segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Samambaia.


Enquanto eu arrumava as folhas da samambaia que comprei para a sala da minha casa, pensei em meus sentimentos. Decidi comprá-la porque queria tornar mais alegre o lugar onde moro, o lugar onde deveria ser o meu porto seguro. Troquei a cortina e o tapete. E a samambaia foi o que determinei ser o ponto vital de tantas mudanças. Pensei que se houvesse alguma coisa com vida, que pudesse simbolizar tudo o que está decididamente mudando em minha vida, eu me sentiria mais motivada. Como se a vida dela dependesse da minha.

Enquanto a mulher que me vendeu a planta me explicava como teria que regar, cuidar, percebi que o mesmo tenho que fazer com meus sentimentos. Eles só poderão ser saudáveis se eu cuidar com carinho de mim mesma. A minha samambaia me ensinará muito sobre o amor. Fará eu perceber que nada vem sem dedicação sincera e constante. Um dia de cada vez. Degrau após outro. Paciência comigo mesma. Compaixão comigo mesma.

E agora sentada, olhando as pequenas mudanças na minha sala, noto que é errado parar o olhar na parede que precisa de reforma ou no piso que já perdeu o brilho. O tapete e a cortina novos já são importantes mudanças e tenho que curti-las. Assim como ter vivido um dia tranqüilo é motivo de comemoração. Cada sentimento tranqüilizando-se é motivo de comemoração. Porque tudo é um processo. E a tão almejada felicidade não está no fim, mas no processo. Não está na minha samambaia com folhas enormes, caídas e verdíssimas de daqui a alguns meses, mas no seu tamanho pequeno, tão sensível e em processo de mudança de agora, que preciso perceber a cada dia.

Ouvindo: Ray J – One Wish

Foto: Minha Samambaia.

Dedicado a Raphael Tito.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Flores da Borda.





Uma garoa fina e um frio fora de época deixaram o clima bastante pesado neste último sábado 27. Enquanto eu me dirigia ao Campo do Pantanal, para acompanhar a apresentação do “Flores da Borda”, espetáculo criado por Cláudia Palma, bailarina da Cia 2 do Balé da Cidade de São Paulo e alunos da Fábrica de Criatividade, relembrei alguns momentos que vivi na Fábrica de Criatividade em dias tristes e fechados como este sábado. Acompanhar o crescimento de um projeto como esse é inenarrável. Não consigo transcrever o tamanho do orgulho - muitas vezes da frustração e raiva também - mas muito mais do orgulho que sinto.

Não tem como ignorar sentimentos fortes ao entrar num campo de futebol que serve uma comunidade fechada no Capão Redondo e ver um palco lindo, iluminado e profissional e saber que ali vão se apresentar bailarinos profissionais, de uma das melhores companhias de dança do país. São os muros sendo derrubados pela arte, pela vontade de fazer diferente e de fazer bonito, porque a arte e a beleza são para todos.

Quando nossos alunos entraram, não teve como conter a emoção. Tão profissionais! Seus rostos concentrados. E mesmo sabendo que seus corações batiam muito forte, era impossível quebrar a seriedade do que construíram com tanto trabalho.

Ali, como a jornalista da casa, como alguém que ajuda a gerenciar, entendi o que me moveu há quase quatro anos. Uma visão divina encheu meu coração de força e me ajudou a tornar real o ideal de tanta gente. Viver e celebrar a diversidade. Apreciar e experimentar o novo. Apertar a mão de pessoas diferentes e entender que o que importa é acessível a todos.

Ali, junto aos meus amigos que constroem diariamente a Fábrica de Criatividade, me senti preenchida. Periferia produz arte digna de manchete em jornal.

Ouvindo: Bee Gees - How Deep Is Your Love.

Fotos: Espetáculo "Flores da Borda", de Cláudia Palma.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Mudei de Idéia.


Mudei de idéia. Hoje não penso mais que algumas grandes mulheres são solteiras porque são independentes. Descobri isso numa conversa descompromissada e descontraída com minha amiga Adriana Rodrigues por e-mail. Fazemos isso quando estamos entediadas com nossos trabalhos. São conversas rápidas. Ler a seguir:

Adriana:
Sei como é ....mas acho que seria legal alguém por perto pra cuidar as vezes..
Será que você não esta passando para os rapazes que você tem contato, um ar de eu cuido de minha vida sozinha... Independência demais? Sei lá... Tem rapazes que acabam ficando com receio, medo de um fora...

Eliana:
Isso sempre foi uma característica muito forte em mim, e ficou incrivelmente mais acentuada de uns tempos para cá, quando me resolvi comigo mesma, com minhas frustrações familiares. Depois que me tornei mais centrada e segura, tudo ficou melhor, inclusive minhas relações amorosas. Um dia eu achei que isso atrapalhava, hoje não acho não. Hoje acho que isso é uma grande desculpa de homem que não tem coragem de viver uma vida bacana a dois. E quem topa - todos os meus amores desde então – sabem que vale a pena. E quando falo de vida bacana a dois é a vida sem cobranças ridículas, sem comodismo característico de casal que não busca viver experiências diversas junto.
Eu já encanei pacas com isso, achando até que eu tinha que me diminuir para não assustar o bendito. Hoje não penso assim. Todo mundo tem o direito de ser quem é e pena de quem não sabe lidar com isso. E foram, inclusive, pessoas como o Luis Fernando, o próprio Rafael hoje, que me fazem pensar assim. Assustar, assusta, mas esses homens se assustam com qualquer coisa. Hoje sou mais leve, mais divertida, mais agradável, consigo fazer com que qualquer pessoa se sinta bem ao meu lado. Eles acabam até esquecendo a independência.

Ela ainda não me respondeu. E penso correr o risco de ler aquilo que não vou gostar, porque essa auto-estima me faz pensar mesmo nessa dinâmica que envolve a insegurança masculina. Mas estou muito certa disso. O grande segredo agora dos relacionamentos é a leveza.

Ouvindo: Vanessa da Mata – Amado

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Imbecilidade.


Joguei-me no sofá neste final de domingo e liguei a televisão. Na Record, passou o filme “Escrito nas Estrelas”. Um romântico. Já havia assistido há alguns anos. Uma frase de um personagem, contudo, me fez pensar no conflito mais antigo e mais atual de minha vida. “Tente fazer o melhor e vai ser considerado um imbecil”.

Não é de hoje que busco em minhas relações um nível elevadíssimo de ética e transparência além, muito além do que as pessoas entendem ser ética ou transparência. Hoje, aos 26 anos, acredito ter conseguido com 90% das pessoas, 90% de sucesso. É um número muito satisfatório. Muito. Porque observo outras relações ou quem está entrando em minha vida e noto como é difícil ser relaxado, ser seguro quando o assunto é confiar. E para que uma pessoa se sinta bem, quase sempre dedico um esforço que me faz parecer uma imbecil. E, hoje, mesmo com tantas histórias lindas para contar, consigo pensar se o caminho é mesmo esse: esperar que o meu sincero sentimento alcance.

Eu sei que ele no final sempre alcança. Sei. E parecer uma imbecil não é tão ruim assim quando penso que posso ensinar o outro a viver melhor com seus sentimentos. Só que isso de vez em quando (e ainda) sangra. E nessa hora ponho na mesa, como sempre, todas as minhas dúvidas, crenças, missão de vida e limites. Olho para tudo e peso.

