quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Abri os Olhos.


Sei mais do que eu quis. Mais do que sou. E sei do que sei. Só não sei viver sem querer ser mais do que sou. E fato é o ato da procura e a cura não existe. Só o que era certo eu descobri nem sempre era o melhor.

Abri os olhos, não consigo mais fechar. Assisto em silêncio até o que eu não quero enxergar. Não sei afastar a dor de saber que o saber não há. Só não sei dizer se esse meu ver se pode explicar. Enquanto eu penso tanto, entendo que é mais fácil não pensar. O que era certo eu aprendi a sempre questionar.


(Uma homenagem. Admiro-os com sinceridade. Jovens demais para terem se tornado quem se tornaram. E é babaca quem pensa ser fácil. Eu admiro porque é necessário muito abnegação. Por menos penso tanto. E se não é a força do sonho, não vai. Eles foram. E foram sozinhos. Acho digno. Foto tirada pelo meu amigo lindo Filipe Vicente, que foi ao show, claro. Eu comi bola e não fui comprar o ingresso em tempo hábil.)

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal



O Natal é uma data mascarada. Consigo apostar que a maior parte das pessoas não gosta dele, mas todo mundo se arruma para ele como um dos principais eventos do ano. É o inconsciente coletivo. Ou não. Ou fica em nós a esperança de ele ser uma noite especial ao lado de pessoas especiais.

Sentimos falta de “alguéns”, lembramos bons momentos e passamos algum tempo em silêncio só observando. Um momento só nosso. Completamente introspectivo. E para o restante do mundo ao redor estamos cantando, dançando, bebendo e comendo sem pensar em nada. Mas o Natal para ninguém passa despercebido, sem que uma parte de nós não seja auditada.

O Natal é uma data que todo mundo tem medo de que chegue. Pela melancolia que não esconde. Dá um medo de ficar preso em suas vinte e quatro horas. Mas ele passa. E é muito bom quando passa bem.

Pelas pessoas que revemos. Pelas lembranças boas do ano. Pelos sorrisos mais sinceros (o que deveria permanecer no restante do tempo) e pelo simples fato de não termos compromisso no dia seguinte e estarmos completamente mais relaxados.

É o Natal. Sempre tão misterioso.



(Minhas fiéis amigas: Simone, Daniela e Silvana. Essa foto resume nosso estado de espírito. Somos felizes. Temos uma a outra para qualquer momento! A foto foi tirada no churrasco básico de todo ano na casa da Dani)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pagode.


Tudo tem que terminar em Pagode! Esse foi o lema que estabeleci para minha vida no final de 2006. Uma determinação feliz, porque o Pagode é a expressão máxima de uma vida tranqüila. Uma vida corrente, eu diria. Como a água. Não vamos nos importar com o que virá, vamos ir, vamos nos deixar e, no final, chegaremos lá.

O Pagode expressa os sentimentos mais humanos. Principalmente os democráticos. Quem está livre da dor da perda de um amor? Rico. Pobre. Feios e belos. Ele coloca numa rima o que nem sempre corre tão metricamente bem na vida real.

Quero que tudo termine em Pagode na minha vida. Sempre! Hoje, principalmente. A cada página virada. Porque desejo ser feliz sempre e hoje, principalmente. Que a dor seja transformada em canção. Uma canção para dançar, claro também!

(Essa foto por tirada há três anos por Ad Ferrera. Foi no dia de despedida do Programa Comunicando Jesus, no qual trabalhava como radialista. Uma incrível fase de minha vida.)

sábado, 22 de dezembro de 2007

Sinceridade


Quando eu ainda não sabia que um olhar sincero era a melhor forma de derrubar um muro de sentimentos de autopreservação, sentia dor quando alguém me lançava um olhar indiferente. Não conseguia entender que muitas vezes machucamos quem amamos pela simples inabilidade de demonstrar sentimentos bons ou por um momento que desejamos que todos paguem pela dor que está lá dentro, bem fundo, que só nós conhecemos.

