quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tempo de Comédia


Ontem, conferi a pré-estreia da peça Tempo de Comédia. A personagem principal, a robô JC, é atriz de novela de um pequeno canal de televisão onde todos os atores são robôs. Um jovem escritor decide visitar os estúdios para conhecer o lendário diretor desta novela e acaba descobrindo em JC algo especial. A andróide não apenas reproduz os comandos dos produtores, em alguns momentos possui vida própria, expressando um senso de humor obviamente incomum e até sentimentos. A história se desenrola em cima de uma impossível/possível paixão entre a robô e o jovem escritor.

Não vou tecer nenhuma crítica sobre a peça, cargo que deixo para meu querido Filipe Vicente, ator, alguém capaz de fazer isso com mais competência e que, óbvio, assistiu a peça comigo. O que quero falar é sobre uma das curiosidades da JC, para mim uma das coisas mais fofas da peça.

Um dos comandos básicos da robô é tocar uma música cada vez que sente uma forte emoção – seja ela qual for. Pensando sobre o enredo, enquanto voltava para casa, fiquei imaginando quais músicas eu tocaria espontaneamente nessa atual fase da minha vida. Seria bem interessante se isso pudesse realmente acontecer. Uma, sem dúvida, que estaria tocando muito é I Didn't Know My Own Strength, da Whitney Houston. A letra é muito forte, a melodia linda, vale conferir a tradução e se render.

Enquanto minha trilha sonora não está totalmente composta, eu, robô, reproduzo alguns comandos e também me revelo como a JC. E toco algumas canções que em certos momentos falam melhor que eu mesma.

Ouvindo: Whitney Houston - I Didn't Know My Own Strength

Foto: Tempo de Comédia

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Lista da Felicidade




Um caderno de anotações antigo chamou minha atenção na pilha de livros que decora meu quarto. Não lembrava mais o que continha nele. Colorido, com páginas muito bem desenhadas, reli o que escrevi ao longo de alguns anos: desabafos, frases de livros que me marcaram e uma lista muitíssimo interessante, a Lista da Felicidade.

Não lembro em que momento a criei, mas recordo que a preenchia religiosamente, cada vez que eu vivia um momento feliz. O objetivo era, ao final de cada ano, fazer uma espécie de Balanço. Esta prática me permitia visualizar como eu estava aproveitando meus dias.

Por diversas razões que não preciso citar, esqueci deste caderno. Esqueci de preencher essa lista. Não deixei de viver bons momentos, mas esqueci do Balanço, esqueci do compromisso de ter sempre um ano melhor que o outro, de fazer tudo ser mágico.

Reler cada tópico foi como ter injetado serotonina em minha corrente sanguínea. O que é a vida, afinal? Para mim, um incrível Parque de Diversões. Mesmo tendo vivido muita coisa estranha, triste, sem sentido, sempre fiz questão de sentir-me viva. E um pouco desta vida, quero colocar aqui, até para ensinar esse método a quem também não quer deixar passar um dia feliz.

Selecionei tópicos que talvez façam mais sentido para quem não convive comigo. E a forma como escrevi indica a sensação do momento.

1) “A Laura Pausini pegou na minha mão, como assim? Ela disse “no chora, no chora”. Ela pegou na minha mão!”

2) “Caraca! eu fiquei pertinho da Madonna.”

3) “Filipe me ligou às 4h da madrugada, inacreditável: temos ingressos para ver o Michael Jackson em Londres!”

4) “Alô? Amiga? Não vai adivinhar quem está aqui, ao meu lado, na festa! Cauã Reimond.”

5) “Não acredito, a Xuxa está de mãos dadas com o Denílson. Essa ele vai me dever a vida inteira.” (Gravamos o TV Xuxa, em 2008, no Projac)

6) “Nossa! a produção do Jornal Nacional me ligou interessada em fazer uma reportagem sobre a Fábrica de Criatividade.”

7) “Fiquei muito nervosa, acabei de conversar com o Gilberto Dimenstein.”

8) “E subo bem alto pra gritar que é amoooooooooooooor”. (Quando comprei o DVD Estampado, da Ana Carolina, eu cantava bem alto, quase gritando, de frente para a TV).