No final, nunca mudo de idéia. Continuo pensando que acreditar e dar chance são sempre os melhores caminhos. E acho que não vou mudar de idéia ainda.

E é engraçado perceber que só preciso escrever um pouco ao som de uma música linda para entender que tudo, tudo está nos olhos de quem vê. Imbecil é quem vê imbecilidade em buscar sempre o melhor.

Ouvindo: Keith Urban- I Wanna Be Your Everything

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Preço.


Hoje me perguntaram se eu faria sexo anal por R$ 1 milhão. É o sexo mais horrível que posso imaginar. Longe de mim condenar, até porque não posso dizer que dessa água não beberei, mas acho tão, tão estranho. Para mim, ali é um lugar que foi reservado somente para o Exit. Há alguns dias venho pensando o que eu faria de muito impossível por dinheiro? Todo mundo tem seu preço? Sexo eu sei que é bobagem. Todo mundo faz de graça e esse papo de “vender o corpo” é bem esquisito. Ainda não sei pelo que me venderia, mas estou pensando.

Ouvindo: That's The Way It Is - Celine Dion

Foto: Foi a Lua mais linda que já vi. Muuito grande. Tirei no Parque Ibirapuera.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rumos.


Há alguns dias tenho pensado no rumo que minha vida tem tomado. E pensado se realmente é este o caminho que quero seguir. Senti medo de olhar para trás, daqui a alguns anos, e descobrir que em algum lugar me perdi. O que eu acredito. As pessoas que realmente são importantes. O que escondi de mim mesma? Hoje passei em frente à escola que estudei quando criança. Fui tão, mas tão feliz ali. Decidi que quero voltar lá em dia comum para olhar cada canto que passei. Não é saudosismo, é experiência importante para se viver bem. Recordar o que foi bom. E do jeito que for possível resgatar.


Ouvindo: O Amor é Mais – Rafael Brito

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Interrogações.


Quando agimos com prudência, antes de nos envolvermos “pra valer” com alguém e quando agimos com medo, afastando as pessoas porque não saberíamos lidar com uma vida diferente da que temos? Hoje eu pensei na vida que nos força a mudar. Pensei em nós mesmos que nos motivamos sempre, buscando coisas novas, mas pensei, principalmente, do que evitamos mudar, mesmo sabendo que poderia ser a grande mudança de nossas vidas.

Ouvindo: Jaci Velasquez - Adore

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Há Tantos Anos...


Em nome de quem temos que sustentar uma decisão que tomamos há muitos anos? Como um casamento em que não sentimos mais paixão, mas que em nome dos filhos blá blá blá. Em nome do que ou de quem nos prendemos quando o desejo é outro?

Hoje li sobre os pensamentos de Kierkegaard. Quando ele fala sobre o estágio estético, quando vivemos pelo prazer e somente buscando o prazer (e lemos prazer no sentido de coisas agradáveis e não sexual), penso se não é assim mesmo que a vida deve correr. Como um compromisso que fazemos com nós mesmos assim que acordamos, jurando viver o dia da melhor maneira que pudermos. Mas não é egoísta tal pensamento? Se o nosso prazer é o alvo sempre, não corremos o risco de deixar pessoas machucadas pelo caminho? Talvez não seja em nome dessas pessoas que nos abandonamos em algum momento e não vivemos como queremos viver?

Kierkegaard fala também sobre o estágio ético, quando a vida nos força a tomar decisões marcadas essencialmente por uma vida coerente governada por normas morais. No casamento, por exemplo, deixamos a experiência romântica de lado, tão naturalmente, e passamos a viver um acordo econômico e social. Um pouco frio, eu sei. Mas todas as relações que observo são assim. E pode até ser que outras coisas compensem, mas custo a acreditar. Para mim, a realidade é que tudo muda com o passar do tempo e temos de agir como se não mudasse. E tenho medo sim de provar do veneno de minhas próprias palavras quando me casar, por exemplo (acredito que a negação de nossos desejos esteja em outras questões também).

A vida me surpreende sempre com pessoas que não vivem o que desejam viver. E se vivem, culpam-se tanto. O não viver é tão comum que já faz parte da vida. Uma triste ironia.

Ouvindo: Bon Jovi - This Ain't a Love Song.

Foto: Rio de Janeiro, minha última viagem.

sábado, 2 de agosto de 2008

Diálogos.


Passei na Subway para fazer um lanche, depois que saí da entrevista com o Caio Queiroz, idealizador da Reclicagem, empresa que trabalha com gestão e marketing ambiental. Enquanto as idéias fervilhavam em minha mente, tentando encontrar um ponto máximo do bate-papo para conduzir o texto, descansei meus pensamentos num casal sentado logo à minha frente.

Eles não paravam de se beijar. Que paixão! Eles não conversavam. É! Não os vi conversando durante o tempo que fiquei por ali, mais ou menos uns 30 minutos. Talvez eu goste de conversar mais que a maioria dos casais, sim. E eles me fizeram lembrar de alguns romancezinhos terríveis que já vivi. Meninos que nunca puxaram qualquer assunto comigo e só beijaram. Um horror!

O ano de 2008 tem sido para mim o ano da “não paixão”. Ainda não vivi uma grande história e acho que vou acabá-lo sem viver. Não escrevo com descrença não. Apenas tenho notado mais meus sentimentos e visto o quanto meus critérios para ter alguém ao lado mudaram. Ainda não sei se são exigências altas demais para um homem, mas sei que têm me feito bem.

Estou queimando sutiãs e proclamando a liberdade das mulheres poderem ficar sozinhas sem auto-recriminação. No mais moderno dos mundos que já se pôde viver, mulheres ainda permitem abusos contra seus sentimentos e expectativas para simplesmente não serem vistas sozinhas.

O ponto central deste pensamento não é o casal, porque a realidade deles pertence somente a eles e não tenho por predileção julgar pelas aparências. O ponto central deste pensamento é o amor que sinto por mim mesma, um amor que nunca foi tão recíproco, altruísta e saudável.

O dia que eu for fotografada numa lanchonete porque os beijos que darei chamarão a atenção, quero que alguém escreva sobre mim como uma luz no fim do túnel de que é possível ter alguém ao lado pela liberdade de escolha. Escolha de ser alguém independente de outra pessoa.

Ouvindo: Marvin Gaye – Dream Of A Lifetime.

Fotos: Tiradas na Subway.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Consciência.


Para quem gosta de observar pessoas, não há campo de pesquisa melhor que transporte público. Ônibus, trem, metrô. A quantidade de anônimos, e todos tão diferentes, é como uma vitrine daquelas docerias caras e aconchegantes, não sabemos o que/quem olhar.

Antes de entrar no trem, hoje, estive numa livraria. Olhei títulos que nunca havia pesquisado, sobre práticas e teorias espirituais. Não falo dos livros de auto-ajuda, mas os de religião mesmo, aquelas bem fundamentadas como islamismo, budismo. Num dos livros, li sobre como realmente somos mais felizes quando estamos conscientes de nossos atos, sentimentos e pensamentos.