Hoje, eu não sei outra coisa. Não dizer o que vejo de bom e o que sinto de bom. Uma habilidade desenvolvida, certamente. Uma habilidade que me custou caro, mas que hoje considero ser o meu maior bem.

É sem pretensão que escrevo isso. Porque sei e entendo as fugas. É um desabafo, talvez. Não que eu vença todos esses conflitos. Muitas vezes me calo também. Mas em todas essas vezes que fujo, me escondo ou ataco, eu volto. Uma promessa que fiz a mim mesma. Uma promessa que nasceu de um desejo meu de ouvir, algum dia, de uma pessoa, o quanto ela me amava. Nunca deixar passar em branco qualquer palavra sentida verdadeiramente. Boa ou má. Uma vida é curta para tanta coisa, mas é muito longa para deixar que alguém passe sem uma palavra que mudaria todo o significado de sua existência.

Repelir. Rejeitar. Procurar, como se faz com um tesouro, a grande chance de acabar com tudo e não sofrer pelos dias que correm e nos tornam ainda mais ligados. Não acredito mais nisso. Hoje acredito no poder de transformação da palavra.

Palavras.

Quando paro para pensar nos motivos que nos fazem ser tão cruéis com os outros, penso não ser outra coisa: um medo latejante de ser descoberto. Fugitivos.

Descobri que olhar com sinceridade é sempre a melhor saída porque não deixamos na mão do outro a dúvida de ser ele responsável por uma incerteza só nossa, tão íntima quanto dolorosa.

Acredito na sinceridade do olhar. Espero por este caminho sempre chegar ao mais longe lugar dentro da alma de alguém. É claro que minha ousadia faz-me correr ainda mais riscos de ser repelida. Mas o que me importa?

(Essa foto foi tirada em uma de minhas idas à Livraria Cultura. Desta vez estava com a Hermínia Pires, minha Mi, um encontro mágico como tudo o que nos cerca. É que somos tão especiais. Nem poderia ser diferente.)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Mundo de Loucos


Tenho uma vaga idéia do que é ser louca. É quando saio daquilo que o mundo considera normal, quando falo o que vem ao coração, quando busco respostas no inconsciente ou quando choro aparentemente por nada.

Também tenho uma vaga idéia do que é ser tranqüila. É quando trato com amor quem me engana, quem age com indiferença ou simplesmente não me devota todo o carinho que demonstro.

Entre ter loucura ou paz, entre ser alucinada ou fleumática, prefiro os dois, pois acredito que em todo o estado de sentimentos há riquezas.

É na loucura que descubro que temos um mundo inteiro a conquistar, porque é na imensidão da mente que a criatividade mora, quantas vezes largada, inutilmente descansada. E é também na calmaria que descubro que tudo é muito mais simples do que imaginamos. Que ninguém é maior do que eu para que eu sinta medo.

Tenho uma vaga idéia do que é se sentir louca num mundo de sãos. Ninguém chora, ninguém se questiona, ninguém sabe o que sente. Só eu sinto tudo isso.Fico imaginando como o mundo será quando acabarem com essa divisória inútil entre loucos e sãos. Dançar na chuva, dar vários berros quando andar na rua pela madrugada. Um mundo onde ninguém tem medo de ser autêntico.

(Esse texto foi escrito há dois anos. Uma situação que me deixou triste fez-me pensar como as pessoas estão condicionadas e reproduzem comportamentos tão irrefletidamente. Uma pessoa havia dito que eu não me amava porque justamente tratava alguém que supostamente não “merecia” bem. O comum é devolver o mal com o mal. Olho no olho? - Foto: arquivo pessoal)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Jogo da Seleção Brasileira





Imagino que na época do futebol arte era muito mais inebriante assistir a um jogo da Seleção Brasileira. Minha experiência, a salvar pela companhia, pelas risadas, pelos ingressos esquecidos e a correria para buscá-los a tempo, pelas pessoas que se empolgam a xingar o técnico com tanta fúria e, claro, pelos dois gols do Luís Fabiano, teria pedido meu ingresso de volta. E que ingresso caro.

