quinta-feira, 27 de março de 2008

O Amor É Uma Flor Roxa


Alguns homens nos fazem realizar coisas que não faríamos por mais ninguém. Eu odeio fazer conta, por exemplo, não sei fazer nada, absolutamente nada. Horrível. Burra. Mas uma ligação no celular, enquanto outra pessoa estava na linha do telefone fixo – e eu completamente atordoada com tanto trabalho – me fez pensar em números. E no quanto nos tornamos 3, 10 quando temos de corresponder a alguém que amamos. Se fosse outra pessoa eu falaria “Vai se foder, você sabe que não sei fazer conta”. Anotei o bendito problema. Não sei fazer conta, mas conheço quem sabe. E retorno, com o resultado, satisfeita. Ou um pouco satisfeita. Sorrindo penso que mulher é trouxa demais.
Foto: Arquivo Pessoal. Rafael Brito, 2006.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Juventude e Coragem


Juventude e Coragem. Acordei de um sono fora de hora pensando nessas palavras. Ou dormi forçadamente pensando nelas. Uma melancolia inesperada e infundada me fez refletir na velhice e comodismo. E pensei se a vida acaba quando a beleza e a juventude acabam. Ao longe, enquanto o sono não me envolvia completamente, ouvi duas pessoas conversando sobre o desânimo que sentiam em viver. Uma delas falou que a tendência é só piorar, porque a velhice é isso. É isso?

O assunto, contudo, não me veio nessa hora, lembrei! Hoje, enquanto esperava o metrô, reparei num senhor que olhava com um olhar faminto para as mulheres que passavam. E na hora perguntei a mim mesma como será para ele ser ignorado por essas moças, por sua idade, pelo charme que já foi. E quando eu mesma passar na rua e ninguém me olhar? Porque andamos e não vemos. Porque poucas coisas nos chamam a atenção. E é sempre o belo e o novo. Essas duas pessoas têm razão? Por que para mim é tão difícil entender a covardia?

Sou revolucionária. Quebro paradigmas. Avanço no impossível. Luto. Brigo. Grito. Corro. Um dia tudo isso deixará de existir? Um dia viverei sem isso? O sono que senti e não resisti me provou que pode ser que sim. Ele foi mais forte. Ele foi o prenúncio de um futuro ou o baque dessa realidade cruel. Escrevo sem me sentir pesada, pois já ficou para trás. Escrevo me sentindo forte, corajosa e jovem. Mas escrevo também um pouco mais certa de que tenho que pensar mais no desconhecido, no que está além da minha idade. Para compreender melhor o mundo, no mínimo.


Foto: Desconhecido.

terça-feira, 25 de março de 2008

Terapia Muitíssimo Íntima


Escovava meus cabelos e pensava que nunca teria coragem de deixar um amor ver tal cena. Estranho? Não sei. Algumas mulheres não se incomodam e até levam seus amores ao salão com elas. Mas não. Eu não. Penso que o momento de escovar os cabelos é tão íntimo como tomar banho. É claro que não falo daquele banho estratégico-sensual-romântico-pós, mas o outro. Sei lá. E sei menos ainda porque decidi escrever sobre isso. É que sempre que eu escovo os cabelos paro para pensar em mim, no meu íntimo. E o meu íntimo romântico é totalmente divino. Mortais se desencantam com certas cenas.

domingo, 23 de março de 2008

Visita aos Núcleos do AfroReggae


Deixei as cortinas abertas para ser acordada pelo sol abençoado que nasce todos os dias no Rio de Janeiro. Uma vista linda encheu meus olhos de ânimo e ao lembrar que o dia prometia ser muito especial, levantei animada da cama.

Saímos do Hotel às 9h30. Eu estava muito ansiosa, pois queria logo conhecer o que sempre ouvi falar. E além de ouvir falar, ler e ver, porque hoje conheço tanto a história do AfroReggae que acredito poder apresentá-la tão bem quanto o Júnior.

Apenas a Adriéli e o Rubielson, do Canta Brasil, já conheciam os espaços. Não comentei na primeira nota, mas o Rubielson é uma personalidade e tanto. Um rapaz que rouba a cena com alegria e inteligentíssimo bom humor.