Estar feliz... Quantas pessoas desejam isso e nem se deram conta de que procuram no lugar errado. E procuram até mesmo nas prateleiras das livrarias, como se ali estivessem receitas úteis a serem experimentadas. É interessante como cresce o número de títulos sobre a felicidade. Quase na mesma proporção que pessoas adoecem por não saberem onde encontrá-la.

Observando as pessoas no trem, pensei sobre os diversos tipos de vida que elas devem levar. Havia uma moça tão claramente melancólica. A minha frente um rapaz metido a conquistador, olhando para o mínimo da minha barriga que aparecia. Será que ele já conquistou um grande amor com aquele olhar? E o que havia acontecido no dia daquela moça para ela ter aquele olhar tão distante? Quem, ali, observava sua própria vida como se estivesse fora do corpo?

Descendo na estação destino, andei mais devagar, quis sentir cada passo dado, literalmente. Calcanhar, ponta dos dedos, calcanhar, ponta dos dedos. Senti como minhas mãos e meus braços se moviam naquele ritmo. O estado de consciência. O que eu pensava? Realmente é muito boa a sensação de viver.

Fotos: Tiradas no trem; arquivo pessoal.

Cenário.


"Estou dizendo que tudo o que vemos tem um pouco de mistério divino. Podemos ver o brilho desta alguma coisa num girassol ou numa papoula. Percebemos um pouco mais deste insondável mistério numa borboleta que pousou num galho, ou num peixinho dourado que nada no aquário. Mas o ponto mais próximo em que nos encontramos de Deus é dentro de nossa própria alma. Só lá é que podemos nos re-unir com o grande mistério da vida. De fato, em alguns raros momentos podemos sentir que somos, nós mesmos, este mistério divino."

Trecho do livro “O Mundo de Sofia”.

Indo para uma reunião de trabalho no final de tarde, notei a chuva ameaçando o pôr-do-sol. Uma cena linda! Não resisti e fotografei. Não saiu perfeito, só meus olhos captaram, mas dá para ver as cores em batalha.

domingo, 27 de julho de 2008

Mudanças.

Ele foi embora e me deixou com o último conselho: “algumas decisões que tomamos são para toda a vida, e você está nesta idade”. Ouvi o barulho da porta do carro se fechar atrás de mim e segui sem olhar para trás. Um alívio profundo invadiu meu corpo. Finalmente eu conseguiria pensar! Mas uma nuvem enorme não deixou de me acompanhar até agora.

Por que mudar é tão difícil? Não falo sobre mudança interior, mas a de vida mesmo. Casa, trabalho, estado, amigos, hábitos cotidianos. Na verdade, não sei se essas mudanças são tão difíceis para qualquer outra pessoa, mas para mim são. E como sofro só de pensar que vou acordar no sábado e não vou ter a ligação da Silvana perguntando nada, falando nada, nem acordando direito e já me procurando. Uma vida inteira foi assim. Acordando na mesma casa, andando na mesma rua, vendo como as crianças crescem, os jovens se casam e os velhos morrem.

Há cinco dias estou pensando como minha vida seria se eu acordasse, de um dia para o outro, em outra casa, em outra cama que não a minha que tanto amo, e saísse na rua e visse rostos completamente diferentes. A sensação imediata é de pavor. Mas e quando essas mudanças fazem parte do pacote do seu maior sonho?

A Silvana está indo para a Irlanda. Em menos de três meses não vou tê-la mais me acordando. Menos ainda andando comigo no Shopping interessada apenas em “caroçar”. A mudança dela tem afetado incrivelmente minha vida. E não consigo me lembrar de tantas outras pessoas especiais que saíram de perto de mim e que nem por isso minha vida acabou ou deixamos de sentir um amor recíproco.

A viagem da Silvana está movimentando minha vida. E como se Deus não se sentisse satisfeito de apenas me fazer pensar em meu próprio futuro, Ele está colocando propostas de mudanças irrecusáveis em minha mesa. Há cinco dias não durmo direito imaginando uma nova vida. Agora só não sei se me preparando para ela ou não. E lembro da Simone sempre dizendo “na hora certa você vai saber o que fazer”.

Sempre achei que conosco seria diferente, mas estou vendo que não. Mesmo as pessoas que mais próximas e impossíveis de nos deixar vão embora. Seguem seus próprios sonhos. E devem levar o nosso amor porque é assim que deve ser.

Ouvindo: Robson Fonseca – O Sonho de Deus é Maior.

Foto: Arquivo Pessoal.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Entrevista com Sérgio Morisson

Tive o privilégio de entrevistar o Sérgio Morisson para uma reportagem para o Comitê de Jovens Empresários da Fiesp. É sempre muito interessante cada entrevista, porque saber de pessoas, suas histórias e aspirações é enriquecedor, mas algumas personalidades superam as expectativas mais comuns. Com o Sérgio Morisson foi assim.

Já sabia de seu engajamento em iniciativas sociais – principalmente no campo da política. Lembro bem de uma reunião que tive, na própria Fiesp, quando comecei a freqüentar o grupo e ainda não conhecia muita gente, e fiquei ouvindo uma conversa dele com outras pessoas. Ele contava sobre o “encurralamento” que os seguranças do Maluf fizeram com ele, quando quis (e conseguiu) entregar um nariz de palhaço ao político. Ali eu já sabia que sua maneira de pensar, em relação a muitos assuntos, era bastante diferente.

Abaixo, publiquei a reportagem que escrevi.

“Quero que o social vire moda”


Depois de aventurar-se no mundo fashion como estilista, Sérgio Morisson, 32 anos, lança tendências que ultrapassam o consumo de roupas e acessórios. Sua coleção atual mostra a diversidade de caminhos para acabar com a desigualdade social.

Por Eliana de Castro

Em uma das paredes da Social Moda, um gigante mapa de São Paulo é pontuado com 500 alfinetes, representando os projetos sociais em atividade no estado. Uma seleção criteriosa e importante para o trabalho que a empresa desempenha. A Social Moda trabalha com marketing social, com o objetivo de criar e executar projetos que envolvam as organizações sociais e as iniciativas públicas e privadas. Um empreendimento fundamentado nos princípios e crenças de seu criador: Sérgio Morisson. Provocador, ele não tem medo de ir à luta por seus ideais ou dos outros, desde que sejam coerentes. É quando coloca o famoso nariz de palhaço e começa a gerar o movimento necessário para que as mudanças ocorram. “Quanto mais vejo coisas que me incomodam, mais eu acelero”. Sérgio sempre dá o primeiro passo e não se preocupa com o número de pessoas que vão com ele. Por exemplo, viajou sozinho para o Rio de Janeiro para protestar o caso João Hélio (preso ao cinto de segurança, pelo lado de fora do carro, o garoto foi arrastado por 14 ruas, no Rio de Janeiro, depois de um assalto, no ano passado).

