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Há alguns dias venho pensando em Lea Michele. Venho ouvindo suas interpretações com ouvidos mais atentos. Não que eu não tenha percebido seu imenso talento. É que meus últimos dias tem me feito pensar no assunto que imagino Lea pensando constantemente: como aproveitar as chances que a vida oferece?
Se eu fico imaginando o que os artistas pensam? Sim, muitas vezes. É que eu amo pessoas empenhadas em seus sonhos. Se noto brilho nos olhos – no caso de Lea, brilho na voz – nasce em mim um grande interesse. Talvez, isso seja uma busca por identidade, pelos incontáveis sonhos que tenho – nenhum deles é virar artista, que fique claro.
Lea Michele preenche todos os espaços. Sabe o que é não deixar uma única frase cantada sem intensidade? Ela quando canta, se entrega de tal forma que é impossível não sentir raiva dela. Raiva? É. Se você está de bom humor é aquela raivinha que leva um sorriso, algo assim: “como ela consegue?”. Se você está meio de mal com a vida e consigo, a raiva é aquela que diz “ela é meio nojentinha”.
Ainda criança, Lea estreou na Broadway, no musical Les Misérables. Depois de outros musicais, conquistou o papel principal de Wendla Bergman, em Spring Awakening, montagem indicada em onze categorias ao prêmio Tony, conhecido como o "Oscar da Broadway”. Em Glee, ela é Rachel Berry, alguém que não consegue passar um episódio sem deixar uma impressão. Não só pelo que canta, também por seu comportamento e pensamentos e, principalmente, pelo o que seu sonho significa e como ela nunca perde o foco.
Quando ela canta a clássica “Don’t Stop Believin’”, original do Journey – que inclusive passa por São Paulo neste mês – é como se uma energia fervente subisse do dedão do pé até o topo da cabeça. Algo muito bom de sentir quando se quer impulso.
Meu copo está quase vazio e ainda estou à procura da descirção perfeita sobre Lea Michele. Ela me faz pensar que a busca de um sonho é isso: aproveitar todos os espaços. Mesmo aquele detalhe que pensamos que nunca será notado. Os detalhes, o vazio, atenção a tudo o que pode passar despercebido.
Tenho pensado em Lea Michele por isso. Até aqui, será que aproveitei cada chance que a vida me deu? Amei com verdade? Toquei a alma de alguém? É o efeito do vinho ou tenho mais vontade de me jogar na vida?
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