terça-feira, 31 de março de 2009

Novo.

Aprendendo a amar a manhã. A sentir vontade de acordar com a cidade. A amar como o dia e não como a noite. O dia ama normal, comum, arduamente porque precisa sobreviver. A noite ama iludindo, incendiando, confundindo. Aprendendo a amar o sol que me acorda, não o que me esperava já no auge de seu esplendor. Aprendendo a crescer como o dia e a esvaziar-me, quando a noite vem. Aproveitando a noite por quem sempre fui apaixonada.

A felicidade encerra meu dia. Uma sensação de que o dia e a noite trouxeram-me encantos. Deus que fez o dia e a noite. Que me fez para amar os dois e respeitar suas diferenças.

Aprendendo a encerrar o dia mais cedo. Acreditando que o amanhã, antes do sol nascer, me despertará. Abrindo-me para o novo. Aceitando o novo. Vivendo o novo.

Ouvindo: Vem Me Amparar – Família Soul

Imagem: CD e DVD Família Soul. Mesmo eles estando em minha vida há tanto tempo, mais uma vez eles representam o novo, uma nova fase, novos quereres e sonhos.

domingo, 29 de março de 2009

Transição.

Comecei a ler Comer, Rezar e Amar. Um livro que resisti bastante – já que sempre o vi na lista dos mais vendidos – mas que nunca quis ler por qualquer razão que não sei qual é. Mas como tudo tem um sentido, um significado, sei que não haveria momento melhor para lê-lo que agora.

Sou Aquariana, como toda legítica aquariana, os questionamentos são uma das minhas características mais fortes. Como preciso de explicação para tudo! Como preciso entender cada engrenagem que faz a minha vida acontecer. E como é difícil ser assim. Quase sempre penso que poderia ser tudo melhor se eu apenas soubesse aceitar.

Este livro, embora eu ainda esteja no começo, tem me mostrado o que uma mulher, com os mesmos questionamentos íntimos que os meus, conseguiu fazer com sua própria vida. Para o bem e para o mal. E como realmente não existem coincidências – me deparo no mesmo ponto que ela esteve quando decidiu mudar tudo.

Mais uma vez o amor não deu certo. Mais uma vez me perdi num mar de sentimentos confusos sobre minha história (família, passado, presente e futuro). Mais uma vez me vi diante de uma mudança radical profissional. As voltas que a vida dá em todo mundo e que poucos sabem levar com tranquildade.

Embora eu esteja realmente me cobrando muito algumas respostas e apostas arriscadas frustradas – como uma legítima aquariana – também estou me dando o direito de sentir cada sensação, boa e ruim, e de quase sempre me sentir louca.

Elizabeth Gilbert, a autora do livro, um dia se viu infeliz no casamento porque sua única vontade era a de ser livre, viajar, sentir, viver aquelas sensações que poucas pessoas realmente lutam para viver. Não deixar a vida passar, como eu costumo dizer. E ela foi em busca de sua vida, fazendo coisas impensáveis.

Eu, que estou às vesperas da maior loucura da minha vida, ir até à Inglaterra para ver um show, estou me sentindo assim. Encerrando algumas fases – com dor, sim – mas encerrando para entrar em outra certamente muito interessante – embora em alguns momentos eu tenha dúvida disso.

Acredito que preciso não buscar tanto as respostas e nem me arrepender tanto das apostas. Acredito que preciso encontrar mais sonhos pequenos para ter razões para lutar todos os dias e só. Continuar comendo com paixão como sempre fiz, rezar um pouco mais e não desistir do amor, mesmo que quase sempre ele parece tão indecifrável para mim.

Ouvindo: Simply Red – Stars

Imagem: Da Internet.

sábado, 14 de março de 2009

O Que é um Princípio?


A Simone Sarmento leu o último post e escreveu-me contando um pouco suas impressões. Ela questionou-me: o que é um princípio?

Segundo o dicionário, princípio é uma “regra que se funda num juízo de valor e que constitui um modelo para a ação”. Essa regra é quem diz “faça” ou “não faça”. E ela parte, penso eu, do mais profundo de nosso coração.

Uma das regras da minha vida é sim acreditar nas pessoas. Entendo, baseada em minhas próprias experiências, que não há nada mais acalentador que saber que alguém confia e acredita em você. E porque sei que isso é fundamental para mim, imagino ser para muitas outras pessoas. E, para algumas outras, talvez seja a única razão para se viver – saber que há outra pessoa fielmente ali, ao lado, que em nenhum momento deixa de ter fé em você.

Acredito que nossa vida deve ser fundamentada num conjunto de regras que façam sentido para nós. Nossa existência se torna mais significativa se constantemente nos lembramos do que acreditamos fielmente. É a forma mais segura de voltarmos ao eixo, quando alguma coisa em nossa vida sai do lugar.

Esse exercício nos ensina que, a partir do momento que reunimos nossas crenças, moldamos nossos pensamentos, nos tornamos um ser vivo. E viver, em toda a sua plenitude, deve também ser um princípio.

Ouvindo: Maybe Tomorrow – Stereophonics.

Imagem: Livraria Cultura, um dos meus lugares preferidos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Por Que Somos?

Descobrir quem somos não é a parte mais difícil. É sim descobrir por que somos. Porque amamos, odiamos, sentimos medo, não aguentamos de felicidade ou de desespero. O que desencadeia cada sentimento? O que nos faz criar universos paralelos? Sentada ali, diante daquele lago, pensei em tudo isso. Tentei encaixar o que saiu do lugar e me fez sofrer. O grande princípio da minha vida foi posto à prova por mim mesma e não passou.

Confiar no outro. Confiar nas palavras do outro. Princípio. Porque eu acredito que recebemos o que damos e eu sei dar confiança. Mas falhou. Questionei em qual momento eu perdi o meu maior bem: a capacidade de acreditar. Revi, ali, cada experiência em que a minha capacidade de acreditar foi impressionantemente milagrosa. Em algum momento da vida deixamos nossos princípios sem nos dar conta?

Ouvindo: Michael Jackson – Man In The Mirror

Imagem: Parque Ibirapuera, no momento da Dança das Águas.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Lembranças Livres.


Sempre vou à uma livraria quando me sinto só, sem resposta, triste, à procura de uma saída (embora eu também vá quando estou alegre, cheia de vida). Meu inconsciente interpreta cada livro como uma pessoa cheia de conselhos prontos a serem repassados. E eu precisava de uma resposta, uma direção. Foi quando peguei um livrinho pequenino, colorido, cheios de conselhos simples, a maior parte composto apenas de uma frase. Como se fosse um oráculo, abri numa página aleatória e o conselho: “Diga com mais frequência: vamos apagar tudo e recomeçar”. Meus olhos se encheram de lágrimas e senti que não adiantaria prender qualquer lembrança.

Assim como as pessoas, os sentimentos e as lembranças devem ser livres. E qualquer tentativa de prender, sustentar, que seja por pouco tempo, faz com que o fluir da vida, das relações, alterem o seu ritmo natural, comprometendo a espontaneidade. E que importância tem qualquer coisa que não é espontânea? Consigo pensar que nada, absolutamente nada.

Ouvindo: Rain – Madonna.

Imagem: Madonna, no video de Rain.