Filho de empreendedores – seus pais são donos das Óticas Rangel e Morisson - Sérgio cresceu no universo luxuoso das classes A/AA. Trabalhou com a marca italiana LuxOttica, considerada a coca-cola dos óculos, conquistando uma condição financeira mais que satisfatória para um jovem de sua idade. Um dia, enquanto ia de uma loja a outra, com o Audi A3 que possuía, viveu a experiência que considera ser o divisor de águas em sua vida. Um seqüestro relâmpago o manteve preso por cinco horas, sob o comando de dois homens. “Comecei a entender que o universo no qual estou inserido é muito maior que o meu círculo de convivência”, conta. “O seqüestro não me revoltou, pelo contrário”. Pela própria história de seu pai, que foi tratorista de cana de açúcar, e os ensinamentos que sempre teve em casa, Sérgio nunca viu o dinheiro como um meio de alienação, embora somente depois do seqüestro tenha se dado conta do real papel de cada um no combate à violência – e leia-se todas as formas de violência. É no campo das idéias que Morisson atua mais, principalmente na política. “O Terceiro Setor só existe por ineficiência do poder público. Amargamos um ônus que não é nosso”.

Depois de um MBA em moda e da criação da primeira SM (Sérgio Morisson), em 2002 Sérgio experimentou o estilismo. Não satisfeito, pela exaustão do trabalho de desenhar, comprar os tecidos, modelar e fazer prova, redefiniu seu empreendimento. Em 2005, a SM (Sérgio Morrison) tornou-se SM (Social Moda). Uma empresa que criaria novas formas de fomentar o Terceiro Setor. Sérgio passou a desenvolver iniciativas sociais como a arrecadação de alimentos em raves famosas como Tribe e XXXperience e o movimento Rir para Não Chorar/ Nariz de Palhaço. Com princípios distintos, a Social Moda pratica o que discursa. Todos os funcionários vêm de ONGs. “Não quero formação em Harvard, prefiro pessoas que estejam no foco de atuação”, diz.

NOVO OLHAR:

Sérgio Morisson foi escolhido líder do Departamento de Responsabilidade Social do CJE por atuar no front. Sente-se apto a despertar a consciência do novo empresariado e fazer com que certos conceitos sejam entendidos de forma correta. Como agir e se expressar. Como fazer com que atitudes sejam coerentes com os discursos. Ele entende que pequenas ações hoje podem determinar um futuro caótico e que ninguém está isento de sofrer as conseqüências da desigualdade.

O Brechó Social é o seu novo projeto. Grandes marcas e celebridades empenhadas em converter parte dos bilhões gerados pela moda às iniciativas sociais. Não menos glamour, apenas mais consciência. Porque luxo hoje em dia é ter paz.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O Mundo é Gay.



Eliana de Castro, 26 anos, jornalista, heterossexual. É. Agora me apresento assim. Isso porque – se é que eu tinha alguma dúvida – descobri que o mundo é gay. Nada contra! Já adianto. É que eu estava no Mc Donald’s hoje e observando todos, como sempre faço, a fim de buscar qualquer história interessante, notei que o número de casais que havia na lanchonete era absurdo. Mas só de homens gays. Quatro contra um, só na minha ala. Um paralelo: o casal hetero era lindo. A menina parecia uma boneca – e não aquela beleza sem graça. Não sei, era linda. Até eu namoraria com ela! E eles pareciam muito apaixonados.

E, minha inserção no mundo gay, porque cada dia o número de amigos gays cresce mais, tem feito minha mente divagar bastante analisando, observando e tentando chegar a qualquer conclusão sobre o que é se relacionar, o que é o amor, porque nos sentimos atraídos por alguém e blá blá blá. Perguntas que todo mundo faz e que ninguém responde – e manifesto minha indignação por livros que tentam explicar isso.

Não tenho nenhuma resposta. Nenhuma. Na verdade, não estou obcecadamente atrás de uma resposta. Acredito que a indiferença em buscar uma resposta ou, talvez, de pensar por pensar só aconteça pelo hábito intrínseco meu de pensar nas coisas. Pensar, simplesmente. Descobri que nem sempre o mais importante é chegar a uma conclusão. Hoje acredito que é muito mais divertido simplesmente questionar e deixar que o acaso, a vida, Deus, as pessoas ou você mesmo, daqui a um tempo, responda. Sem cobranças!

Três perguntas ficaram bem fortes: vale qualquer coisa que dê prazer? Ou seja, o prazer está primeiro lugar, não importa quem ou o quê o cause?, É possível amar alguém sinceramente ainda (hetero ou não?) e Mulher enjoa?

Ouvindo: Keri Hilson - Energy

Fotos: Arquivo Pessoal.

domingo, 29 de junho de 2008

Trilha.


Enquanto eu tomava cuidado para não cair, em meio a todo aquele mato e terra molhada, pensei que não existe nada melhor do que estar em boa companhia. Para dar risada, contar a mesma história tantas vezes, fazer piadas de coisas dolorosas como uma tentativa de tornar a vida mais leve. A nossa. A de nossa companhia. Ter alguém ao lado, seja quem for, faz sua vida não passar em branco, não passar sem graça, não passar depressa. E repare como tudo é mais lento quanto estamos em boa companhia. Quando percebemos, vemos que o tempo andou, andou depressa, mas só porque achamos, um pouco antes, que o tempo havia parado.

Na trilha que fiz, revi a trilha que criei de minha vida, onde percorri tantos pedaços cheios de lama, pedras, mas também com flores lindas e um ar puro que só fui capaz de sentir depois da descoberta simples de que só preciso respirar fundo. Antes de gritar, abandonar, desistir, parar. Respirar fundo antes de dizer algo importante só para passar mais segurança, respirar fundo antes de sorrir só para os olhos brilharem mais.

Não escrevi qualquer frase numa das árvores que encontrei pelo caminho como uma tentativa de mostrar a quem viesse depois que passei por ali. Porque eu vi algumas inscrições. Eu pensei, na verdade, se aquelas pessoas ainda se lembram do que viveram. Se ainda conversam com as pessoas que as acompanharam. Se ainda amam quem juraram ali amar até o último dia de suas vidas. Não que tudo tenha de ser eterno. Entendi que muitas pessoas escrevem para outras quando deveriam escrever para elas mesmas.

Pensei em escrever ali, mas preferi escrever com mais letras, mais sentimentos, mais significados que não caberiam numa árvore. E talvez nem no meu mundo tão infinito feito de papel. O que eu desejo escrever sobre qualquer pessoa que me acompanhe é algo ainda sem definição, porém algo conscientemente imprescindível para minha felicidade real, verdadeira e, sem dúvida, redundante.

Ouvindo: Johnny Rivers - Do you Wanna Dance?

Foto: Arquivo Pessoal.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Mr. Inalcancável.


Vontade de chamá-lo de Mr. Inalcançável. Aquele que não importa o que penduremos no pescoço, mas nunca chamamos a atenção. Eu só queria que olhasse para mim e quisesse se sentar ao meu lado. Um desejo simples. Sabe aquela pracinha no centro de nossa cidade? Eu fico ali sempre à sua espera. E sempre ponho o meu vestido preferido. E aquela água-de-cheiro que mistura aroma de saudade e de desejo ardente de ser feliz. Olho para os lados sempre e nunca vem. Fico mexendo meus pés para frente e para trás. Será que um dia me verá, me notará? Será que um dia conquistarei seu coração, menino?

Um dia vai se sentar ao meu lado. Olhar a lua comigo. Puxar qualquer assunto. Tomar um sorvete de limão. E não será mais o Mr. Inalcançável. Será o meu amor.

