segunda-feira, 28 de junho de 2010

Liberdade.


Não sei se é de aquariano, mas toda vez que me sinto triste ou angustiada quase sempre tem a ver com a sensação de estar presa a alguma coisa ou a alguém. A liberdade é a minha felicidade. Mas antes que se pense que eu falo de liberdade no sentido de - direito de ir e vir – digo que não é isso. Falo da sensação indescritível que vem do mais íntimo, de poder ser quem você é. Coisa de aquariano? De artista? De qualquer ser humano minimamente consciente? Não sei.

Sentadas a mesa no Tahitian Café, Mafê e eu falávamos sobre os caminhos que nossas vidas tomaram depois da Fábrica de Criatividade. Embora sejamos muito diferentes, algo que sempre tivemos em comum é o desejo de viver cada dia com festa, arte e significado. Partilhamos coisas lindas em cinco anos e todas elas estavam relacionadas com o anseio de nossos dias terem um propósito. E não falo de um dia na semana, mas todos os dias! Como os anos passam e com cada um surgem mais responsabilidades, hoje a vida não é tão simples como antes e é muito claro que o esforço de torná-la ideal é muito maior.

Enquanto voltava para casa feliz pelo encontro, me distraia com uma edição especial da revista FFW Mag sobre Londres. Uma das reportagens contava sobre a relação intrínseca das drogas com as celebs. Certo trecho escrito pela jornalista Luciana Pessanha fechou com perfeição meus pensamentos:

(Sobre Amy Winehouse) Adoramos vê-la completamente high, afirmando que não é drogada. Ou vibramos com sua maquiagem borrada, com suas fotos ao lado do namorado ensanguentado e com todos os seus escândalos, que consumimos avidamente bombando a indústria da invasão de privacidade e suas revistas – a droga das pessoas de vida pacata. E pode apostar que somos voyeurs, muito menos por morbidez do que por admiração. Ainda que detonados, os ídolos que se jogam nas drogas têm uma aura de liberdade que admiramos. E talvez seu glamour resida exatamente nessa licença de fazer o que querem da vida, inclusive jogá-la no lixo, enquanto nós acordamos cedo, trabalhamos, assistimos TV e gastamos anos sem que um pico de emoção nos acometa.

Não estou, óbvio, fazendo nenhuma apologia ao uso de drogas, apenas comprovei que muito de nosso comportamento acomodado deve-se a covardia de pegarmos nossa vida pelas mãos e levá-la para onde sempre desejamos. E eu resisto muito a isso. Meu corpo chora quando algo está amarrado e não estou livre. Coisa de Aquariano? De Artista? De qualquer ser humano minimamente consciente? Não sei.

Ouvindo: Music Feelings – Ramilson Maia e Fernando Ferds

Foto: Kate Moss – Ícone de beleza e liberdade.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ninguém Está Só.

Normalmente convivo com um tipo de solidão – e não é a que a maior parte das pessoas conhece -, mas senti-me feliz, muito feliz, e naturalmente menos só, quando recebi as análises deste Blog. Mundo, obrigada! Às cidades Viseu e Lisboa, em Portugal; Luanda, na Angola; Croissy e Beaubourg, na França; Califórnia, Estados Unidos e Oshawa, no Canadá. Obrigadas!

Dentro do meu Brasil, tenho audiência em quase todos os estados, lindo! Obrigadas! Em São Paulo está a grande maioria e Rio de Janeiro vem em segundo lugar. É incrível ver que meus pensamentos alcançam outras pessoas em lugares tão diferentes do meu. Isso prova que a força de atração entre mentes “gêmeas” é muito mais forte que a geografia.

De presente a quem entra aqui e não mora em São Paulo uma foto da minha avenida preferida: Avenida Paulista. Por ela ando todos os dias, vivo histórias, encontro gente, sou testemunha de muita coisa interessante e, principalmente, me inspiro.

Valeu Ítalo Santana, meu querido amigo que me ensina a ser mais moderna aliando ao meu trabalho a irresistível tecnologia.

Ouvindo: Heroes & Saints - Nicolaj Grandjean

Foto: Av. Paulista – Foto Alex Uchoa.

domingo, 20 de junho de 2010

Fábio Jr. e o Tal do Borogodó.

O homem desejo nem sempre é belo ou rico, mas sempre é livre. Livre de frescuras, de pressa, de passado e futuro. O homem desejo é sempre hoje. Ele é intenso, dança num palco ou no meio da sala com a mesma paixão. Ele envelhece mas em seu rosto não se enxerga rugas. Ele pulsa vida.

Nasci em 1982 e Fábio Jr. já era um homem desejo. Hoje, 28 anos depois, ele continua. Cada um tem um gosto e muitos podem discordar, mas duvido que qualquer pessoa mais ou menos entendida do que é o tal do “borogodó” não se renda diante dele.

