domingo, 15 de maio de 2011

Exposição Pierre Cardin. Atemporalidade. Dica.

“As roupas que eu prefiro são aquelas que eu invento para um vida que não existe ainda, para o mundo de amanhã” – Pierre Cardin

Mergulhei no universo de Pierre Cardin visitando a exposição “Pierre Cardin Criando Moda Revolucionando Costumes”. Instalada no 9º andar do Shopping Iguatemi, em São Paulo, com curadoria de Denise Mattar, os ambientes apresentam 70 looks, de 1952 a 2010, além de fotos, croquis e acessórios. Patrocinado pelo HSBC Bank Brasil o projeto é uma homenagem aos 60 anos de criações de Pierre Cardin.

Tudo encanta, inebria e transporta do passado para o futuro, do futuro para o presente, te deixando com uma sensação de atemporalidade. Artista que sempre esteve à frente de seu tempo, Cardin opta por peças quase sem detalhes. O simples. A maior parte de suas criações são monocromáticas, e a exposição valoriza muito bem esse detalhe separando os modelos por cores e não por épocas. Para entender a importância de Pierre Cardin na história da moda, ele foi o primeiro estilista a apresentar uma coleção de prêt-à-porter, tanto para as mulheres quanto para os homens. Para os homens, aliás, Cardin deu novo rumo ao vestuário masculino, tornando o homem mais exuberante, mais sexy, equiparando-o à mulher que desde sempre entendeu que roupas eram muito mais que tecidos que escondiam seu corpo.

Fiquei quase três horas na exposição me deliciando com cada peça. A música ambiente, que não poderia ser melhor, era composta praticamente pelo repertório de Edith Piaf.

Nos anos 1960/70, Cardin criou os ternos dos Beatles, os uniformes da NASA e suas famosas roupas futuristas. Ele que foi um dos mais inovadores também no uso de materiais como borracha, vinil e metal, chegou a, inclusive, desenvolver um tecido: o cardine. Mesmo entendendo pouco de moda, a visita é válida porque é muito fácil perceber sua importância, pelo modo como a equipe organizou a exposição. Vale muito a pena assistir ao documentário “Pierre Cardin: O Último Imperador da Moda”. São apenas 55 minutos que fecham a exposição não deixando dúvida sobre sua genialidade. Pierre Cardin nunca ressuscitou uma época, ele vestiu uma.

Saiba mais: http://www.pierrecardinnobrasil.com.br/

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Renova-me. Refaça-me. Desfaça-me. Avalon. Renew Me.


Acredito que a música seja uma válvula de escape muitíssimo importante para emoções ainda indefinidas. Como um espaço vazio que deve ser preenchido enquanto a razão não consegue explicar o sutil, o que não tem a ver com o corpo físico e nem com o corpo emocional. A música é um abraço, um cachorrinho que não fala, não aconselha, mas está ali, ao lado, preenchendo um espaço que nem outro ser humano é capaz de preencher porque julga.

Enquanto mergulho nesse mar de sentimentos sem explicação, sentimentos futuros até – sobre algo que não sei – ouço Avalon, uma de minhas paixões, como já publiquei aqui. Se a música do momento reflete o estado de uma sociedade, o estilo que marca meu “cosmos” nessa fase de minha vida tem total coerência com meus questionamentos, sentimentos e desejos: mais Deus em tudo.

Quero destacar “Renew Me”, do álbum “The Creed”(Sparrow, 2004). Com uma letra fortíssima, é uma daquelas canções que sugam nossa alma, nos deixa ocos por alguns segundos e como uma injeção de ar violenta pulmão a dentro, somos renovados com algo infinitamente melhor. Talvez porque “Renew Me” seja aquela canção que fala sobre todos nós no escuro de um quarto. Momentos que nem todos gostam de viver ou falar sobre.