Ouvindo: Vitor e Leo - Tem que Ser Você.

Foto: Arquivo Pessoal.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

P.S. de Minhas Cartas.



Estou ensaiando algumas palavras para dizer. Porque sempre arrumo pretextos para dizer. Nem sempre ensaiados. Nem sempre tão sem objetivos. É uma necessidade quase vital dizer o quanto você é importante para mim. É talvez um medo de precisar de uma certeza, de um alguém que nunca te abandonaria, que nunca negaria um corpo para esquentar seus dias frios de dor ou solidão. Longe. Perto.

E volto algumas idéias para elaborar melhor. Desisto de outras por achar tão piegas o amor, em alguns momentos. Momentos como este que ensaio o que na vida deve ser mais espontâneo: o amor.

E a certeza que tenho de sentir o que sinto é tanta que ouso temer o que seria de você sem meu amor. E não quero parecer dona do mundo. Ou sua dona. É que não penso quem poderia fazer tão parte de você além de mim. Porque me adapto a você e aos seus sonhos sim, mas mais ainda porque não quero que seja ninguém mais além de você.

Em qualquer situação da vida ao meu lado vai ver que a observação final será o meu amor. Como um lembrete de que muitas coisas ruins poderão acontecer, mas que nada mudará a essência, o princípio. É a P. S. de todas as minhas cartas.

Ouvindo: Natalie Cole – I Told You So.

Foto: Cenas do filme "P.S. Eu Te Amo". O retrato de minhas histórias, do que acredito ser o amor, do que desejo para mim sempre, do amor que sempre dou e quero receber. Sem medo.

domingo, 15 de junho de 2008

Tipos.


Falando de filmes com o Bruno, ele tentou por alguns minutos lembrar de um que, segundo ele, era a minha cara. Hummm. Qual poderia ser. E eu pensei em alguns gêneros, para ver se eu achava um. Um entre aqueles filmes super reflexivos, que tem um fundo moral impressionante. Esses sempre são filmes que me empolgam. E o que o Bruno quis lembrar, claro.

Estive no Dream Fashion Tour - mega evento que mixa desfile de moda, música e bate-papo com personalidades do mundo fashion. Fui a trabalho, acompanhar os garotos da Fábrica de Criatividade que abriram o show do Marcelo D2. Muito minha cara esse tipo de evento. Tudo o que eu gosto num lugar só. E foi muito interessante a experiência.

Cheguei cedo, por volta das 19h. O evento começaria às 21h. Duas horas esperando nos bastidores. Como sempre levo um livro para qualquer lugar que eu vá, não foi tão torturante a espera. Sentei-me num almofadado enorme nos bastidores e ali deitei, sentei, lendo.

Consigo apostar que muitos que passaram e me viram ali se perguntaram se eu sabia onde estava. Não estava bem vestida - um tênis, uma jaqueta, um jeans básico. É. Não poderia ser reconhecida como um tipo fashionista. E foi aí que comecei a notar algumas coisas. Há os fashionistas e os "tipos" fashionistas. Havia muita gente linda, que se vestia impecavelmente e que dava para notar que fazia parte dela mesma a arte de bem vestir. Mas havia algumas pessoas que se vestiam para ser notadas, dava para sentir no olhar, como se não pudessem se sentir "existentes" sem olhares voltados para si. Esses são os que considerei tipos fashionistas.

Amo moda. Amo. Sou leitora fiel da Vogue! Mas confesso que senti um profundo incômodo em estar ali. Ouvi conversas, percebi gestos e posturas frente aos camarins dos artistas que deixaram com uma sensação de vazio. Não sei. Não gostei. Mas entendi. É o melhor dos mundos. O da aparência. Quem dera não fosse só aparentemente.

Questionei minha paixão por moda. E o Bruno, em seu comentário, aliviou-me. "Putz, qual é mesmo o nome do filme?". Eu imaginei onde ele queria chegar e respondi "O Diabo Veste Prada". "Isso, sua cara. Uma mina estilosa, mas sem ser fútil, inteligente e tal". Sosseguei. E virei mais uma página da Vogue deste mês.

Ouvindo: KT Tunstall - Suddenly I See.

Fotos: Dream Fashion Tour - Edição São Paulo - Via Funchal.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Humor.

Estudos para obra “Linhas, Formas e Gestos” feito com nanquim sobre papel vegetal.

Estudos feitos com tinta látex sobre tecido para obra “Linhas, Formas e Gestos”.

Sinceramente? É estranho ainda (e isso tem acontecido muito) ouvir que sou engraçada. Adoro minhas próprias piadas, assumo, mas ainda tenho dúvidas da autenticidade do meu bom humor. E isso não pode soar engraçado!

A Marcella acabou de me ligar. Uma garota que conheci não tem nem uma semana, num almoço com a Katy Corban, depois do evento “Abraço ao Parque Trianon”, liderado pela Katy, organizado pela FIESP, na última sexta-feira 6 de Junho. Enviei a ela o convite do show que vamos realizar da Banda “Bazar Pamplona” e ela foi muito elegante ao explicar o motivo de não poder comparecer. O que chamou sua atenção, na verdade, foi a minha forma de responder ao seu e-mail. Na ligação, Marcella comentou que estava no escritório ainda (mais de 21h) e estava de “saco-cheio”, resolvendo conversar com uma pessoa engraçada. Eu?No domingo, quando a Maire ligou do Rio de Janeiro perguntando como tinha sido o sábado, respondi que resolvi dormir cedo porque eu me sentia chata. “Chata, você?”, disse ela. Não?

O mau humor freqüentou minha casa (myself) por muitos anos. E eu o reconhecia já como morador (convidado ou não, bem vindo ou não). Lembro-me que perguntava a mim mesma se um dia seria diferente (porque eu realmente queria que fosse), mas não tinha a menor perspectiva de que uma mudança acontecesse.

Hoje, recebi um e-mail da Kelly Sampaio, amiga carioca que fiz numa viagem ao Rio em 2005. Neste e-mail estava escrito uma frase que me chamou a atenção: “Para obter algo que você nunca teve, precisa fazer algo que nunca fez”. Isso!O que eu nunca tinha feito era olhar a vida como olho hoje. Porque a beleza realmente está nos olhos de quem vê. E a graça também!

Ouvindo: Celine Dion - That's The Way It Is.

Fotos: Exposição "Delineamento Urbano", do Artista Plástico Márcio Moreno, que abriremos na Fábrica de Criatividade neste sábado 14 de Junho.

sábado, 24 de maio de 2008

Mandy


Tantas coisas aconteceram na última semana que nem sei como começar este texto. Mas deu vontade de escrever mesmo sem um assunto específico, sem contar qualquer história empolgante que vivi. Quero falar sobre a música linda que ouço agora e que me faz viajar em pensamento para tantos lugares... É uma canção de Barry Manillow, chamada Mandy. Ela está sempre entre as músicas mais bonitas do mundo. E não poderia ser diferente. Ela é sensível, tranqüila, reflexiva, romântica, intensa. É a música que qualquer pessoa deseja ouvir no momento em que se encontra quieta, sozinha.

