quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Seja Diferente. Lioness: Hidden Treasures. Amy e Steve Jobs.

Seja diferente. Esse foi um dos lemas de Steve Jobs.

Mergulhada na biografia do empresário mais emblemático de nossa era, coloco o disco que eu estava ansiosíssima para ouvir “Lioness: Hidden Treasures” (Universal, 2011). Dois seres diferentes. Duas pessoas que deixaram suas marcas na história. Amy Winehouse e Steve Jobs. Qual a ligação entre os dois? Nenhuma. Apenas fazem parte deste meu momento. Um momento em que tento definir o que é ser diferente.

“Lioness: Hidden Treasures” talvez não agrade logo de cara. O disco deixa a sensação de ser apenas uma maneira dos vivos ganharem dinheiro em cima de um talento já enterrado. Mas delete as versões das músicas já lançadas (ou não) e concentre-se nas inéditas. É singular. É lindo. É Amy Winehouse sendo ela mesma: diferente.

De volta à biografia, um trecho me faz parar e ficar olhando para o nada por minutos. Mergulho no mais profundo do meu ser e me pergunto: sou eu assim? Porque tenho resistido provocar? Ou provoco quando prefiro o silêncio às discussões tolas? Recuar é sempre dar um passo para atrás ou é apenas mais uma maneira de esperar o momento certo para conquistar? Somos diferentes quando decidimos não “destruir” o que está à nossa frente nos impedindo de seguir preferindo mudar a rota?

Entregue-se às canções “Between The Cheats”, “Like Smoke”, “Half Time”, “Song For You” e, principalmente à “Will You Still Love me Tomorrow” – disparado a minha preferida.

Eis o texto que me fez parar. Foi de um dos comerciais da Apple. Algumas frases foram escritas pelo próprio Jobs. Uma crença sua mais do que arraigada. Jobs viveu cada dia de sua vida odiando a mediocridade. Causou e foi injusto em nome dessa obsessão. Já Amy vivia entre a genialidade e a loucura – quando as duas não se misturavam - muitas vezes preferindo a loucura porque este mundo nunca conseguiu preenchê-la. Diferente de Steve Jobs, Amy Winehouse internalizou sua necessidade de fazer alguma coisa.

“Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os encrenqueiros. Os pinos redondos em buracos quadrados. Os que enxergam coisas de um jeito diferente. Eles não gostam muito de regras. Eles não respeitam o status quo. Pode-se citá-los, discordar deles, exaltá-los ou difamá-los. A única coisa que não se pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os julgam loucos, nós os julgamos gênios. Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo... são as que mudam.”

A menor definição para mim do que é ser diferente é: não ter medo de não encontrar um igual.

A maior parte das pessoas não arrisca por medo da solidão, da não aprovação. Ser diferente é ser Jobs e ser Amy. Ter às vezes o mundo te aplaudindo e às vezes te vaiando. Causa admiração? Causa. Mas poucos decidem estar ao lado, apoiar, defender, validar.

Desde que nossa passagem na terra renda uma biografia de quase 600 páginas ou canções memoráveis, acho que vale a pena. Ser diferente.

Seja diferente.

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