9) “Estou de ponta cabeçaaaaaa” (Rapel no Viaduto Sumaré com a equipe Los Amigos; inesquecíveis Maskara, Rafael Rocha, Binha e Thiago Zamith)

10) “Coloquei salto alto e fiquei linda, sem NENHUMA dor no joelho.” (em 2005 fiquei três meses sem andar devido a um problema no joelho)

11) “Fingi que perdi a chave na mochila só para demorar para abrir o portão e ver o Bruno passar.” (Bruno, em 2005 morri de amor por ele, hoje um grande amigo)

12) “Sou muito abençoada, nem acredito que hoje o Júnior é meu mentor.” (José Júnior, coordenador executivo do Grupo Cultural Afro Reggae, uma pessoa que mudou drásticamente minha vida. Devo muita coisa a ele, muita. E nessa época, aliás, até hoje, cada vez que o vejo na mídia é como se Deus me dissesse: está vendo? Eu Sou contigo e te colocarei onde desejar. Sem palavras)

13) “Dei muitas risadas com a Mafê. Sentamos no chão do ônibus e nos acabamos comendo Chocooki e tomando Coca-cola.”

14) “Simone, Silvana e eu decidimos, do nada, ir ao Embu das Artes à noite. Deitamos num banco, olhando para as estrelas, ficamos ouvindo um garoto tocar violão.”

15) “Decidimos subir na mesa do Santa Faria, a Sil e eu. Foi tudo. O melhor ainda é que um dos dançarinos da casa gostou da ideia e veio dançar conosco”.

Pode parecer sem importância para quem lê, mas dou tudo o que tenho para provar que cada item causou uma sensação de felicidade indescritível. É claro que tem muito mais, mas sem sentido para quem não convive comigo ou viveu aquele momento comigo. É isso: uma Lista da Felicidade. Um documento que prova que minha vida foi impactada com fortes emoções e vivida do melhor jeito que se pode viver.

Hoje, uma lição para mim mesma.

Ouvindo: Michael Jackson – Blood on the Dance Floor

Foto: Laura Pausini no dia que ela pegou na minha mão.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Grande Questão


Semana passada rascunhei essas frases para reestrear este Blog:

Esperar ou partir para cima? Correr atrás ou deixar acontecer? O que aconteceria se eu mandasse currículo para todas as empresas, se me cadastrasse em todas as promoções, se beijasse todos que me querem, se comprasse tudo ou fosse a todos os lugares que recebo convite? Onde nessa correria toda, nessa ânsia de me sentir preenchida ou fazendo algo de minha vida, saberia quem sou eu o que eu realmente quero?

Pois é. A grande questão da existência humana se revelou novamente a mim alguns dias depois: sobre o que realmente temos controle?

Depois de rascunhar tais linhas, decidi passar um final de semana no Rio de Janeiro e partir para cima. Testaria as alternativas de movimentar o Universo – para quem sabe colher alguma boa reação. Mas há uma Verdade além do que podemos compreender que prova que não temos controle sobre nada. Uma aparente cólica menstrual me prendeu em um hospital e me levou a uma sala de cirurgia. Hoje, escrevo praticamente deitada, com muita dor e com longos dias sabáticos a serem “curtidos” com muito silêncio, calmaria e nenhuma atividade.

É o que sempre digo: se você não escolhe, alguém escolhe por você. E uma boa lição já aprendida é que, não passe, não passe nenhuma vontade. Porque é assim: o Universo tem sua própria lei. Deus tem seus próprios métodos e sobre alguma parte disso tudo você e eu não podemos fazer nada.

Tenho gostado de pensar que estou com Deus em um avião, sobrevoando por todas as mais incríveis paisagens deste mundo. Só que é Ele quem pilota. Eu apenas opino e sugiro. Mas também não sou uma passageira. Ele é o piloto; eu, o co-piloto. Neste posto minha opinião tem tanto valor quanto a dEle. A única diferença é que Ele tem mais experiência.

Ouvindo: Jeremy Camp – My Desire

Foto: Simone – com quem passei muitas horas conversando sobre os mistérios da vida e quem, nos últimos tempos, me pilhou muito para voltar a escrever.