Descobri essa música há muito tempo, quando um amigo, Wagner Belmonte, me emprestou uma coleção de CDs com as “Melhores Músicas de Todos os Tempos”. Lembro que ele falava que essa música tinha cara de praia em dia chuvoso. Nada mais lindo! Melancólico a primeira vista somente. Voltei a ouvi-la, depois de tantos anos, nesta semana, na terça-feira. Estava ao lado de uma pessoa que não me conhece muito, ou nada, para ser mais franca e, de repente, comecei a falar dela, como me sinto ao ouvi-la, certamente deixando o rapaz com uma sensação estranha, mais ou menos parecida com “essa garota é louca”.

Em todo momento que paro para ouvir meus sentimentos e pensamentos ouço músicas sensíveis e lindas como essa. Olhando a madrugada pela janela ou escrevendo conectada a um milhão de pessoas que vivem solidão coletiva. Pelo prazer que poucos sentem em ficar a sós com o mais íntimo de nós. Porque eu amo estar comigo, me ver por dentro, me rasgar, chorar, rir, sentir o que Deus me permitiu sentir, porque a graça maior da vida é poder sentir. Não posso dizer que Mandy é o meu retrato porque ela é sofrida, dolorosa. Trata de um amor perdido. Mas o sentimento do Barry ao cantá-la tem a ver comigo. Ele transfere para a música a verdade de um momento. E eu tenho vivido isso: momentos muito verdadeiros, que tenho transformado em belas histórias.

Ouvindo: Barry Manillow – Mandy.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sobre a Rosa Colombiana


Tudo o que plantamos colhemos. Tudo. Não há nada que não volte. Seja uma palavra, um gesto ou pensamento.

Mania de ligar o computador e checar mensagens. Não sei se minha vida profissional tão corrida me deixou assim, mas não paro um segundo. Conecto, desconecto. Conecto, desconecto. Nesta tarde, sem pretensão, conectei e vi um e-mail diferente. Há dois anos me encantei por um rapaz que treinava na mesma academia que eu. Lindo. Lindo. E foi recíproco até certo momento. Um dia, só para tornar tudo mais cinematográfico, resolvi dar uma rosa colombiana para ele. Mesmo adorando, como sei que adorou, ele se afastou. E não vou escrever sobre as inúmeras possibilidades que o afastaram. O foco deste texto é outro.

Abri o e-mail e li uma mensagem simples, porém linda. Ela me fez pensar na verdade de que, nunca, nunca, nunca, qualquer pessoa esquece um gesto/palavra que saiam sinceramente do coração. No íntimo, sempre soube que toda vez que ele visse uma rosa colombiana, pelo resto de sua vida, ele se lembraria de mim, porque a força (energia) daquele gesto foi intensa demais (“Rosa Colombiana” virou uma crônica e fará parte do meu primeiro livro). Uma certeza muito minha e sem qualquer pretensão de ser comprovada. Mas este e-mail, dois anos depois, comprovou e fiquei tão, mas tão feliz!

É bom demais não irmos contra nossas vontades, por mais que na hora a resposta não seja a que tanto desejamos. Ele lembrou de mim porque viu a foto acima. E a observação final do seu texto para mim foi “Sim, são Colombianas..rs”. Emocionei-me!

Ouvindo: Sara Bareilles - Gravity

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Qual o Fim de Tudo?


Há alguma razão maior que nos faça viver intensamente cada segundo que a certeza da morte?

O ritmo do meu dia ia frenético como todos os dias quando uma ligação me fez parar de respirar. Era o Everton. Fiquei feliz, porque sempre é sinônimo de cinema. Mas não desta vez. Senti sua voz triste. Depois de perguntar o motivo, ele desabou a chorar. “Minha filha está morrendo, Li”. O que senti não sei exatamente. Só sei de uma confusão. Impotência. Vontade de sair correndo para encontrá-lo e abraçá-lo o mais forte possível. Vontade de não acreditar que ele estava vivendo uma situação tão dolorosa.

Os trabalhos com o Balé da Cidade de S. Paulo começaram ontem também. Tudo tão lindo. Sensações tão contrárias. E uma vontade louca de dormir, porque havia passado a madrugada inteira escrevendo para a FIESP. Vi o dia nascer. Pensei nas pessoas que tanto amo, para algumas até escrevi. Pensei em tanta coisa, tanta coisa! Chequei mais uma vez (como faço todos os dias) se realmente estou vivendo minha vida. Se não a deixo passar sem graça. E fiz a incansável pergunta: “qual é o fim de tudo?”.

A filhinha do meu amigo se foi. Ficou em mim tanta coisa. Algumas ainda eu nem sei dizer. Mas uma sim: Deus me deu a chance de conhecer o êxtase. E o que chamo “êxtase” é a sensação inenarrável de qualquer coisa vivida plenamente. Quantas vezes posso sentir isso por dia?

Ouvindo: Frank Sinatra – My Way.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dois Lados


O que é tão aterrorizante para quem ama, capaz de fazê-lo mentir e negar o amor, quando os olhos não dizem outra coisa?

Uma vez amei assim. Tão forte e tão capaz de me destruir. Destruiu-me, na verdade. Fez-me fazer coisas que nunca pensei que faria, de bobas, infantis. Ele era tão talentoso, tão bonito, tão capaz de seduzir todas que me enlouquecia só o pensamento de não tê-lo um dia. Mas tal pavor me fez perdê-lo, porque nenhum amor menor que a capacidade de acreditar em si mesmo como sendo um bom amante/companheiro é suficientemente capaz de agüentar as inseguranças naturais de um romance.

O que nunca imaginei é a dificuldade de estar do outro lado. Nunca imaginei como minha grande paixão se sentiu em relação a mim. Ele deve ter passado muitas horas pensando em como me ajudar, como me fazer acreditar que eu era especial. Mais! Ele deve ter pensado no quanto poderíamos ter sido felizes se eu não odiasse tanto a mim mesma a ponto de não acreditar que eu o faria feliz simplesmente por ser eu. Ele pode ter me olhado muitas vezes e desejado me abraçar, com conforto, e resistido porque o abraço não me faria crescer.

Difícil para quem sofre, para quem faz sem querer outro sofrer. Aterrorizante é não se sentir capaz de fazer o seu amor feliz.

Ouvindo: The Temptations – Nigth And Day

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vespeiros


Sei falar tão bem sobre mim mesma e meus sentimentos porque passei muito tempo comigo mesma.

O primeiro encontro foi num sábado pela manhã, no Parque Ibirapuera. Frente ao lago, eu perguntei “o que será de você se seguir adiante assim?”. Respondi franca e diretamente: “infeliz”. Nada mal para um primeiro diálogo. Hoje é engraçado ouvir que sou tão habilidosa para falar de sentimentos porque nesse dia, há tantos anos, pensei que nunca chegaria ao ideal da minha vida. Equanimidade. Palavra bonita. E eu lembro sempre da Simone dizendo – enquanto estudávamos física – que ama o conhecimento por achá-lo bonito. “Eu não entendo nada, mas é tão lindo de ouvir”. Equanimidade. Era lindo ouvir essa palavra, mas o que realmente significava?

