Sentada em minha cama, neste momento, reflito sobre “Heleno” (José Henrique Fonseca, 2012). Cercada de revistas e livros, tento elaborar pensamentos coerentes, livres de tantas emoções, porque escrever sem emoção sobre esse filme é impossível, por isso sem “tantas” emoções. Uma das revistas que está ao meu lado é a edição do mês da Lola, aberta na matéria com o Rodrigo Santoro. Do outro lado está o livro “Nunca Houve um Homem Como Heleno” (Marcos Eduardo Neves, Zahar).
Pois é. Saí tão estarrecida do cinema que fui direto para a livraria procurar algum título sobre o jogador tempestuoso. Mesmo que um jornalista, crítico, tente escrever com o máximo de coerência e embasamento, não é sempre que ele consegue abrir mão de uma opinião muito particular, que vai contra todos os critérios imprescindíveis para analisar uma obra cultural. E estou nesse impasse. Eu simplesmente amei “Heleno”. O filme é lindo, emocionante, com um ator impecável e, meu Deus, que estética!
São notórias as falhas no roteiro e ficam sim evidentes trechos da vida do jogador que não foram explicados e que por isso ficaram sem sentido, mas diante da confusão emocional e mental tão evidentes e interessantes precisaria de mais uma hora, no mínimo, para mais questões serem exploradas – algo que fatalmente vou descobrir mesmo lendo o livro de Marcos Eduardo Neves.
Achei exagerada a comparação com o filme O Artista (Michel Hazanavicius, 2012) porque o investimento também não pode nem de longe ser comparado. Mas adorei e achei de extremo bom gosto a escolha de contar a história de Heleno de Freitas em preto e branco – uma vez que o auge do ídolo botafoguense aconteceu nos anos 1940.
Desejo do fundo do meu coração que esse filme seja visto. Pelo trabalho primoroso, pelo personagem tão interessante que merece ser lembrado e conhecido pelas novas gerações e, principalmente, por Santoro. “Heleno” é o maior “cala a boca” que vi nos últimos anos. A transformação física pela qual Santoro vai passando ao longo da trama é de impressionar. Foram 12 quilos perdidos e sentido, pois seu emocional sentiu bastante a perda de peso. Louvável e louvável. Estou muito feliz e orgulhosa do cinema brasileiro. A mesma sensação que tive ao término de “Xingu” (Cao Hamburguer, 2012).
2 comentários:
Adorei seu comentário sobre meu livro. Só vi hoje. Muito feliz mesmo. Obrigado!
Adorei seu comentário sobre meu livro. Só vi hoje. Muito feliz mesmo. Obrigado!
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