domingo, 3 de junho de 2012

Jay Vaquer. Mais Rock. Umbigobunker!?.



O som pop rock de Jay Vaquer é incomum. Ou seriam suas letras um tanto insólitas que tornam o seu som incomum? Seja qual for a resposta, Jay Vaquer nem sempre agrada, embora nem sempre choque, e mesmo tendo tudo para ser uma grande referência no gênero, não é. Em seu quinto álbum de estúdio, “Umbigobunker!?” (Lab 344, 2011), o rapaz com cara de anjo mas de língua afiada apresenta um álbum mais rock do que pop e com os característicos versos e trocadilhos inteligentes.

Jay Vaquer costuma musicalizar contos, personagens ou arquétipos como no sucesso “Cotidiano de um Casal Feliz”, do álbum “Você Não Me Conhece” (EMI, 2005) ou “Estrela de um Céu Nublado” e “Breve Conto do Velho Barão” ambas do disco “Formidável Mundo Cão” (EMI, 2007). Em “Umbigobunker!?” o cantor apresenta este formato em “Do Nada, Me Jogaram aos Leões”, um dueto com Maria Gadú – ótima, por sinal, no pop rock – embora esta seja uma letra mais subjetiva do que as anteriores. Como as composições são escritas pelo próprio cantor, tudo isso quer dizer que entender Jay Vaquer é mais difícil, pelo menos para a maior parte das pessoas que consome o pop rock fácil, extremamente fácil. “Umbigobunker!?” também não é um disco tão melódico quanto os anteriores. Mesmo as baladas vêm com um som menos terno.

Em se tratando de letra, destaque para “Meu Melhor Inimigo” com os versos: “Enquanto não passar a "tempestade"/ Nesse copo d'água de benzer ateu/ Se o dilúvio vem do conta-gotas/ Perco a conta e o prazer é seu”. Jay Vaquer tem uma inteligente capacidade de juntar extremos, harmonizar em frases o que é por natureza discordante. Sua interpretação também oscila, e às vezes na mesma canção, entre os extremos. Amor e ódio, doçura e desacato, tudo é Jay Vaquer.

“Umbigobunker!?” é um álbum para entrar de cabeça em dias que não se quer provar nada para ninguém, cujo único objetivo é colocar para fora os extremos incoerentes que habitam em todo e qualquer coração.

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