Equanimidade na prática é ser distante. O distanciamento é fascinante! Falar sobre os próprios sentimentos é fácil quando você faz-de-conta que ele é do seu vizinho. São técnicas, claro. E viver “distante” não quer dizer viver fora das emoções, dos momentos, das pessoas. Não! É só ter a sensação de não ser você o “centro das atenções” quando qualquer acusador interno começar a falar. Pelo menos comigo essas vozes foram terríveis. E “foram” porque hoje sei conversar com elas.

Quando eu tive a chance de escolher não mexer no vespeiro do meu íntimo, percebi que viveria pela metade, porque a outra parte seria tomada pelas vozes censuradoras. E foi uma escolha difícil cutucar as vespas. Mas vê-las voando para longe, em algum dia de céu azul da minha história, também foi tão...Libertador.

Ouvindo: Faith Hill - There You'll Be.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Velho? Novo?


É bom quando o velho permite que o novo chegue. Quando a mistura é interessante, quando as diferenças não fazem a menor diferença.

Resolvemos (Paula e eu) fazer uma festa de aniversário para o Naldo (meu professor de break), na minha casa, no sábado à noite. Quando eles chegaram (Paula e Naldo), a casa estava cheia – detalhe: os convidados não conheciam o aniversariante. O que tinha tudo para ser constrangedor e inquietante foi divertido e aconchegante. Tadeu, na hora dos parabéns, soltou um “é pique, é pique, é Hip, é Hip Hop”, convidando com criatividade meu novo amigo a integrar de vez à turma. Daniela, com seu sorriso arrebatador, tentou cumprimentá-lo com um ar meio de “mana”. Sem falar, como sempre, das palhaçadas da Silvana.

Depois de três filmes, muitas risadas e sessão de fotos, refleti, olhando para o teto do meu quarto, antes de pegar no sono, quase com o dia amanhecendo, que a paixão essencial da minha vida é se relacionar. Com as diferenças, com os autores dos livros que leio, com os parceiros de dança (que podem durar uma vida ou uma noite), e comigo mesma. E os melhores relacionamentos são aqueles que eu não tenho a obrigação de classificar. Eles existem e ponto. Causam-me sensações inenarráveis e ponto. Fazem-me rir e ponto.

Virei para o lado, fechei os olhos e tentei não pensar em mais nada. Só deixar a sensação agradabilíssima dos laços afetivos invadir meu corpo e me desligar. Esses laços que não são velhos nem novos, quando são verdadeiros.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Estilo, Elegância e Empreendedorismo



A frente dos negócios que levam a marca Emiliano, Gustavo Filgueiras é a fotografia da sofisticação, do requinte e do empresário que tem um pouco mais que sagacidade para se dar bem em um mundo onde todos realizam o máximo.

Por Eliana de Castro


Endereço: Rua Oscar Freire, 384. Clientes que validam sua posição entre os melhores do mundo: Gisele Bündchen, Zinedine Zidane, Carolina Herrera, Caetano Veloso, entre outros. Empreendimento: Hotel Emiliano. O negócio que o mercado ousou dizer que nunca daria certo se tornou uma referência em conforto e abrigo de personalidades, quebrando paradigmas do que se entendia ser um hotel de luxo. As sacadas ousadas vieram deles: Carlos Alberto e Gustavo Filgueiras. Pai e filho.


“O hotel inteiro equivalente ao andar VIP”, relata Gustavo ao recordar a primeira fase do empreendimento. Uma construção que demorou quatro anos para ser finalizada, devido às mudanças de concepção durante a obra (a idéia original era ser um flat). Alterações catalisadoras que tornaram o projeto ainda mais arrojado, pela necessidade irrevogável de se criar espaços diferenciadíssimos para desfocar as desvantagens dos preços elevados e da ausência de infra-estrutura para convenções. Os lençóis egípcios de puro algodão, os travesseiros húngaros de pluma de ganso – detalhe: retiradas somente do peito –, o painel inteligente de controle de som, luz e ar condicionado são apenas alguns dos mimos que compõem o discreto mas grandioso prédio. São 23 pavimentos, 57 unidades de hospedagem e um restaurante. “Na visão de um consultor hoteleiro a conta não fechava”, conta Gustavo. Um estabelecimento com tantos elementos caros – de móveis a peças de cama – haveria demanda para algo tão luxuoso? Na prática, provou-se que sim.


O empresário sempre foi atuante. Enquanto cursava a faculdade de arquitetura, aos 19 anos, assinou pequenos projetos de amigos e familiares. Aos 21, decidiu colocar a mão na massa, acompanhando o dia-a-dia da construção do hotel ao mesmo tempo em que pensava no melhor esquema para o funcionamento operacional. Sua mente visionária tem a habilidade de ir de um extremo a outro, não deixando passar qualquer detalhe. Hoje, sete anos depois, pós-graduado em administração de empresas pela FGV e com curso executivo na Universidade de Stanford, o jovem de 32 anos continua o mesmo, atento ao cotidiano, porém de olhos bem abertos para as oportunidades futuras de expansão da marca, principalmente no mercado internacional. Membro do The Leading Small Hotels of The World, o Hotel Emiliano ainda agrega valor à marca com seu restaurante tão independentemente bem sucedido. Ícone gourmet da capital paulista, o ambiente é formal, discreto, possui salas reservadas, um jardim de inverno, espaço ideal para tratar assuntos confidenciais de trabalho ou assuntos pessoais especiais.


Visão Política


“O CJE me ensinou a ter envolvimento político”, conta Filgueiras. O empresário acredita na missão do grupo de construir uma nova identidade empresarial e defende, hoje, com mais veemência, a participação de jovens na política, como cidadãos atentos e dispostos a reinventar a vida civil, revigorando a democracia. Sempre preocupado com a seriedade de seu trabalho, Gustavo enumera a ética e consistência como as duas características mais importantes para um empreendedor. Ele percebe que no grupo há um alinhamento de pensamentos e ideais, que fortalecem os trabalhos e as relações, dando confiança para se trabalhar. Ele enxerga que no CJE há pessoas determinadas, aptas para o empreendedorismo.


Resumo de Uma Vida


O elegante rapaz – por uma habilidade afinada pelos anos de trabalho ou por um dom nato – tem a sensibilidade aguçada para as necessidades das pessoas. Em todo o tempo repara nos mínimos detalhes e sua fala suave e tranqüila não esconde a constante preocupação com o conforto de quem está ao seu lado. Talvez seja o quê a mais que o destacou. O empresário sensível às sutilezas também é pratico e pró-ativo. Não é daqueles que esperam as coisas acontecerem. Para Gustavo Filgueiras a frase não é “se eu tivesse, eu faria”, mas sim “só vai ter se fizer”. Pelo desejo se ser referência para aqueles que desejam seguir um caminho certo no empreendedorismo, preocupa-se seriamente com a imagem que passa. Mas como ele mesmo respondeu, ao ser questionado sobre sonhos: “o que eu visualizo e espero para mim acaba acontecendo”. É só esperar.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Armani na Etiqueta


Não consegui perguntar ao J. Hawilla, na Reunião Ordinária do CJE (Comitê de Jovens Empreendedores da Fiesp) de hoje, quem pensa o projeto de responsabilidade social da Traffic. A palestra estava indo bem até ele começar a dizer – inconscientemente, tenho certeza – que incivilidade está no jeito que se come. Ele contou que os meninos que o projeto atende, além de jogarem futebol aprendem sobre economia e boas maneiras, porque muitos jogadores de futebol ganham dinheiro na Europa, vestem Armani, mas não sabem comer. Pensei se temos de merecer vestir Armani, se precisamos ser “etiquetados” como muitos se julgam.