Mas, como toda boa brasileira, mesmo xingando, ofendendo a mãe de todo mundo e reclamando os 90 minutos, não teve como não cantar “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Uma experiência que temos que passar antes de morrer.

Um estádio de futebol abarrotado de pessoas como eu: que sofrem, que trabalham muito, que sorriem mesmo diante de tristezas e que sabem, como ninguém, ser feliz!

(Everton, meu irmão, meu amigo de infância, meu queridíssimo. Sempre é muito bom estar com ele. É divertido, cuidadoso, inteligente, um conselheiro “daqueles” pela sinceridade, enfim, meu.)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Templo Zu Lai








Sei. Vejo. Tenho. Consciência serena. Certeza de meu lugar. Hoje. Hoje, depois de tanto tempo. A espera de tantas respostas. A paz. A disciplina. A respiração calma quando qualquer dúvida a cerca do futuro bate à porta. Ser feliz consciente. Ser consciente de que não posso ter essa felicidade a favor de mim mesma.


Estar. Estar no presente. Vivenciar pessoas. Sorrir sinceramente e dividir. O que a vida tem trazido? O que temos devolvido? Experimentar. Conhecer todos os lados e enxergar com respeito.


Sei. Vejo. Tenho. Deus. Pessoas. Amigos.


Um templo. Beleza. Energia. A natureza em contraste com o habitual estado de espírito de todos nós. A busca incessante da harmonia.


(Templo Zu Lai. Um programa diferente para um feriado. Silvana, Simone e Janaína me acompanharam. Mais três vidas com três histórias distintas e dignas de serem contadas sobre seus prismas. Uma experiência que passamos juntas. Uma experiência que certamente acrescentou muito a nossas vidas. Momentos de reflexão. Momentos que vimos claramente o quanto temos.)

Lulu Santos no Conexões Urbanas.



Jornalista: a melhor profissão do mundo. Todo dia uma nova história. Todo dia uma pessoa diferente. Toda reportagem uma chance de ser um instrumento para alguma causa nobre. Todo texto uma porta para alguma mudança. Eu? Nada imparcial. Nunca distante. Sempre inteira e disposta. Não começo qualquer experiência com um olhar pronto. Danço junto, canto junto e choro e sorrio junto. Jornalista tem de conhecer o que se escreve. Observar somente deixa em falta o elementar. É observar e experimentar.

(Lulu Santos no Conexões Urbanas, iniciativa do Grupo Cultural AfroReggae. A proposta é levar shows de primeiríssima qualidade, os que normalmente são apresentados em Ipanema ou Copacabana, para as comunidades, as favelas. Essa edição foi em Vila Vintém. A segunda foto é a Banda AfroReggae, incrível, como sempre.)


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Casseta no Conexões Urbanas.






(Bastidores são uma das coisas mais interessantes da minha profissão. Hubert e Hélio de La Penã, como MC Ferrou e MC Deu Mal. Eles estiveram na edição do Conexões Urbanas que eu fui ver, no Rio de Janeiro, com o Lulu Santos. Nem preciso dizer sobre o frisson que os caras causaram. Eles gravaram blocos da edição especial de fim de ano do Casseta & Planeta. Os caras são muito bons, disciplinados. Faziam e refaziam umas 30 vezes cada passagem. Excelência. Eles também subiram ao palco para tirar uma onda, apresentados pelo L.G. Ficaram depois, conosco na área VIP, e viram um pouco do show do Lulu. Foram bem simpáticos e solícitos com a galera da Vila Vintém.)

Ame.



Ame casado, solteiro. Ame sem eira nem beira. Ame com açúcar ou adoçante. Ame sem chance. Calçada, sem chão. Ame pouco ou muito, mas nunca nada. Não passe um dia sem amor. Nem um segundo de sua vida.