Assisti seu último show no Credicard Hall. Sempre quis gritar “lindo!” diante daquela mexidinha no cabelo na altura da nuca. Ele faz amor quando canta! (Ok. Brega) Tenho 100% de certeza que todas as mulheres naquele espaço iriam para a cama com ele, se pudessem. O que fiquei a pensar, depois, é: o que torna um homem o desejo em pessoa? (Adoraria muitos comentários sobre essa pergunta)

Fábio Jr. é para mim o homem desejo porque não consigo imaginar que ele use qualquer palavra vulgar enquanto está com uma mulher. Isso para mim é tudo. Ele é o homem que consegue o que quer contando histórias mansas, falando devagar, com voz baixa, agindo como se a coisa menos importante do mundo fosse o sexo. Acho muitíssimo charmoso quem deseja algo e não se comporta como quem deseja. É atraente demais quando um homem não demonstra onde ele quer chegar. Quando não consigo ler nada nos olhos de um homem ele se torna muitíssimo interessante.

Um Fábio Jr. adora uma mulher sem olhá-la como um simples composto de zonas erógenas. Um Fábio Jr. nunca concorre com uma mulher. Os namorados e maridos presentes no show se constrangeram um pouco diante da gritaria. Não sei se seus egos correram dali de vegonha, mas imagino que boa parte tenha se perguntado: o que ele tem que eu não tenho?

O show em si não me deixou totalmente satisfeita. Apesar de o repertório ter sido o que todos nós sonhamos, achei que ele cantou de qualquer jeito. Contratem um cenógrafo com urgência e nunca deixem que o Fiuk entre no palco e não diga ao menos um “oi” para a plateia.

Ok. Gritei muito com a entrada do Fiuk. Eu iria para a cama com os dois... Juntos.

Ouvindo: Sem Limites Pra Sonhar – Fábio Jr.

Foto: Show no Credicard Hall – 18 de Junho de 2010.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Maria Gadú.


Quando uma alma encontra uma canção que a preenche a sensação vivida é inenarrável. Na tentativa de chegar mais perto das palavras, normalmente apertamos a tecla “repeat”. É por isso que ouvimos muitas vezes a mesma música.

Altar Particular, de Maria Gadú. Que poesia! Minha alma está completamente apaixonada por esta canção. Confesso que não dei muita atenção ao seu álbum de estréia, tendo conhecido apenas a Shimbalaiê, porque ouvia sem atenção quando tocava na novela Viver a Vida. Shimbalaiê foi a Palpite, de Vanessa Rangel, em Por Amor (1997/1998). PS: Que saudade da doce rebelde Milena, personagem de Carolina Ferraz! Como todo grande sucesso de novela que lança um novo nome que nem sempre decola, não dei muita atenção.

Enquanto trocava impressões com o Filipe Vicente sobre algumas músicas da Vanessa da Mata e Ana Carolina, ele falou sobre Maria Gadú. Recomendou-me seu disco com bastante entusiasmo. Ouvi diversas vezes. Deixei que cada canção entrasse sem reservas e, claro, estou rendida! Sua voz é linda, as músicas são delícias e delas brotam uma energia relaxante. Nem todas arrebatam, mas a maioria sim – curiosamente as de sua própria autoria. Destaque também para Bela Flor e Lounge. A única que não gostei foi Laranja. E só para não perder a piada, a francesa Ne Me Quitte Pas lembrou muito o Joey tentando aprender francês na Décima Temporada de Friends. A versão Baba, da Kelly Key me deixou sem opinião.

Sem mais, a vida vai passando no vazio, estou com tudo a flutuar no rio, esperando a resposta ao que chamo de amor. Lindo!

Ouvindo: Altar Particular – Maria Gadú

Foto: Albúm Maria Gadú.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Casting.

Assisti “Casting”, espetáculo com Caco Ciocler e grande elenco. Não gostei! Os dois atos me incomodaram muito e em alguns momentos tive que apertar a “Tecla D” do meu sistema para continuar ali. Admito que o texto “pesado” foi passado com certa leveza, levando o público a rir em muitos momentos. O fato é que as atrizes não souberam controlar suas vozes – estridentes e sem harmonia quando tinham que interagir – o que matou a peça para mim, pois 90% do enredo é com elas. Outro ponto péssimo: a nudez total de uma das atrizes. Foi apelativo. Não foi nem de longe o tipo de nudez que agrada aos olhos – embora eu não tenha certeza se toda nudez tem que agradar.

“Casting” situa-se numa cidade russa e conta sobre a tentativa de seu povo de sair da apatia e desesperança geradas pelo fim do comunismo e início do capitalismo. As personagens principais, quatro mulheres de várias gerações – algumas sem um corpo ideal – batalham para ser levadas para Singapura para trabalhar em um “show” que depois se descobre ser um show erótico. Ciocler faz muito bem o papel de produtor do processo seletivo e seu lado ridículo – no bom sentido – é bem bacana.

É claro que escrever sobre qualquer produto de arte e cultura é muitíssimo complicado pela realidade óbvia: além do gosto de quem escreve pesa também o tamanho do conhecimento que se tem sobre o contexto. Ratifico, então, que não tenho nenhuma intenção de mostrar-me como profissional do assunto. Minha opinião é livre.

Para gostar ou não gostar, incentivo sempre que se vá ao teatro. Que se saia de casa! O melhor de uma crítica sempre é o fato de ter vivido a experiência.

Ouvindo: Quem Sou Eu – Sandy Leah.

Foto: Casting – Divulgação.