domingo, 6 de fevereiro de 2011

Diogo Nogueira Incendeia São Paulo. Estreia de Sou Eu.

Os homens vestidos a caráter – chapéus e roupas que remetem à figura do malandro – acompanhados de suas mulheres em vestidos curtos, todos no clima, gritaram entusiasmados quando o show começou. Diogo Nogueira entrou no palco e encarou o HSBC Brasil lotado, repetindo o sucesso dos primeiros shows no Rio de Janeiro com ingressos esgotados. A estreia de “Sou Eu” (EMI, 2010), em São Paulo, foi a prova de que o posto de maior nome do samba dos tempos atuais é merecido. Completo, o espetáculo não deixou nada a desejar.

Fiz a cobertura desse show pelo São Paulo Diário e aqui posso tecer alguns comentários a mais, cheios de juízo de valor porque não há como não falar mais, diante de tanta energia.

“Deus é Mais” abre o show acompanhada pelas palmas da plateia. Seguida por “Força Maior” é a abertura que Diogo Nogueira considera reflexo do ano de 2010, significativo pela conquista do Grammy Latino de Melhor Álbum de Samba pelo disco “Tô Fazendo a Minha Parte” (EMI, 2009) e um VMB (MTV), com o mesmo disco, na categoria Melhor Álbum de MPB, além de ter colocado um clipe de samba pela primeira vez para concorrer na categoria Melhor Clipe do Ano. “Isso aqui não é Igreja, mas sempre é bom falar de Deus”, diz. Com uma banda afinadíssima, composta por 13 músicos, o show discorre estusiasmante, passando por todas as canções do DVD.

“Lembra de Mim”, sucesso de Ivan Lins – que participa do DVD – muda o ritmo do show. Acalmando o público, Diogo embarca na balada e sai um pouco do tom malandreco. O cantor recorda seu pai, João Nogueira, em “Poder da Criação” e agrada muito. Quando arrisca passos de samba, faz as mulheres gritarem, o que, sem dúvida, faz parte do show. Um das trocas de roupa o público assiste por meio de um jogo de luz, o que faz a ala feminina se animar ainda mais. Todos eram só sorrisos para o portelense. E não poderia ser diferente porque seu carisma ajudou a tornar tudo ainda mais significativo.

Emílio Santiago é lembrado em “Pelo Amor de Deus” e o que vem a seguir merece grande destaque. Os cinco casais de dançarinos da Companhia de Dança Carlinhos de Jesus são simplesmente incríveis. Vestidos a caráter em pura malandragem, eles dançam, encenam e criam um ambiente quase mágico dos redutos mais boêmios que se pode imaginar. Só vendo para entender. Os cenários são muito bons (Helio Eichbauer), os figuros harmoniosos com o tema (Daniela Dwyer e Gegê Noguchi) e os detalhes em cada música encaixam-se perfeitamente.


Caminhando para o fim, Diogo Nogueira canta um pout-pouri de sambas enredo e alguns clássicos como “É”, de Gonzaguinha. Depois de se despedir, o público não arreda o pé e com as cortinas fechadas um coro se forma pedindo “Espelho”. Diogo volta e com uma interpretação belíssima emociona os presentes que a ouve em pé. O que segue depois é só festa e sem o menor protocolo. Todos pulam e cantam “Pedras que Cantam”, de Dominguinhos e “Vou Festejar”, de Jorge Aragão, também conhecida na voz de Beth Carvalho. Diogo Nogueira despede-se abraçando toda a equipe, ovacionado por São Paulo.

Outro filho de uma grande estrela nacional, Simoninha esteve na plateia e tive o prazer de trocar com ele impressões sobre Diogo Nogueira. Simoninha mais do que ninguém entende o que é começar com uma pressão de um sobrenome nos ombros. “Depois de um tempo passa. A casa lotada é prova disso. Diogo mostrou o seu valor. Ele tem muito talento”, diz.

Na mesa onde eu estava, com alguns outros jornalistas, depois do bis eu vi uma das melhores cenas da plateia. Todos os jornalistas “perdendo a linha” e se rendendo ao moço bonito da Lapa.

Ouvindo: Tô Te Querendo – Diogo Nogueira.
Fotos: Patricia Cecatti

Um comentário:

Mila Pires disse...

Lilis, tua cobertura ficou tão linda quanto ter o prazer de ouvir o Diogo cantar!
Parabéns minha querida por estar sempre presente nos melhores momentos de Sampa!
Eu te beijo, com carinho...