quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ainda Sobre Nelson Motta.

Falando ainda sobre Nelson Motta e o quanto o admiro por sua onipresença – porque para mim é impossível que uma pessoa tenha vivido tantas coisas com tantas pessoas e seja uma personalidade tão importante na história – fico pensando no quanto necessito também fazer parte. Seja do que for. Ir ao show do momento, ver o filme do momento (exceto a saga Crepúsculo que abomino) ver pessoas, movimentar-se. E fico pensando também no que plantei para minha vida estar hoje onde está.

Sempre chegamos onde desejamos? Quando encontramos algum amigo do passado casualmente e vemos que seus sonhos não aconteceram como ele sonhava em diversas conversas memoráveis qual é a sensação? Sorte? Destino? Ausência de gana?

Tudo tem um preço. Cada escolha é uma renúncia. Duas frases famosas e tão reais quanto o presente – e como o presente tão difíceis de viver. Mas será que fazer parte de uma história – seja ela em que área for – não depende somente de quanto investimos nisso? É interessante perceber na trajetória desses grandes nomes da música o quanto tudo estava ligado. O quanto um fazia parte da vida do outro desde muito cedo, mas alguns escolheram sair, casar, viajar ou não acreditavam que poderiam fazer sucesso, e nem sempre quando decidiram voltar à cena puderam.

À mesa com Ramilson Maia em nosso último café, enquanto ele me apresentava uma pessoa com quem está dividindo novos sonhos na música, eu ouvia maravilhada os inúmeros episódios que tecem a grande história da música eletrônica no Brasil. O livro do Nelson Motta sobre Tim Maia estava sobre a mesa, ali, testemunhando uma verdade que nem me dei conta até que o Ramilson disparou: nós também vimos tudo, conhecemos tudo e todos, e você hoje está vendo tudo e fazendo algo, sendo parte da história que será contada amanhã.

Ser eu Nelson Motta. Ser eu alguém que vive tudo o que pode. Ser eu alguém que todos os dias abre mão de alguma coisa para conquistar outra. E a vida vai seguindo e sendo escrita. Que falem sobre mim ao menos em uma linha nos livros do futuro. Ou que me permitam ser Nelson Motta.

Ouvindo: Amazing - Seal

Foto: Nelson Motta

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tim Maia e Blogueiro Divertido.


Hoje, como editora de conteúdo, uma de minhas deliciosas funções é encontrar o que há de mais cool acontecendo por aí. No mundo real ou virtual, tenho a missão de conhecer, entender e propagar. E visitando um montão de Blogs encontrei esse: Wrapped Up In Books, escrito por João Baldi Jr. O espaço é divertido, com textos leves e com um olhar apurado sobre coisas cotidianas.

Replico uma parte de um post chamado: Problemas Práticos do Romantismo Teórico.

Como eu já disse aqui antes, as pessoas quando se apaixonam tendem a, ainda que sutilmente, se dissociar da realidade e das pessoas ao redor, de certa forma se fechando em um mundo pessoal onde as nuvens são cor-de-rosa, o universo tem música ambiente e gastar 300 reais numa blusa faz sentido se ela tiver realmente achado aquilo bonito. E com isso, com essa vida imersa numa bolha de amor, paixão, sentimentos românticos e depoimentos de orkut com letras do Jota Quest, o casal começa a desenvolver um grau de intimidade que gera praticamente uma linguagem própria, tanto no campo verbal quanto no não-verbal, com gestos, silêncios, e movimentos que dizem mais do que palavras, frases ou mesmo livros inteiros jamais poderiam dizer. E claro, é nesse contexto que também surgem eles: os apelidos carinhosos.

Vale a visita:
http://justwrappedupinbooks.wordpress.com/


Outra recomendação, tardia talvez porque o livro existe há muito tempo, é a biografia do Tim Maia. Estou amando! Claro, tirando a adoração que tenho por Nelson Motta – porque a vida dele é invejável para mim mesmo quando eu penso que ser a Carrie Bradshaw é a melhor coisa do mundo – tudo que rola naquelas páginas é inacreditável. Pela importância do Tim na música brasileira, pelas loucuras e pelo cenário em que ele viveu com tantos outros personagens importantíssimos. Vale a leitura também!

Ouvindo: Azul da Cor do Mar – Tim Maia.

Foto: Tim Maia.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quais Causas Você Defende?

Ao sair do escritório do Greenpeace depois de uma reunião interessantíssima, fiquei pensando no valor incalculável de um princípio. O que a todo custo eu defendo? O que por nenhum dinheiro desse mundo eu abro mão? Qual o tamanho da minha coragem para fazer valer o que penso sobre tantas coisas? No mundo da comunicação rápida, das relações superficiais, dos encontros e desencontros num espaço cada vez mais sem fronteiras, quais são as rosas que cuido no meu pequeno e íntimo país?

