quarta-feira, 9 de março de 2011

Carla Bruni. Contradições. Muitas Contradições.


Quero abusar do meu direito de ser contraditória. Sentir medo e agir como se eu fosse a mais destemida. Amar tanto uma pessoa e não precisar dela para nada. Ir, quando quero ficar quieta. Ou ficar só porque o desejo de ir me parece tudo. Talvez eu seja assim para sempre. Ou talvez eu fique oscilando entre ser isso ou aquilo. E quero lugares novos, músicas novas. Quero sentir o cheiro do velho e tocar tudo e todos que amo desde sempre.

Depois de anos, tive uma noite insone. Pensamentos, pensamentos, pensamentos. Ma vie, ma vie, como canta Carla Bruni na belíssima La Possibilité D'une Île. Ela tem sido companhia quando preciso de uma música mais intro. Os discos dela me tocam profundamente e me acalmam, principalmente o último, Comme Si De Rien N'était (ST2, 2008), que tem a música citada acima e a minha Déranger Les Pierres:

“Eu quero as mãos frescas do vento/ Eu quero ainda o mal de amar/ O mal de tudo o que é maravilhoso”.

Escrita pela própria Carla Bruni, esta canção é retrato de sua autêntica inquietude. E como me sinto como ela quando quero quebrar todos os padrões. A moça foi por muito tempo o retrato da rebeldia, da liberdade, do sugar a vida loucamente.

“Quero a origem da desordem/ Eu quero acariciar o desconhecido”.

Carla Bruni, entre 1987 e 1998, foi uma das modelos mais bem pagas e fotografadas. Contemporânea de Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Christy Turlington e Kate Moss, largou as passarelas para se dedicar à música. Seus três bem sucedidos discos - Quelqu'un M'a Dit (ST2, 2008), No Promises (ST2, 2007) e o já citado - não só venderam bem como foram muito bem aceitos pela crítica. Eles guardam composições que falam dela, de seus amores, polêmicos amores. E gosto muito quando ela fala de seus amores. É intenso, é forte, ela não tem medo de parecer louca.

Ma Jeunesse é Carla Bruni crítica consigo mesma. Ela sente a idade que chega e se pergunta: “Mas minha juventude me olha/ Séria ela me disse: O que você fez de nossas horas?/ O que você fez de nossas horas preciosas? Agora, o vento de inverno sopra". Carla envelhece bem. Como eu espero envelhecer. Ela exala sedução. Suas fotografias tem cheiro de prazer. E hoje, agora e talvez sempre eu busque isso. A contradição de ver os dias passando e eu me sentindo cada vez mais viva.

Um comentário:

Mila Pires disse...

E que tu fiques mais viva a cada dia!!!
A vida espera por vc...SEMPRE!

Eu te beijo, minha amada!