sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dois Lados


O que é tão aterrorizante para quem ama, capaz de fazê-lo mentir e negar o amor, quando os olhos não dizem outra coisa?

Uma vez amei assim. Tão forte e tão capaz de me destruir. Destruiu-me, na verdade. Fez-me fazer coisas que nunca pensei que faria, de bobas, infantis. Ele era tão talentoso, tão bonito, tão capaz de seduzir todas que me enlouquecia só o pensamento de não tê-lo um dia. Mas tal pavor me fez perdê-lo, porque nenhum amor menor que a capacidade de acreditar em si mesmo como sendo um bom amante/companheiro é suficientemente capaz de agüentar as inseguranças naturais de um romance.

O que nunca imaginei é a dificuldade de estar do outro lado. Nunca imaginei como minha grande paixão se sentiu em relação a mim. Ele deve ter passado muitas horas pensando em como me ajudar, como me fazer acreditar que eu era especial. Mais! Ele deve ter pensado no quanto poderíamos ter sido felizes se eu não odiasse tanto a mim mesma a ponto de não acreditar que eu o faria feliz simplesmente por ser eu. Ele pode ter me olhado muitas vezes e desejado me abraçar, com conforto, e resistido porque o abraço não me faria crescer.

Difícil para quem sofre, para quem faz sem querer outro sofrer. Aterrorizante é não se sentir capaz de fazer o seu amor feliz.

Ouvindo: The Temptations – Nigth And Day

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