Não sei se todos sabem, mas o Greenpeace não aceita dinheiro de empresas ou governos. Os trabalhos são financiados por mais de três milhões de ativistas em todo o mundo. Esse posicionamento tem a ver com o desprendimento que eles necessitam para colocar o dedo na ferida. Críticos, sérios e muitas vezes temidos, os greens preservam antes do verde a própria liberdade de ser.

Enquanto o taxi seguia rumo ao próximo compromisso tentei responder as questões acima. Palavras, argumentos, teorias, mistérios em torno de pessoas e sentimentos. Um mar escuro de ideias. Dá trabalho ter opinião própria. A única coisa que já sei é que é solitário defender causas de essência simples. O Pequeno Príncipe, clássico da literatura estrangeira, é um dos livros mais lidos no mundo e um dos menos compreendidos. Assim como o amor, a preservação do nosso espaço, a honestidade.

Ouvindo: Ainda Bem – Vanessa da Mata

Foto: Centenas de milhares de estudantes chineses insatisfeitos com o governo saíram às ruas de Pequim, em maio de 1989, para protestar contra o Partido Comunista. Vinte anos depois, a atitude de um homem é lembrada como um dos momentos mais marcantes do século 20. O "rebelde desconhecido" colocou-se em frente a um comboio de tanques de guerra e fez sinal para que parassem. Por breves momentos, foi atendido. O ato entrou para a história como um símbolo de luta pela paz.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Plano Myself.


Depois de ter elaborado o Plano MySelf resolvi colocá-lo em ação. A ideia surgiu depois do último almoço com a Katy Corban, amiga querida e meu espelho, e finalizou em outro almoço com a Ana Bentz. Alguns assuntos, entre tantos fúteis, elevaram nossa alma quando comprovamos que nada é mais importante que ser/estar completo. Quando todas as áreas da vida estão em harmonia com o que somos de verdade.

O que é o Plano MySelf? Difícil explicar porque é muito pessoal, mas se posso resumir para ser copiado: são ações saudáveis ligadas ao físico, emocional e espiritual que tem como objetivo alcançar X metas. Esse plano envolve práticas e pessoas e todos os dias têm que ter uma ação que deve ser anotada num diário. Aqui, vale copiar com carinho o que a publicitária Gisela Rao coloca ao final de cada post no seu blog Vigilantes da Autoestima: “o que fiz de bom para mim:”.

Entre tantas coisinhas fofas que fiz por mim, o que quero descrever:

Um: Voltei a correr. Poucas sensações são melhores que a energia que corre no corpo depois de uma corrida. Eu tinha me esquecido completamente disso depois da Maratona Roacutan, iniciada no ano passado.

Dois: Convidei uma das pessoas mais interessantes que conheço para jantar: Mad Zoo. É o tipo de ação impossível de viver sem. Como havia um tempo que eu não o via e ele não poderia saber das mudanças da minha vida por qualquer outra pessoa ou por um encontro aleatório do destino, liguei e convidei. Aqui está um dos grandes segredos de uma vida feliz: saber devolver a quem muito te deu. Saber retribuir, nem que seja com um delicioso jantar acompanhado de um bom vinho, a quem teve paciência de segurar uma fase difícil de sua vida.

Por que criei o Plano MySelf? Estou em um emprego top. Meu chefe é top. Seus sócios são os caras mais tops que admiro com a alma. Meus amigos me amam e eu a eles. Tenho uma vida estilosa e tudo o mais que desejo. Mas faltava algo. Talvez o algo que cansei de escrever sobre: a insaciabilidade de minha alma.

Fiquei dias pensando, angustiada, até que cheguei à conclusão obvia, edênica, original: cuidados com o meu próprio corpo. Serotonina, endorfina, adrenalina. Todos os inas estavam longe de mim. A moral da história desse texto é o quanto suas emoções precisam de atenção. E não falo simplesmente de identificá-las. Sinto raiva, sinto amor. A estrutura de uma emoção é coisa séria. Envolve muito mais que coisas externas. Cuidar do corpo é garantir a felicidade real. Aquela que, infelizmente, nada top vai poder proporcionar a não ser um cuidado top de você para com você mesmo.

Ouvindo: Shared – Mad Zoo Feat. Geanine.

Foto: Da Internet.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Poderes e Responsabilidades - Comentário.


Meu amigo Everton me mandou o link de um post do Blog do jornalista Gustavo Poli, do Globo Esporte, falando sobre o caso do goleiro Bruno, do Flamengo. Ele pediu para eu ler e dar a minha opinião. Resolvi colocar aqui também como uma forma de estimular a busca de si mesmo – nunca o julgamento porque isso só pertence a Deus. Para quem quiser ler, vale muito a pena pelo incrível texto e questionamentos.

http://globoesporte.globo.com/platb/gustavopoli/2010/07/08/poderes-e-responsabilidades/

Segue:

O jornalista Gustavo Poli é o tipo de cara que imagino ser insaciável, alguém que possui um buraco na alma e vive constantemente em busca de respostas. Para suas perguntas, para as perguntas dos outros - ele é jornalista! -, mas, principalmente, para as perguntas sem respostas. Ele é do tipo que anota as frases impactantes dos filmes. A primeira eu sempre ouvi de uma amiga, ela sempre me dizia isso quando eu queria desistir de uma pessoa, por não aguentar compreender mais e ter que fazer cara de botox e ainda não ter de volta alguma coisa, o mínimo de uma relação. Ela me via com esses grandes poderes e sempre me lembrava que não adiantaria eu chorar. Na hora que comecei a leitura me emocionei porque lembrei dela e já previ o que viria a seguir.