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Fomos diretos para Parada de Lucas. Pelo que pude perceber, lá não é uma comunidade em que se pode andar tranquilamente e espontaneamente, tanto que saímos da van e entramos direto no Núcleo. Fomos recebidos pela Cirléia, coordenadora do espaço. O Núcleo de Parada de Lucas é quase do tamanho da Fábrica de Criatividade, contando que somos mais estilosos e mais refinados. E o comentário não é no sentido de sermos superiores não, é apenas para imaginarem um espaço quase como o nosso, mas sem o nosso ar tão conceitual e elegante. Em Parada de Lucas, as atividades mais importantes são as de inclusão digital. Vimos a tempo uma oficina de percussão e uma de dança, com crianças pequenas.

A Adriéli, bailarina também lá no Canta Brasil, apresentou um número com uma música do AfroReggae e fez todos nós treinarmos um pouco. O Denílson quase deslocou a coluna.

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Em Parada de Lucas fica também o estúdio da rádio AfroReggae Digital, que eles mantêm em parceria com a BBC. Todos nós deixamos registros em voz e o Denílson realizou seu sonho de mostrar ao mundo seu maior dom: fazer a Gota. Imaginam o sucesso?

De Parada de Lucas seguimos para Vigário Geral. As duas favelas são vizinhas, contando que apenas uma rua separa uma da outra. E uma briga absurda de quase 30 anos também, e tudo devido a um jogo de futebol. Nenhum morador de uma favela vai para a outra. Só algumas raríssimas pessoas têm acesso aos dois lugares, entre essas e equipe AfroReggae.

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Chegando em Vigário Geral o primeiro impacto: um lugar colorido, feliz, limpíssimo, onde não se via nenhum papel de bala jogado no chão.

Conhecemos o estúdio onde as bandas ensaiam. Dentro, batemos um papo sobre as leis que regem Vigário Geral e como o AfroReggae media os conflitos. Quem nos recebeu em VG foi o Vitor, coordenador do Núcleo. Morador da comunidade desde que nasceu. Um jovem bem articulado.

Passamos na casa de alguém da comunidade para descansar do sol forte e ver alguns vídeos sobre os trabalhos do GCAR. Alguns eu já tinha visto, mas depois de presenciar tanta coisa, revi com outros olhos e emoções. Segurei um pouco a vontade de chorar, mas confesso que foi difícil. Ali começou a entrar em erupção o vulcão de minhas emoções. E justamente as emoções que me movem a lutar por alguma coisa real.

Indo para a associação dos moradores de VG, onde o AfroReggae mantém suas atividades, deixei cair discretamente algumas lágrimas. Eu pensei em muitas coisas, principalmente nas diversas formas de violência que aquele pessoal deve ser vítima. E eu pensei também nas violências sutis e bastante cruéis que eu senti em toda a minha vida.

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Chegando, 12 bailarinas vestidas impecavelmente (um comentário muito particular de Eliana de Castro) nos receberam com números maravilhosos de dança afro. Não agüentei. Chorei muito. E quando uma delas se sensibilizou por minhas lágrimas, chorei ainda mais porque ela sorria para mim o mais doce sorriso.


Visitamos a futura sede do GCAR que fica em Vigário Geral mesmo. Aí sim muito grande, dá umas cinco Fábricas. Acesso para deficientes, espaços amplos, acústicos, cinco andares, terraço enorme onde vai ser a sala de dança feita de vidro e a salas de reuniões. Um espaço também está sendo reservado para se tornar uma sala de cinema ao ar livre, em parceria com a Globo Filmes. A sede do GCAR em VG certamente se tornará referência mundial. É só vendo para entender o que estou escrevendo. Absurdo de lindo e grande e bem planejado.


Almoçamos na Pensão da Chupetinha, uma senhora simpática de 52 anos que chupa chupeta ainda... Figura.

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Encerramos a visita em Cantagalo. O bairro fica atrás de Ipanema. E a vista que se pode ter no espaço disputa com a que tínhamos no Hotel. Lagoa Rodrigo de Freitas de um lado e a Praia de Ipanema do outro. Os espaços do AfroReggae ficam dentro do prédio do Criança Esperança. Em Cantagalo são mantidas as atividades de Circo. Assistimos uma trupe de crianças com o espetáculo ‘Respirar”, música de Arnaldo Antunes cantada por Maria Betânia. Lindo.


Assim tudo acabou. Comentamos um pouco sobre nossas sensações e eu já estava exausta. Uma sensação estranha de muitas imagens, pessoas e sentimentos num espaço curto de 10 horas. E o pensamento no Capão Redondo, desejando que um dia todos pudessem ver o que eu vi.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Fortalecidos Pelo AfroReggae.



Rio de Janeiro. Frente ao Notebook, viro o rosto para refletir e vejo algo lindo: a praia de Copacabana. Inspirador para escrever e para se emocionar, pois o dia foi muito bom. Fui convidada pelo Grupo Cultural AfroReggae para participar de um encontro com outras pessoas responsáveis por projetos culturais e sociais de alguns lugares do Brasil. Hoje foi o primeiro dia. Apresentamos, Denílson e eu, nosso trabalho e, claro, todos ficaram incrivelmente encantados com tudo. Estão aqui comigo o Canta Brasil, de Canoas, Rio Grande do Sul; Majê Molê, de Recife, Pernambuco e o NUC, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Foi uma experiência muito emocionante ouvir cada um. Somos todos tão diferentes, mas temos um elo único: o amor pelo ser humano e a vontade de fazer diferente. Não fazer diferença, fazer diferente mesmo.

Como sempre, tenho elogios incríveis a fazer quanto a postura do AfroReggae, pelos motivos simples como recepção e cordialidade, como pelas coisas mais abstratas como essa vontade tão incrível de motivar, de fortalecer. A motivação desse povo impressiona. Fomos recebidos pelo João Madeira, coordenador de parcerias institucionais do GCAR e é ele quem está intermediando tudo.
Vou tentar resumir o trabalho de cada um aqui:

O Majê Molê trabalha com balé afro. É um projeto grande e muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito lindo.

O NUC é um grupo de rap que expandiu sua proposta e atende muitos jovens. Mas eles têm propostas mais fechadas e são meio polêmicos. Para ilustrar, não trabalha branco com eles.

O Canta Brasil, do Sul, é forte demais, liderado por um rapaz muuuuuuuuuuito engraçado e cara-de-pau, o Rubielson, que construiu tudo com muita garra. Ele é gay assumidíssimo, teve vários problemas com preconceito quando o sonho de sua vida era ser artista, virou garoto de programa e depois de quase morrer com drogas resolveu se dedicar ao projeto, atuando primeiramente como professor de dança. São personalidades incríveis!

Tem muito mais coisas para contar, que vou lembrando e anotando e depois escrevo. São muitas coisas e muitas sensações. Daqui a pouco vou jantar na cobertura do Hotel olhando o mar. Chato. Bem chato.

terça-feira, 18 de março de 2008

Mais.


São tantos sentimentos, agora que sento para escrever. Um dia cheio de trabalho, de pensamentos. Recebi a equipe do Programa Ação, da Rede Globo. Receber reportagem é sempre muito legal, mas sempre muito cansativo. O Reinaldo e o Rodrigo foram os dois grandes personagens. Como sempre, arrasaram. Como é lindo vê-los dando tanto de si mesmos à dança. É inspirador ouvi-los e ver um olhar de, sei lá se é felicidade, mas algo próximo, compensação talvez, por serem tão coerentes com suas paixões. São tantos sentimentos que queria mais. E não sei explicar que mais é esse.

domingo, 16 de março de 2008

Ser Anjo.



A decisão final é minha! E questiono meus pensamentos madreteresenhos porque sei de minha responsabilidade como parte de um coletivo tão impossível de esquecer. Nenhum ato meu é isolado, por mais que eu queira acreditar. Nem estando em meu quarto, trancada, posso pensar que meus pensamentos não atingem outros. E penso em Deus. Penso no que aprendi nos 10 anos que ouço sobre Ele. O fundamental da Palavra de Deus é o coletivo. E somos mais de Deus quando estamos ligados a alguém. A decisão final é minha sempre que pensar que o mundo pode nunca vir a atender o amor incondicional.