Quando pessoa bem sucedida decide que vai devolver à sociedade o que a vida lhe deu (quase sempre financeiramente), fico com medo. Como se rico devesse favor a pobre. Como se esse pobre escolhido tivesse que, por ser pobre, ser igual ao rico que o acolhe. Entendi perfeitamente o que ele quis dizer com o “boas maneiras”, e quando cito acima acreditar ser um pensamento inconsciente é justamente por achar que ele é sincero em sua boa ação. Eu mais que ninguém defendo a elegância, mas até nisso sei ver que é preciso escolher. E que é preciso não ensinar, apenas ser, e quem quiser que tome aquilo para si.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Someday I’II Be Saturdey Nigth


Foi uma tarde de sábado, quando eu tinha 13 anos. Eu vestia um jeans claro, uma blusa azul marinho com uma renda no colo. Meus cabelos eram claríssimos, nessa época. Naturalmente claríssimos. E lembro que estava muito tímida, até medrosa. Um rapaz negro, lindo, muito lindo, chegou em minha amiga Cláudia (na época), e perguntou se ele poderia ficar comigo. Ficar? O que era aquilo? Não que as meninas ainda não ficassem, eu não ficava. Nunca havia beijado. Ele era bonito, nunca o esqueci. Mas aquela tarde não foi especial só pela primeira sensação que tive de que estava me tornando uma mulher, porque até então ninguém tinha pedido para ficar comigo, e ele ainda era mais velho, naquela tarde eu ensinaria algumas meninas a dançar. A coreografia era o máximo, profissional! Bon Jovi – Someday I’II Be Saturdey Nigth. E visitando o YouTube, despretenciosamente, achei essa canção, numa versão leve, acústica. Emocionei-me. Pela simplicidade de uma lembrança, pela vontade de não nunca morrer, porque a quem vou deixar minhas histórias?

domingo, 20 de abril de 2008

Afrodisíaco.



Os sentidos favorecem o prazer. Para uns o paladar, para outros o tato, para os homens certamente a visão e para mim, confesso, o olfato. Homem perfumado é a coisa mais excitante que existe. O Keanu Reeves sem um cheiro à sua altura não deve ter a mínima graça (embora eu não esteja tão certa disso). Sempre imagino que semideuses como ele são naturalmente perfumados, manhã, tarde, noite, mas, voltando à humanidade, fico sempre receosa quando meu coração se encanta por alguém. Não é frescura, é autoconhecimento. Saber o que detona meu prazer é saber já, de antemão, o que vai valer o título de “algo inesquecível”. E um Bvulgari Black nesta semana me fez pensar nisso. Pronta para um evento de última hora, eu retocava o rímel no espelho quando senti em algum lugar o aroma do tal. Parei. Parei de verdade. Tudo mudou dentro de mim. Percebi ali meu ponto fraco. A visão separa os candidatos, porque estilo para mim é (quase) tudo. Mas o olfato é mais poderoso. Ele é que determina se sim ou se não.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Percussão Mestre Altair


São quase 4h da manhã, acabei de chegar em casa, depois de uma maratona intensa de trabalho nos últimos três dias, mas achei que não poderia ir dormir sem antes contar algumas novidades.

Recebi nos últimos três dias o Altair Martins, um dos principais membros do Grupo Cultural AfroReggae, além de líder da banda AfroReggae, percussionista mais que exemplar, e o coordenador de parcerias institucionais também do GCAR, João Madeira, na Fábrica de Criatividade. O objetivo da visita foi a apresentação do nosso espaço e projeto ao Altair, que é um dos poucos que ainda não conhecia nosso trabalho e a troca de experiência entre as duas instituições sobre vários assuntos: gestão, proposta político-pedagógica, projetos em comum, parcerias, entre outros.

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É uma pena que uma nota como esta não consiga passar nem 1% do que aprendi, vivi e visualizei (falando de futuro). Absurdamente fã de todo o trabalho do GCAR (como já disse outra vez), só pude levantar as mãos para o céu e agradecer ao meu grande DEUS por tudo o que Ele tem permitido por minhas mãos.

Uma coisa bem legal que vai acontecer na Fábrica de Criatividade é uma Oficina de Percussão com material “reciclado”, dado pelo excelentíssimo Altair. Hoje foi o máximo. Momentos mágicos de um som ótimo treinado apenas em meia hora. Imagina quando o grupo estiver completo. Fora a diversão!

O Altair é absurdo. Um dos caras mais fodas que já conheci.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Um Pedaço Apenas


Tenho esquecido de olhar o horóscopo. Alguma transição de planetas deve estar afetando minha vida, fazendo sombra e deixando o clima um tanto pesado. E como levar esses dias com serenidade? Respiração profunda que aprendi no Yôga. E o que mais? Fé em Deus. Mais? Escrever para registrar o período de incertezas e para comemorar depois quando tudo ficar mais claro, ensolarado. Porque o sol sempre aparece. É só crer. E eu estou crendo. E é até interessante perceber essa passagem pelos dias sombrios como sendo apenas um pedaço do caminho. Um pedaço apenas.

Futuro


Não consigo falar muito. Estou acompanhando cada cena com medo e sentindo minhas forças se esvaindo. Acho que não consegui parar de chorar desde que saí hoje da Fábrica de Criatividade. São tantos pensamentos, tantas pessoas, tantas responsabilidades. O rosto de cada um está na minha mente, passando como um slide. Tenho certeza de que não posso me deixar levar. Minha força fará falta. E queria tanto poder dormir ao lado de todos para juntar energia só por estar ao lado. Tenho certeza de que essa noite vai ser a minha primeira em claro depois de três anos...
Foto: Fábrica de Criatividade por Kátia Leão.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Sem Pressa.



Revi algumas fotos suas. Algumas mensagens doces, melancólicas, que me remetem ao primeiro dia de nossa história. Lembro bem como me senti apaixonada sem nem ao menos saber como era seu rosto. Foi sua sensibilidade. Sua inteligência, seu rosto de Príncipe. Não tenho mais ansiedade para saber das coisas, porque agora entendo que o tempo é exato, mas desejo um dia saber o que signifiquei para você. Não sinto sua falta, mas sinto falta daquela sensação de apaixonada, aquela sensação única que sentimos quando sabemos que faríamos muito por alguém.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Elegância Custa Caro


Alguém me disse que se eu estivesse no Titanic morreria como aquele personagem que segura um copo de uísque, elegantemente, enquanto todos correm desesperados. Lembrei da Leila dizendo que sou classuda, que o mundo desaba mas não perco a pose. O motivo desse assunto é que numa mesa de bar Jefferson me descreveu dizendo mais ou menos assim: “quando ela é cutucada, finge que não é com ela, como se dissesse “não vou dar o prazer a esse cara de me ver mal””. Por razões bastante atuais, conclui que minha elegância custa muito caro. E consigo apostar que algumas pessoas pagariam um bom preço para dizer que foi motivo de uma “descida do salto”.