Agora, a frase do Cage é de escrever no teto do quarto para ler todo dia quando acordar. Linda. Aliás, não é linda, é séria! E a dança com o demônio começa sempre com sentimentos pouco perceptíveis para si mesmo como orgulho, presunção e, como ele disse sabiamente, a sensação de estar acima do bem e do mal. Mal dos famosos? Dos poderosos? Não sei. Essa parte é muito discutível porque para mim todos somos poderosos, porque abraçamos um número X de pessoas e para elas somos modelos ou mesmo quando não somos modelos, se temos um pouco mais de poder de persuação, fodeu. Levamos qualquer um para qualquer lugar.

O que está acontecendo com o Bruno acontece todos os dias com muitas outras pessoas. Muitas outras famílias perdem filhas (não estou de forma alguma achando que a mulher é 100% vítima, por mais chocante que isso possa parecer). O que faz com que o caso seja chocante é por ele ser um cara que nunca, nunca, nunca, seria capaz de fazer algo assim, por um motivo óbvio: ser esportista. E ser esportista para mim significa muita coisa que vai além de ser disciplinado ou sarado. Envolve o que se come, como se vê o outro, como se supera limites (físicos e emocionais), entre outras tantas coisas. Existem muitos Brunos por aí, nesse exato momento caindo na real, vendo que sua divindade foi só uma historinha que sua consciência prepotente contou ou talvez o próprio diabo. Embora eu nem goste tanto de responsabilizar o diabo por certas coisas por achar que Deus nos deu inteligência suficiente para sabermos escolher. Mas que seja o diabo, a influência de amigos do mal ou a própria sina de alguém que não consegue entrar em contato com o seu eu (isso sim é mega perigoso).

A questão final que o jornalista coloca é muito mais importante que qualquer outra linha cheia de pensamentos elaborados. Você fuma perto do seu filho? Eu minto para meus amigos ou pessoas que eu amo. Eu sou capaz de ser alguém que transgride porque acha que transgredir é ser livre? Um dos versos bíblicos que mais amo e acho de uma riqueza incapaz de absorver é: conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará. Hoje, na favela, nos bairros nobres, nos uniformizados ou nos engravatados, quase só é possível ver prisão. Prisão sentimental, física (tais pessoas não conseguem nem cuidar do próprio corpo) e, neste caso, emocional, porque perde o valor de si mesmo, porque a pessoa nem contabiliza o mal que fará a si mesmo sendo preso, sendo uma vergonha nacional e afins. Os problemas sociais citados no texto, as cidades partidas e valores partidos para mim são só reflexos de almas partidas.

Ouvindo: Maria Gadú – Lounge.

Foto: Da Internet.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mudanças.


Mudanças. Uma noite inteira sem dormir. No momento que a vida passa diante dos olhos não temos voz, não temos pensamentos coerentes, não temos ação. Mudar. Deixar pessoas, lugares, costumes. Por que mudar é tão difícil mesmo quando o que vem adiante é algo tão desejado?

Logo cedo, caminhando pela penúltima vez pela Av. Paulista, vi uma cena que me fez sorrir. Uma moça parecia estar indo para o seu trabalho como todo mundo só que de forma diferente. Em cima de uma bicicleta ela andava muito bem vestida e de salto alto. Seus cabelos curtos, ultra modernos, e suas roupas despojadas compondo um belíssimo look Hi Lo me deixaram extasiada. Essa moça me falou sem saber sobre a beleza de mudar, de ousar sem se importar com quem está olhando, de usar novos meios de transporte, novos cortes de cabelo, roupas ou adotar completamente um novo estilo de vida.

Ainda que saibamos que a impermanência é uma das poucas certezas que temos, é difícil trocar, mesmo quando algo não funciona ou alguém não nos faz bem. O universo paralelo que criamos, onde residem nossas fantasias que constantemente confundimos com realidade, é invasivo. O resultado dessa guerra nem sempre é felicidade e vida pulsante.

Queria tê-la fotografado. Queria, aliás, também fotografar todas as mudanças desse meu momento. Para me incentivar, experimentar e, principalmente, olhar as fotos daqui a algum tempo quando tudo voltar a ser comum – se voltar – e não ter medo de mudar outra vez.

Alvin Toffler, o grande analista de tendências encerra por mim: mudança é o processo no qual o futuro invade nossas vidas.

Ouvindo: My Tribute - Israel Houghton

Foto: Da Internet.