Mi diz:
Onde paramos ?
Eliana de Castro diz:
Na minha forma madreteresenha de ser?
Mi diz:
Hahahaha
Mi diz:
Então, eu não acredito nisto. E sim acredito que você aposta no ser humano, na melhora dele.
Eliana de Castro diz:
É. Na teoria pelo menos é isso.
Não sei apostar nessa forma de resolver ofensas (editado por questão de privacidade).
Mi diz:
Hum hum, e vc está agindo certo.
Eliana de Castro diz:
Ele me pediu desculpas, todo murcho, sem graça. E isso para mim bastou. A consciência do mal que me causou bastou.
Mi diz:
Sim isso eh o q importa realmente
Eliana de Castro diz:
Mas me vem à mente que isso está errado, que com o XXXXX, agora, por exemplo, tenho que esculachá-lo por ele mesmo e pelo XXXXX, os dois juntos. rs
Sei lá. Precisava desabafar para entender.
Mi diz:
rsrs
Eliana de Castro diz:
E, quando penso na Igreja, no que desprezo na Igreja, no que não sigo mais de forma alguma, eu só consigo pensar que esses 10 anos foram vãos se eu não praticar a maior verdade que Cristo pregou, a perseverança para "religar" os relacionamentos.
Eliana de Castro diz:
Vou me candidatar ao Nobel da Paz, como diz a Cláudia.
Eliana de Castro diz:
rs
Mi diz:
Vai mesmoooooooooooooo
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Essa eh nossa missão de anjo
Mi diz:
Ainda ontem qdo conversava com o XXXXXX ele dizia q meu maior desejo eh de ver as pessoas ficarem bm !!!
Mi diz:
Achei mto legal isso.................ele eh supersensivel ao Espirito Santo, que nos mostra oi caminho sabe ?
Eliana de Castro diz:
Sim, sim.
E tenho isso tão forte em mim. Eu sei que por mais distante que eu vá andar, eu nunca vou deixar de acreditar/sentir DEUS, ESPIRITO SANTO, JESUS CRISTO.
Todas as sensações que sempre tive em momentos tão sobrenaturais.
Mi diz:
SIMMMMMMMMMMM
Eliana de Castro diz:
Isso é forte, e NÃO é pessoal.
Mi diz:
DEus sempre está conosco
Eliana de Castro diz:
Isso é coletivo. Isso está dentro do coletivo.
Somos mais de Deus quando estamos ligados a alguém do que quando estamos sozinhos.
Mi diz:
Eh vero !!!
Não fomos criadas para fica soh
Eliana de Castro diz:
E isso não tem a ver com homem/mulher, mas pessoas, seres humanos.
Mi diz:
simmmmmmmmmmmmmm

Casamento.



Minha letra foi eleita. Escrever os nomes dos convidados nos convites de casamento do meu irmão. E fiquei pensando no meu casamento. Ou melhor, na dúvida se um dia ele vai acontecer, porque é uma idéia tão impensável. E eu não sei se eu fujo dela ou se ela fosse de mim. Mas embarquei na experiência de imaginar o meu casamento, por dois minutos. O meu vestido escandaloso, porque certamente vou querer um, nas minhas amigas como damas de honra... Qualquer imagem do meu casamento é muito individualista para um casamento. E a Mi um dia falou que isso não é bom.

sábado, 15 de março de 2008

Carrie Bradshaw


É, eu sou a Carrie Bradshaw. Ela sente como eu, sofre como eu e tem quase todos os medos que eu. Uma mulher inteligente, bem sucedida, que ama com loucura o Mr. Big. E eu tenho o meu Mr. Big. E já vivi o momento em que a Carrie, depois de delirar diante da aparente perfeição da Natasha, descobre que ela é uma idiota, pois cometeu um erro grave de gramática. Perfeito. Momento igual ao meu. Eu lembro da alegria radiante que senti ao ver que aquele par de olhos azuis só servia para disfarçar a burrice, ou talvez, pouca inteligência dela, a mulher que tentou fisgar o meu Mr. Big. Catarse.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Saudade e Tédio.



Saudade e tédio. Vontade de borboletas correndo pelo lado interno do meu corpo. Desejo de fissura. Vontade de gritar, correr, qualquer coisa intensa. Agora, não por nada ou por qualquer pessoa. Seria por alguém impar ou uma situação absurda de tão boa. E isso não é uma reclamação, porque está tudo como deve estar. Isso é pelo vício de movimento, de não gostar quando tudo está previsível. Saudade de uma paixão avassaladora. Não aquela que me rasga porque cansei, mas aquela que faz ter alguma dificuldade para dormir.

