sábado, 2 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador. Ausência de Sentido. Magia Quebrada.



Kristen Stewart tem mesmo o dom de fazer com que os homens a amem sem motivo algum. Essa é a impressão que fica quando “Branca de Neve e o Caçador” (Rupert Sanders, 2012) acaba. Se Rupert Sanders tentou fazer uma releitura pós-moderna da clássica fábula contada pelos Irmãos Grimm – porque há outras versões do conto alemão que era tradicionalmente recitado e não lido – ele conseguiu apenas quebrar a agradável magia infantil que nos envolvia e nos fazer sentir burros. Não é exagero. Há tantos elementos sem sentido e tão pouca razão para ceder ao carisma de Stewart que o incômodo chega a ser constrangedor. Nem a beleza de Charlize Theron, no papel da bruxa Ravenna, salva. Aliás, quais são as razões para o “Espelho, Espelho Meu” dizer que Kristen Stewart é mais bela que Charlize Theron? Um equívoco capaz de gerar risadinhas na plateia pela simples razão de que não há comparação entre um rosto tão clássico como o de Theron com o exotismo de Stewart. Uma explicação seria exatamente por ser uma releitura pós-moderna de Branca de Neve, logo a princesa possui traços pós-modernos? Um minuto de silêncio.

Depois da morte de seu pai, o rei, Branca de Neve é jogada numa masmorra pela madrasta Ravenna, uma bruxa belíssima que mantém sua juventude e beleza matando moças bonitas até que descobre que no reino há uma mulher mais bonita do que ela, Branca de Neve. O terror começa quando Ravenna manda buscar a princesa da prisão, mas mais esperta do que poderíamos supor, a princesa consegue escapar, o que faz Ravenna enlouquecer de ódio. Ok. Chris Hemsworth, no papel do bêbado, porém esperto, Eric é escolhido pela rainha má para capturar a fugitiva em troca da ressurreição de sua esposa, uma das vítimas-fonte-da-juventude da bruxa. Quando Eric descobre que Ravenna não cumprirá sua palavra, passa a proteger Branca de Neve, e a aventura torna-se impressionantemente insossa, com diálogos dos mais profundos, tanto que é preciso o dom da clarividência, porque o espectador o ouve no silêncio.

Uma obra primorosa para a lista de filmes que não valem a pena assistir, mesmo em dias chuvosos ou de extremo tédio, “Branca de Neve e o Caçador” e lamentável para a carreira de Theron e de Stewart também, sem injustiça. E sem ironia também.

Nenhum comentário: