Em praticamente todas as situações de minha vida procuro estar envolvida por uma magia. Com pessoas, com hábitos, com vivências. E não escondo o quanto é difícil para mim viver sem esse “efeito cinematográfico”. É quase um vício. É quase algo ruim porque não tenho como editar a vida real. Não tenho a chance de tirar o que não quero no meu filme. Sem falar que não estou o tempo todo linda ou feliz e não posso esconder isso... E porque gosto da sensação que só o cinema é capaz de provocar – e não falo do filme em si – completamente largada em meu sofá, lendo “As Brumas de Avalon – A Grande Rainha”, me surpreendi emocionada com esta canção: “Not Like The Movies”, da Katy Perry. Nunca tinha prestado atenção na letra e também, confesso, na melodia. É bom demais quando sentimentos engasgados por falta de palavras conseguem ser expressados com uma letra de música. Alivia a alma e nos tira a responsabilidade da autoria - se não queremos a responsabilidade, tão dura muitas vezes, de ter que dizer a verdade.
Tenho conversado tanto comigo mesma sobre como deve um amor. “Not Like The Movies” me fez sentir normal. Ou pelo menos não sozinha. “Ele vai ser o único que termina suas frases”.
Não desejo falar aqui das pieguices do amor. Ou seria sobre os sonhos que todos nós temos, mesmo que muito bem guardados, sobre como gostaríamos de estar/ser com alguém. Ou termos de alguém. Desejo falar apenas de uma canção que numa tarde preguiçosa cumpriu sua missão de libertar. Acho que posso continuar desejando que tudo em minha vida seja como no cinema. Posso continuar tão racional e tão necessitada de roteiros que façam sentido.
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