Dia Bom.


Tem sido muito bom ver os espaços da Fábrica de Criatividade preenchidos com tanta arte. Os alunos, os professores, os quadros do João Bonetti, o sobe e desce de todos nós com milhões de coisas para fazer. Tem sido melhor ainda cada ligação fechando reuniões importantes. E a primeira do meu dia eu recebi a caminho. Amanhã receberemos o Gustavo Filgueiras, proprietário do Hotel/Restaurante Emiliano. Fechei uma reportagem com o Programa Ação, do Serginho Groisman, na Rede Globo. E fechei o dia com um cinema na melhor companhia: Everton.

terça-feira, 11 de março de 2008

Maria.



Ele não desistiu de Maria. Quer ainda escrever sobre ela. E para ele, Maria é independente, inteligente, moderna, uma mulher que sabe de si e tem aquela prepotência natural, sabe. Ou só sabe quem tem. Segundo ele, Maria pode até se sentir só, mas nunca deixa transparecer isso além das paredes de seu corpo físico. A Maria vive só o que quer e com quem quer. Maria chora, mas não por muito tempo. Sofre, mas não deixa rastro de saudade, pois ela é presente.Ele imagina que Maria é parecida comigo. Eu já imagino que Maria é melhor que eu.


Andei livre. Porque me sentia já livre de um humor ruim, preso, como se quisessem me prender de alguma forma, o melhor de mim. E essa liberdade de andar livre, livrou. Muita gente me viu. Ou viram meu short. Meu estilo. E ele também disse que quando eu ando muita gente fica olhando, como se olha um prato de comida no auge da fome. Não com tara erótica, segundo ele. Pensei na Maria sim. E imaginei-me atriz, vivendo-a. Viagens literárias de uma literatura que ainda nem existe. Ou existe. Ou é minha vida.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Arte.



Acordar bem é uma arte. Sofrer a dor do outro também é. Chorar com dignidade é uma arte. Ficar sozinho quando palavras são espinhos também é. Escolher a música certa para ouvir quando a solidão visita é uma arte. Saber olhar-se no espelho em momentos de tristeza também é. Orar a Deus com a coragem de quem nunca falhou é uma arte. Amar despretensiosamente também é. Não sentir medo de pessoas é uma arte. Desarmá-las também é. Escolher entre as defesas emocionais menos dolorosas é uma arte. Reconhecê-las também é.

domingo, 9 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher



Subindo a escada rolante do Metrô, um colega de trabalho da Jan, que acabáramos de encontrar, perguntou se pegamos as rosas que foram dadas no Shopping Morumbi, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A Silvana, com sua espontaneidade natural, disse a ele que não, pois não estávamos com “cara” de querer passear no shopping segurando uma rosa. Uma fala desdenhosa que me fez pensar. Estamos maduras a ponto de não nos sensibilizarmos mais com ações marketereiras-sensíveis-demais-para-mulheres-bem-resolvidas? A propósito, comprei a 3ª Temporada do Sex And The City.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Dois Conhecidos.


Provar a popularidade pode ser experiência interessante. Sentada, de costas, numa pastelaria no Capão Redondo, perto da hora do almoço, fui abordada entusiasmadamente por um conhecido. Convidou-me para comer com ele. Estava correndo, como sempre, pelas tantas atividades que ainda teria ao longo do dia, não aceitei. À noite, sentada confortavelmente no lounge do Hotel Emiliano, pois entrevistaria o proprietário Gustavo Filgueiras, lia a biografia do Einstein quando voltei à realidade ao ouvir um “com licença, posso me sentar?”. Olhei. Surpreendi-me. Outro conhecido.

Círculo.




Dizer o que se não sinto. Sentir o que se não há motivo. Motivo para que se nada faz sentido. Sentido para que se nada chega ao lugar que pretendemos. Pretender o que se tudo acaba. Acabar por que se desejamos o eterno. Eterno para que se nos acomodamos até com a breve vida. Vida para que se não sabemos entendê-la. Entender por que se nunca há uma resposta. Resposta para que se a pergunta nunca cala. Calar por que se não faz a dor passar. Passar o que se tudo é continuo. Continuar o que se o cansaço quer vencer. Vencer por que se o prêmio é morrer.