Será que sempre vamos querer estar em outro lugar que não o que estamos, ser quem não somos ou viver uma época que não a nossa? Feliz em minha própria pele, satisfeita com o que tenho, feliz por ser quem sou, ouço a obra deliciosa de Cole Porter e quero falar de “Meia Noite em Paris”, novo filme de Woody Allen. Fui assisti-lo na sexta-feira, primeiro dia em cartaz. Sou suspeita quando o assunto é Woody Allen. Gosto muito de tudo o que ele faz, mesmo quando não gosto. Como pode ser possível? É que eu o entendo. Allen, como eu, só é charmoso pelo tanto de confusões, neuroses e como ele torna tudo isso tão engraçado. Costumo dizer que o que me faz sexy é minha bipolaridade, minha capacidade de extremos, de ser tão contraditoriamente coerente.
O filme é encantador. Apesar de ter lido críticas ruins, eu amei. Veria mais umas mil vezes. Por Paris – que cansa de tanta beleza – e pelo personagem de Owen Wilson que interage com gigantes literários dos anos 1920. O filme fala resumidamente sobre as questões que coloquei acima. Mas o mais encantador, para mim, é a ansiedade que o personagem de Wilson tem por uma vida significativa, profunda.
Fora o fato que me encontrei em Wilson, amei profundamente a maneira como Woody Allen nos coloca em contato com uma época tão mágica, tão importante para a cultura do mundo. A Paris de Fitzgerald, de Hemingway, de Gertrude Stein e Picasso, de Cole Porter. O filme é uma carta de amor à Cidade da Luz e um presente a todos que adoram viajar no tempo e redescobrir tais personalidades. Depois de “Meia Noite em Paris” não consigo parar de ouvir Cole Porter.
Recomendadíssimo! E Carla Bruni está linda, detalhe.
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