Ame sem querer, ame quem não te quer, mas ame. O que importa é não passar sem amor. Ame com dor, compaixão, com medo. De dia, de noite ou no breu. Ame a si mesmo, ao próximo e a Deus.

De frente, de costas, de lado. De cabeça para baixo ou cabisbaixo. O que não pode acontecer é o amor ficar parado. Ame uma pessoa, duas ou até três. Mas ame sempre com verdade. Ame com merecimento e com ferimentos. Só ame. Homem, mulher, criança. Com sol ou chuva. Brega ou erudito, o que importa é amar com todo o significado. Porque no amor independe qualquer circunstância.


(Com a Janaína e a Silvana no Pachá. Sempre somos muitos felizes quando saímos. E sempre tão divertido, especial. Acredito que sabemos, mesmo diante de tantas adversidades, curtir o melhor da vida. Chorar os amores perdidos, comemorar os amores correspondidos e esperar pelos amores verdadeiros)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Lendo Pessoas.


Acho que estou sofrendo uma espécie de Gula Intelectual! Passeava sem muita pretensão pelos corredores da Livraria Cultura quando me deparei com um título interessante: “1000 Livros para Ler Antes de Morrer”. Uma edição luxuosa, ilustrada e cara.

Neste livro estão os resumos das mais importantes obras publicadas. E, claro, sentindo-me desafiada a conhecer todos os títulos citados ali, fiz uma conta básica. Em 19 anos eu leria todos os livros recomendados, lendo um por semana.

Estou com 25 anos, com 44, portanto, eu seria uma incrível intelectual. Nada mal. Será que arrisco?

Sentada num dos “Pufs” coloridos da mega store – ainda lendo o “Guardião de Memórias” – pensei: e as pessoas? Seriam as pessoas livros ambulantes e incrivelmente importantes para o enredo de nossa história?

Estar verdadeiramente com uma pessoa é ler um bom livro!

Como nunca houve um método eficiente para o incentivo da leitura dos livros de papel, cheguei à conclusão que é por isso que muitas pessoas não sabem se relacionar com verdade. Nunca aprenderam a ler pessoas.

Buscando um paralelo entre as duas coisas, pensei que as dicas para se ler um bom são as mesmas para “ler” uma pessoa: calma, concentração e espírito livre. Deitei um pouco e sorri. Relembrei personagens de minha história real. Personagens que têm histórias distintas mas que se cruzam diariamente com a minha...

(Com Hermínia, minha amiga-gêmea. Café Viena – Livraria Cultura. Ela é uma das pessoas que compõem a história de minha vida. Uma personagem que surgiu do nada mas que não diz sobre o acaso, porque o acaso não existe.)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Eu Poderia Cantar



Eu poderia cantar muitas canções. Versos que expressariam minha felicidade. Eu poderia cantar que realmente é impossível ser feliz sozinho ou que não quero dinheiro, mas sim amar, amar e amar.

A felicidade não vem ou não está onde não estamos ou quando não estamos inteiros. A felicidade é a estrelinha em nosso caderno quando aprendemos a lição de viver o presente, só o presente.

Nenhum momento pára por mais forte, intenso ou feliz que seja. Devemos realmente viver a máxima de curtir cada segundo como se fosse o último. Como se cada segundo último fosse uma canção. Uma canção para ser cantada com o coração inteiro, aberto.

Eu poderia cantar muitas canções...



(Aniversário do “Chefinho” Denílson Shikako, no “Casa do Espeto”, em Moema. Casa ótima, linda, requintada. Tem música ao vivo, feita no violão. É um ambiente tranquilo, nada feito para quem procura se divertir com agito. É o ambiente perfeito, na verdade, para ir com alguém especial e viver momentos especiais. Está mais para o romântico que para o descontraído. Fui com minhas companheiras inseparáveis: Simone, Silvana, Cláudia, Eliana Sousa e Janaína. Mas para nós tudo é Festa!)