domingo, 25 de março de 2012

Efervescência das Pistas. MDNA. Topo do Mundo.



O pop está resgatando a efervescência das pistas. Primeiro, Britney Spears lança o álbum “Femme Fatale” (BMG, 2011). Em seguida, Jennifer Lopez chega para a festa com “Love?” (Universal, 2011) e o hit “On The Floor” que se alastra como vírus. Rihanna não quis ficar para trás e entra em cena, chutando no peito, com “Talk Talk Talk” (Universal, 2011). No ponto alto da festa, porque não é do feitio da Rainha do Pop não aparecer sem causar impacto, chega Madonna com “MDNA” (Live Nation, 2012). O álbum dançante, diferente dos três primeiros, soa um pouco mais conceitual – não tão e não apenas comercial.

Para entender “MDNA” é importante conhecer quem está com Madonna neste trabalho. William Orbit é um deles. Músico, compositor e produtor musical, o inglês assinou o aclamado disco “Ray of Light” (Warner, 1998). Sua presença em “MDNA” é tão forte que nos remete facilmente a “Ray of Light” nas faixas “I’m a Sinner” e "Masterpiece" – trilha sonora do filme “W.E” e vencedora do Golden Globe Awards. Martin Solveig é um produtor francês conceituado por suas produções elaboradas – ele às vezes incorpora músicos ao vivo e instrumentos clássicos aos sons sintéticos – e o experiente Benny Benassi, produtor italiano, conhecido do grande público pelo hit “Satisfation”, tem inúmeros singles emplacados e discos premiados.

“MDNA” começa com “Girl Gone Wild” esquentando a festa que promete rolar até o final do disco. Uma faixa animada e “simples” que convida para a pista sem intimidar. “Gang Bang” escurece um pouco o cenário com uma produção mais conceitual, mais forte, embora com uma única batida marcante. “I’m Addicted” mantém o clima um tanto psicodélico. Minha preferida: “Turn Up The Radio” é dançante sem ser irritante. Leva o disco para o lado mais originalmente pop de Madonna. O álbum segue com "Give Me All Your Luvin”, conhecida por todos por ter sido o primeiro single a ser lançado.

O clima volta a esquentar com “Some Girls” e alivia novamente com “Superstar”. “I Don’t Give A” com Nicki Minaj é brilhante, forte, marcando presença no cenário atual com muita propriedade. Obra de Martin Solveig, é a faixa que mais revela a grandeza de Madonna, de conseguir imprimir sua marca em todas as épocas. Solveig também assina “Turn Up The Radio”, "Give Me All Your Luvin” e “Beautiful Killer”, que lembra um pouco “Die Another Day”, pelos violinos. É de Solveig as músicas mais atuais do disco. William Orbit está com Madonna nas faixas: "Falling Free", "Love Spent", "Masterpiece", “I’m a Sinner” e "Some Girls". “Superstar” é produzida por Indiigo Muanza e Michael Malih, e os vocais estão por conta de Lourdes Maria.

O disco é longo, mas não cansa. Um trabalho primoroso que permite que Madonna continue no topo do mundo. A mulher-sem-limites não brincou mais uma vez e mesmo que não alcance uma marca considerável em números de vendas ou de hits no Hot 100 da Billboard deixa mais uma obra-prima com o seu nome.