quarta-feira, 14 de maio de 2008

Qual o Fim de Tudo?


Há alguma razão maior que nos faça viver intensamente cada segundo que a certeza da morte?

O ritmo do meu dia ia frenético como todos os dias quando uma ligação me fez parar de respirar. Era o Everton. Fiquei feliz, porque sempre é sinônimo de cinema. Mas não desta vez. Senti sua voz triste. Depois de perguntar o motivo, ele desabou a chorar. “Minha filha está morrendo, Li”. O que senti não sei exatamente. Só sei de uma confusão. Impotência. Vontade de sair correndo para encontrá-lo e abraçá-lo o mais forte possível. Vontade de não acreditar que ele estava vivendo uma situação tão dolorosa.

Os trabalhos com o Balé da Cidade de S. Paulo começaram ontem também. Tudo tão lindo. Sensações tão contrárias. E uma vontade louca de dormir, porque havia passado a madrugada inteira escrevendo para a FIESP. Vi o dia nascer. Pensei nas pessoas que tanto amo, para algumas até escrevi. Pensei em tanta coisa, tanta coisa! Chequei mais uma vez (como faço todos os dias) se realmente estou vivendo minha vida. Se não a deixo passar sem graça. E fiz a incansável pergunta: “qual é o fim de tudo?”.

A filhinha do meu amigo se foi. Ficou em mim tanta coisa. Algumas ainda eu nem sei dizer. Mas uma sim: Deus me deu a chance de conhecer o êxtase. E o que chamo “êxtase” é a sensação inenarrável de qualquer coisa vivida plenamente. Quantas vezes posso sentir isso por dia?

Ouvindo: Frank Sinatra – My Way.

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