta do que poderíamos supor, a princesa consegue escapar, o que faz Ravenna enlouquecer de ódio. Ok. Chris Hemsworth, no papel do bêbado, porém esperto, Eric é escolhido pela rainha má para capturar a fugitiva em troca da ressurreição de sua esposa, uma das vítimas-fonte-da-juventude da bruxa. Quando Eric descobre que Ravenna não cumprirá sua palavra, passa a proteger Branca de Neve, e a aventura torna-se impressionantemente insossa, com diálogos dos mais profundos, tanto que é preciso o dom da clarividência, porque o espectador o ouve no silêncio.

Uma obra primorosa para a lista de filmes que não valem a pena assistir, mesmo em dias chuvosos ou de extremo tédio, “Branca de Neve e o Caçador” e lamentável para a carreira de Theron e de Stewart também, sem injustiça. E sem ironia também.