“Por que eu sou uma janela tão empoeirada cuja luz não brilha completamente?/ Por que sou só uma estrela minúscula em um céu tão azul?/ Por que eu ofereço tudo com meu coração fechado como um punho?/ Eu quero amá-lo melhor do que isto ... Eu sei que é hora de orar por mudança/ Dar tudo que eu tenho para dar/ Eu quero amá-lo melhor do que isto/ Então, renova-me/ Refaça-me/ Desfaça-me/ Concerte-me/ Vem nos espaços vazios de meus lugares quebrados/ Consuma-me/ Complete-me/ Possua-me/ Redima-me ...”

Depois que o homem assume sua condição de criatura e sua necessidade de algo superior o guiando, a sensação que fica pode ser ainda a de estar mergulhando em um mar denso. A única diferença é que agora ele pode respirar e aproveitar a experiência para explorar os mistérios ali guardados.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Price Tag de Jessie J. Resgate de Valores e a Oração de Joelhos.

São Paulo acorda cinza e fria. “Price Tag”, de Jessie J, é uma boa opção para começar a semana. Leve e alegre, sua batida combina com o ritmo lento de uma segunda-feira, nem acelerando nem deixando que a preguiça tome conta. Gosto muito da letra que resgata sutilezas importantes como: “apenas pare por um minuto e sorria”. Enquanto eu descia as escadas da estação de trem, perguntei-me quais motivos me fazem ser uma pessoa feliz. Listando um a um, esbocei um leve sorriso no rosto e permaneci cantando com a britânica: “nós apenas queremos fazer o mundo dançar”. Definir o rumo de um dia só depende de uma coisa: a vontade.

Nesta segunda-feira, quando acordei resolvi fazer algo que há tempos não fazia: ajoelhei-me à beira da cama e orei como nos velhos tempos. Não que eu tenha deixado de orar, apenas adotei outras formas de falar com Deus. É claro que o estado físico de nosso corpo pouco importa quando uma conexão real com Deus é feita. O ato é muito mais mental e emocional. É como Victor Hugo disse em uma belíssima frase: “alguns momentos são prece e não importa a posição do corpo, a alma está de joelhos”. Hoje apenas resolvi colocar meu corpo em uma atitude de maior reverência. O estado de joelhos.

Quando cheguei no trabalho coloquei o videoclipe de “Price Tag”. Os tons rosa bebê e azul bebê – cores completamente emocionais – envolvem e os elementos de nossa infância: caixa de música com uma bailarina, marionetes, ursos de pelúcia, casa de boneca e triciclo, fecham a proposta de letra: o que vale mais que lembranças de momentos bons? O resgate do essencial, do lúdico, daquilo que preenche muito mais que dinheiro e status. Feliz pelo novo velho momento que estamos vivendo. Um brinde à volta do simples!

domingo, 1 de maio de 2011

Não Posso Viver Sem Deus. Avalon. Can't Live a Day.

A sensação que tive ao ouvir “Can’t Live a Day” novamente depois de tantos anos foi libertadora. Como se o ar tivesse sido devolvido aos meus pulmões depois de um tempo vazio, seco. Esta canção do quareto Avalon mexe demais comigo. Mais uma vez, lancei toda ansiedade e dúvida sobre Ele. Deus. Mais um vez Deus. E mais uma vez a música me conecta ao maior abrigo do mundo.

Esta letra tocou minha alma pela primeira vez aos 17 anos. Hoje, bons anos depois, é tão poderosa quanto foi:

“Eu poderia levar a vida sozinha e nunca preencher os vazios do meu coração. Eu poderia viver sem sonhos e nunca saber a emoção que seria. Eu poderia viver sem muitas coisas mas eu não poderia enfrentar minha vida amanhã sem Tua esperança em meu coração. Não posso viver um dia sem Ti.
Senhor, não há noite e não há manhã sem Teus braços amorosos a me abraçar. Tu és a razão de tudo o que eu faço.”

Pergunto-me tantas coisas. Posso acreditar que nada no mundo pode vencer uma pessoa que se ajoelha? Aperto o repeat em “Can’t Live a Day”.